quarta-feira, 30 de junho de 2010

mas não era só um campeonato de futebol???


Crédito imagem: theitalianist.files.wordpress.com



Segundo o Le Monde, Raymond Domenech, o ex-treinador da selecção francesa, foi hoje ouvido pelos deputados na Assembleia Nacional, em Paris, para explicar o desaire dos Bleus.

Será que Carlos Queiroz vai responder numa Comissão de Inquérito? Quem será o presidente? Pacheco Pereira? Azar o dele, contudo, porque não poderá ouvir escutas, dada a interferência das vuvuzelas nas conversas entre os jogadores e o técnico.

Liberté, Egalité, Fraternité... e "Stupidité"...

tordesilhas


Mereceram sem qualquer margem de dúvida. Mostraram futebol e raça, coisa que faltou a quase toda a nossa equipa, exceptue-se o enorme Eduardo, o enorme Fábio e o grande Hugo Almeida. Se a melhor defesa é o ataque, equipa que não ataca não defende...

Ronaldo parecia um miúdo a queixar-se permanentemente que lhe roubaram os rebuçados. Outros estão velhos, outros verdes, outros não têm classe para mundiais.

Dos nossos 23, quantos teriam lugar nos 23 de uma hipotética "selecção da Iberia"? Está tudo respondido...

terça-feira, 29 de junho de 2010

uma autêntica Maravilha do Mundo

As imagens em terracota dos guerreiros de Xian foram enterradas junto ao mausoléu do primeiro imperador, Qin Shihuang em 259-210 a.C. e foram descobertas em Março de 1974 por agricultores locais. Acredita-se que 700.000 trabalhadores e artesãos terão levado 38 anos para completar esta obra de arte.

Até agora já foram escavadas mais de 8.000 esculturas, incluindo soldados, arqueiros e oficiais, de tamanho natural e colocadas em formação militar, de acordo com a patente e posto. A expressão facial foi individualizada e as armas e armaduras reais utilizadas criavam uma aparência realista. A revolta do general Xiang Yu levou ao saque e posterior incêndio.


Crédito imagens: http://4.bp.blogspot.com

segunda-feira, 28 de junho de 2010

a grande vitória do povo trabalhador norte-coreano

Podem ver aqui a versão do Querido Líder do jogo Portugal-Coreia do Norte. Segundo a TV oficial norte-coreana, Ronaldo até nem se importaria de jogar na Coreia do Norte.

Será verdade ou obra da CIA? Se alguém puder telefonar ao Querido Líder e perguntar... é que eu não tenho o telefone dele nem do Bernardino Soares.

domingo, 27 de junho de 2010

o lado negro da crise

Parece que a sugestão, sarcástica e irónica, de alguns deputados alemães, foi aceite: a Grécia considera pôr à venda ou alugar algumas ilhas, designadamente Mykonos.

Nem apetece comentar...

sábado, 26 de junho de 2010

mais silly season...

As SCUT serão pagas, como diz o decreto-lei aprovado pelo governo e promulgado pelo PR há mais de um ano. Os chips, diz a Comissão de Protecção de Dados, não levantam qualquer problema de intrusão na intimidade ou privacidade dos utentes, visto que não identificam ninguém e não têm conexão nem enter as antenas nem com nada. Isentar o pagamento nas SCUT foi uma borrada do guterrismo - por alguma razão, todos os partidos da Oposição de então (os mesmos de hoje) estiveram contra essa medida (mesmo que hoje pareça que não...).. As SCUT têm de ser pagas também porque... é preciso dinheiro. E fazendo as contas, no total dos custos anuais de "ter um carro", esse valor é, além de justo, insignificante.

Num acto de malabarismo, ficamos a saber que, afinal, os residentes, as mercadorias, os profissionais e porventura o cão e o gato,  ficarão isentos. A pergunta é: se não é para ganhar dinheiro, então porque é que se vai pagar estas novas CCAUT (Com Custos para Alguns Utilizadores) e porquê todo este espectáculo (sempre com os inefáveis "autarcas" à cabeça de manifs...)?
Bom, pelo andar da carruagem, que é como quem diz "as negociações entre os partidos", serão apenas os peões e os ciclistas a pagar portagem. As agências de rating sorriem perante um espectáculo tão "pig"...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Segundo Rui Santos, "o domínio europeu vai ser esmagador"...


América - de 8 ficaram 7 (eficácia de 87,5%)
Europa - de 13 ficaram 6 (46%)
Ásia/Oceânia - de 5 ficaram 2 (40%)
África - de 6 ficou 1 (17%)

e, claro:
Vuvuzelas: podem passar todas que a eficácia e é ZERO porcento!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

arruinem-se um pouco mais...

Há dias mencionei o Wook, da Porto-Editora. Hoje fica a referência deste sítio britânico, o Book Depository, que tem uma grande vantagem sobre o Amazon: o envio é gratuito. E rápido (3 dias). Experimentem (eu já o fiz e fiquei satisfeito).

terça-feira, 22 de junho de 2010

começou a silly season

Num pequeno percurso de carro, hoje, ouvi algumas coisas engraçadas na TSF:

1) um senhor da ANTRAM declarou que os fretes e transportes vão aumentar no Norte por causa do pagamento de portagens nas SCUTs. Tudo bem. Mas acrescentou: "nunca menos de 1%". Um por cento como? Então as portagens não têm preço fixo? Não é esse valor que deveria ser - enfim, se se considerar essa opinião - suportada pelo cliente? Se o frete for de mil euros, a empresa "empocha" "pelo menos" dez euros - e não há SCUT que seja tão cara!

2) um anúncio disse-me que "A SIC não gosta de filas de trânsito, a SIC não gosta de pára-arranca", etc. pensei que era uma antevisão de um programa do canal de televisão. Fui surpreendido por ver que era um anúncio da carris e então compreendi: "A si, que não gosta de..:", Ah. A mim...

3) uma senhora da Associação de Técnicos de Conta esclareceu o público, textualmente, que "se, no acto, o sujeito for passivo não haverá lugar a emissão de recibo". Fiquei esclarecido...

"Viva a República!" - na Cordoaria

Recomendo uma visita (cerca de duas horas) à Exposição sobre a República, na Cordoaria Nacional (entrada gratuita). Muito bem elaborada, sucinta, evita qualquer aspecto enfadonho, de uma acentuada beleza estética e factual, tendo também alguma interactividade, designadamente para crianças.






Não há motivo para não ir ver - quem tiver algum interesse, claro - e para se ficar a saber mais alguma coisa sobre uma época que nos diz ainda tanto, muitas vezes, nesta Exposição, contada na primeira pessoa pelos vários protagonistas.

domingo, 20 de junho de 2010

as intermitências da morte


Edgar Viggeland - Foetus

Quando a morte nos aparece como inevitável, porque acontece, porque é falada, porque é a principal notícia, temos a nostalgia do passado e o desejo de regressarmos no tempo. O ontem, mesmo que sensaborão, teve uma certeza, a maior de todas: sobrevivemos. O hoje, pelo andar da carruagem parece que sim, mas ainda faltam algumas horas e muitos eventos possíveis. O amanhã, e à medida que nos distanciamos no tempo, é uma incógnita com aumento exponencial da imprevisibilidade. E entre as coisas que nos podem acontecer é morrermos.

Contudo, o passado não é nem deve ser recuperável, pelo simples facto de que existe apenas dentro de nós e faz parte da nossa estrutura. Mas não é nem deve ser a única parte, nem nos devemos comportar como se estivéssemos a viver nele. Ou a vivê-lo outra vez.

Somos quem somos, temos a idade que temos, e felizmente esta é composta de todas as que nos antecederam e que serviram - todas - para nos estruturarem e contribuirem para o processo de aperfeiçoamento no percurso de vida. Se por exemplo acordássemos "infantes", era o fim!

Outra coisa é a angústia da morte, o nosso dilema existencial, que acarratamos dentro de nós desde os 18 meses de idade, consubstanciada na sensação de que gostamos demasiadamente de viver para nos darmos ao luxo de morrer. Ou ao desperdício de morrermos.

sábado, 19 de junho de 2010

realmente, com menos não iremos lá...

"Para ganharmos à Coreia são necessários 23" - diz Raul Meirelles, comentando a lesão de Deco.
O pior é que dois dos três guarda-redes também estão de fora, com uma gastroenterite...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

o oportunismo comuna, como sempre

Porque é que o PCP tem sempre de vir dizer que quem morreu (neste caso Saramago) era militante do PCP e chamar o partido à colação? Não vejo outros partidos fazerem isso com pessoas do campo das artes ou da cultura que morrem. Parece que mais importante do que ter sido escritor e Prémio Nobel é ter sido do PCP.

Só falta cobrirem o caixão com a bandeira do partido (e já agora encomendar a alma ao Querido Líder, tão querido de Bernardino Soares e de outros). O que deverá ser realçado é que, apesar de ser comunista, conseguiu a liberdade de pensamento para escrever. Mérito dele e não do partido, velho, arcaico e empedernido. É também contra o PCP e as suas práticas, que os pensamentos de Saramago, escritos nos livros, devem ser entendidos.

o ano da morte de José Saramago


A morte de Saramago ocupa os media, como é natural. Curioso, no entanto, é ver a ladaínha dizendo que "foi o maior e o melhor". Não alinho nesta coisa de "o melhor escritor de todos os tempos" ou de "o melhor romancista". Foi muito bom, escreveu livros geniais, outros menos bons. Outros não li. Recebeu o Nobel, e merecido, mas outros também o justificariam.

O livro de que gostei mais foi "O ano da morte de Ricardo Reis", seguido de "O memorial do convento" e de "Levantados do chão". Não li o famigerado "Cain".

Curiosa a declaração do presidente da República, na sua nota, afirmando "admiração pessoal" e coisas como "expoente da Literatura" ou "as gerações futuras têm de o conhecer", quando permitiu, sem qualquer reacção, que o seu secretário de Estado vetasse o nome do escritor para um prémio internacional, numa atitude discricionária como poucas houve. Também valerá a pena recordar as acções de Saramago enquanto director do DN (o pior tempo de censura e de exercício perverso de poder), quando se ouve dizer, ad nauseum, que esteve sempre do lado da justiça, da democracia, dos mais fracos.

De qualquer forma, um vulto incontornável da Literatura e da vida portuguesa.


qualquer dia, dizem que afinal era alemão!

Crédito imagem: I on-line

A fotografia de Winston Churchill, à entrada do Museu Britain At War Experience, em Londres, foi manipulada e, desde anteontem, o Leão perdeu o seu famoso charuto.

Tudo a favor das "campanhas anti-tabágicas". Quanto a mim, é um expoente das "campanhas a favor da estupidez humana".

Qualquer dia, dizem que afinal era alemão, para conseguir um empréstimo da Chancelerina Merkel...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Aristides Sousa Mendes


Crédito imagem: edições Cosmos

Bordéus. 1940. A Wehrmacht ocupa a França. Centenas de milhar de pessoas fogem do terror nazi. Pegam nas crianças e nos idosos, lançam mão de alguns dos seus haveres e metem-se à estrada. Os alemães perseguem-nos. O objectivo é exterminá-los - Hitler foi muito claro.

Os fugitivos procuram refúgio. A palavra passa: há um pequeno país de onde é possível partir para terras mais seguras, onde não se perseguem nem assassinam as pessoas só porque têm uma religião diferente, uma cor da pele diferente, opções politicas diferentes.

Para chegar a esse país, é necessário atravessar outro país, um pouco maior, dilacerado por uma Guerra Civil, e nas mãos de governantes que não escondem a sua simpatia pelo regime que vigora na Alemanha. E para atravessar a Espanha era necessário um visto português.

Em 1939, Salazar tinha dado ordens claras ao corpo consular: nada de vistos, eles que se amanhem. Houve contudo um Homem (entre outros, que felizmente a coragem e a rectidão não são tão raras como isso) que resolveu dizer "Não!". "Não!" às ordens injustas, "Não!" aos regulamentos iníquos, "Não!" às leis criminosas. "Recusar os vistos era superior às minhas forças!". Esse Homem foi Aristides de Sousa Mendes, consul de Portugal em Bordéus nos anos negros do nazismo. E a sua "maratona" começou no dia 17 de Junho de 1940.

A coragem deste Homem não se diz em 30.000 palavras nem se conta em 30.000 páginas. Trinta mil... foi o número de vistos que, em poucos dias, Aristides de Sousa Mendes passou, à revelia do ditador, mas em consonância com o que de mais nobre a condição humana tem. Aristides de Sousa Mendes salvou 30.000 pessoas da morte. E acabou julgado, condenado, demitido, reduzido à miséria, obrigado a pedir esmola para alimentar a família até morrer num hospital de Lisboa, em 1954.

"Quem salva um homem, salva a Humanidade inteira!" - pode ler-se na placa de homenagem, em Jerusalém.

É este o valor da solidariedade, da nobreza e da rectidão de carácter, face à iniquidade e ao desprezo pela condição humana. Neste dia, lembremo-lo, para que a História, ou pelo menos a parte mais abjecta dela não se repita. E para que não esqueçamos o valor de um Homem e, em consequência, o valor da Humanidade inteira.


 

terça-feira, 15 de junho de 2010

o uso abusivo de palavras

Apesar de se mostrar satisfeita por as urgências pediátricas nocturnas de Setúbal e do Barreiro se manterem abertas durante o Verão, a autarca de Setúbal, Maria das Dores Meira, acusa a Administração Regional de Saúde de "autismo".

Público on-line


É pena que, ainda por cima falando de saúde, o termo "autismo" continue a ser usado com desrespeito pelos que sofrem desta doença e, do mesmo modo, dissociado do que realmente é o autismo enquanto doença.

Ou então, segundo a classificação da Academia Americana de Pediatria, poderemos por exemplo seleccionar 11 características das 18 que definem o autismo. o que quer dizer que a autarca pensa que a Administração Regional de Saúde:

- tem riso inapropriado
- estabelece pouco ou nenhum contato visual
- é aparente insensibilidade à dor
- está obcecada pela rotação de objetos
- tem ausência de resposta aos métodos normais de ensino
- insiste em repetição, resiste à mudança de rotina
- procede com poses bizarras
- recusa colo ou afagos
- tem dificuldade em expressar necessidades
- usa gesticular e apontar no lugar de palavras
- tem acessos de raiva
- demonstra extrema aflição sem razão aparente
 
É que o "age como se estivesse surdo" é apenas UMA das características do autismo...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

genialidades

Há pessoas geniais. Elton John é conhecido por ter jeito para improvisar. Num concerto, Richard E. Grant, um actor inglês, estava na audiência e resolveu desafiar Sir Elton para fazer, mesmo ali, uma música sobre um texto que tinha. O cantor aceitou... só que o texto era... o manual de instruções de um micro-ondas.

Vejam como Elton John descalça a bota....


sexta-feira, 11 de junho de 2010

estar só

Abby Sunderland tem 16 anos. E resolveu meter-se na sua embarcação e tentar dar a volta ao mundo, partindo da Califórnia.

Ontem emitiu sinais de emergência, algures entre a África do Sul e a Austrália, e foi referenciada, depois de ter estado incomunicável. Vai receber assistência dentro de escassas horas.

Muito poderão considerar uma inconsciência, uma irresponsabilidade, o facto de uma rapariga de 16 anos se atrever, só, a navegar dias e dias pelos oceanos. Sinceramente, não sei o que pensar. Sei que, se fosse minha filha, estaria aflito, mas ela não é minha filha.

E, de algum modo, posso compreender a atracção pelo mar, a necessidade de afirmar a si própria que é capaz, o apelo do sentimento de autonomia e, porventura, o imperioso sentido de estar só, numa sociedade onde se torna quase impossível, no dia-a-dia, esta coisa tão necessária que é estar só. Estamos rodeados de gente em casa, no trabalho, nas ruas, nos parques, nos transportes, em todo o lado. Ter momentos a só é uma necessidade e um instinto, em animais gregários. Talvez por isso é que tantas pessoas preferem andar de carro, sós, do que partilhar o meio de transporte com outros ou andar de transporte público, apesar de todas as "evidências" económicas e estruturais apontarem para estas segundas opções.  Abby preferiu o barco. Que continue, depois deste susto...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

a Camões, no seu Dia

Camões era estudado no Liceu, no meu tempo de escola, mas não era estudado. No meu caso, havia um velho professor de português que recitava os Lusíadas de cor, e as aulas dedicadas ao poeta eram um desfilar de versos, ditos pelo "s´tor" de olhos fechados, sem qualquer interacção com os alunos, que dormiam, faziam desenhos ou conversavam em voz baixa. Poucos absorviam Camões.

Havia também um interesse neste estudo "camoniano": ler o Canto IX, cheio de ninfas e amores, com linguagem proibida (na altura) e sugestões carregadas de erotismo. Havia professores de Português - sei de mais de um caso - que selavam o Canto IX e assinavam na fita cola, para perceber se os alunos tinham tido acesso à "zona proibida" de Camões.

Felizmente pude reler os Lusíadas, em "melhores condições" de maturidade, e ainda há dias o voltei a fazer, a pretexto dos livros que o Público tem feito sair às quintas-feiras. É uma obra admirável!

Outra faceta de Camões menos falada, ou pelo menos conhecida apenas muito pontualmente, são os sonetos. Felizmente, alguns cantores portugueses musicaram um ou outro ("Verdes são os campos", por Zeca Afonso ou "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", por José Mário Branco. Os sonetos são lindos, românticos, melódicos, e aqui fica um, menos conhecido ("O tempo acaba o ano, o mês e a hora"), juntamente com a versão inconfudivelmente bela de Zeca Afonso do "Endechas a Bárbara escrava".

O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;

O tempo busca e acaba o onde mora
Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

O tempo o claro dia torna escuro
E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.

Mas de abrandar o tempo estou seguro
O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.




Luís de Camões

terça-feira, 8 de junho de 2010

quando eu vim para este mundo, eu não atinava em nada...

Crédito imagem: 2.bp.blogspot.com (fotografia: António Guerreiro)

A Gabriela faz hoje anos: torna-se "sexagenária", seguramente mais sex que genária, a menina que, em 1975 (aos 25 aninhos), tomou conta dos televisores nacionais e lançou a semente das telenovelas em Portugal.

Para lá da excelente representação na transposição da novela de Jorge Amado, também foi Dona Flor, com seus dois maridos, e tem um papel muito bom filme muito sensual, ao lado de Raul Julia: "O beijo da mulher aranha".

Fica aqui o genérico de Gabriela, com alguma saudade daqueles tempos, e um pequeno excerto da interpertação de Sónia Braga.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Outra famosa Virgínia

Crédito imagem: Wikipedia.com

Praticamente todos nós fomos "marcados" por ela, no fim do primeiro e do quinto minutos de vida. Tal como os jogadores de futebol ambicionam a ter o número dez na camisola, assim também os bebés (via pais e profissionais) ambicionam, desde 1953, a ter o 10 como "marca".

refiro-me ao "índice de Apgar", uma avaliação rápida e precisa do estado de saúde de um recém-nascido, inventado por Virginia Apgar, nascida a 7 de Junho, há 101 anos  (morreu a 7 de Agosto de 1974).

Virgínia Apgar era anestesista e dedicou-se à neonatologia, tendo sido a primeira mulher catedrática na Universidade de Columbia, Nova Iorque. Era também feminista, sendo famosa a sua declaração: "as mulheres devem libertar-se desde o momento em que saem do útero!".

O teste de Apgar mede cinco parâmetros: frequência cardíaca, frequência respiratória, cor da pele, tónus muscular e resposta aos estímulos, atribuindo-se a cada um a pontuação de 0 a 2. O bebé pode, assim variar entre 0 e 10. A avaliação é feita ao 1 e aos 5 minutos de vida. De 7 a 10, óptimo. De 4 a 7 - é melhor dar apoio. De 0 a 3. Gulp: emergência.

Pena é que as crianças que nascem com Apgar elevado continuem a ser "roubadas" pelos profissionais e levadas para longe dos pais, para fazer coisas desnecessárias (pelo menos não urgentes) e sejam privadas de mamar na sala de partos, de ser mantidas quentes pelos braços e pele da mãe e não possam ser abraçadas pela mãe e pelo pai, mas isso é outra história, bastante mais sinistra...

A título de graça (verdadeira), lembro-me de um colega que, num exame de pediatria (no 6º ano... tinha lá chegado, sabe Deus como...), ao ser questionado sobre o que era o Apgar de um bebé, respondeu: "Não sei... nunca me ensinaram no estágio a pegar no bebé...". É autêntica!

sábado, 5 de junho de 2010

continuem assim que vão longe...

Qualquer semelhança destes bonecos com o ex-candidato que é candidato e que chateou de morte o outro ex-candidato e o ex-candidato que já não é candidato e que lançou um candidato para tramar o ex-candidato que persiste em ser candidato, candidata-se a ser uma mera coincidência...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

E viva a Avivah


Crédito imagem: healthjockey.com (adaptado)


"Os homens estão muito tristes porque a era deles está a chegar ao fim.", diz, segundo o I-on line, Avivah Wittenberg-Cox, referida como "uma das pensadoras mais influentes do novo feminismo". A crise, segundo ela, abriu a porta à entrada das mulheres para os lugares de topo.
 
As mulheres que me desculpem, mas gente desta laia "do vosso lado" não é muito abonatório. Pessoalmente, como nunca considerei que esta era a minha era, não estou particularmente triste, e por acaso até se tem verificado que em tempo de crise, as mulheres pagam facturas mais elevadas. Mas Avivah diz, portanto Avivah sabe, portanto deve ser verdade...
 
Espero é que não chegue a era dela!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ambrósia e Néctar..., ou César tem coisas muito apetecíveis...



Crédito imagem: 2.bp.blogspot.com
Os investigadores desconfiam que pessoas que têm residência fiscal em Itália estão a usar o Instituto das Obras Religiosas, nome como é conhecido o banco oficial do Vaticano, como uma "cortina" para esconder diversos crimes.
          Expresso on-line

Perante notícias destas, é bom relembrar o caso do Banco Ambrosiano. Este Banco foi fundado em Milão em 1896 por Giuseppe Tovini, e era chamado de Banco de Santo Ambrósio, que fôra arcebispo da cidade. Tovini quis criar um banco católico para contornar a tradição italiana de manter apenas instituições assistenciais e de caridade.

Em 1971, Roberto Calvi tornou-se administrador geral, e em 1975 assumiu a presidência. Calvi expandiu as aplicações do Ambrosiano; para isso criou um grande número de companhias fantasmas off-shore nas Bahamas e na América do Sul; assumiu o controlo da Banca Cattolica del Veneto e investiu na editora Rizzoli para financiar o jornal Corriere della Sera, envolvendo o Banco do Vaticano, (Istituto per le Opere di Religione) e seus operadores, e aproximando-se do Cardeal Paul Marcinkus, o presidente do banco. O Banco Ambrosiano também forneceu fundos para partidos políticos em Itália, e ajudou, na Nicarágua, quer o ditador Anastásio Somoza, quer a oposição Sandinista. Houve rumores de dinheiro lavado para o Solidariedade.

Em 1981, depois de um juiz que estudava o assunto ter sido assassinado, a polícia invadiu o escritório da loja maçônica e prendeu o grão-mestre Licio Gelli, encontrando provas contra Roberto Calvi. Calvi foi preso, julgado e condenado a quatro anos, mas sem se saber bem porquê foi solto e manteve-se no Banco.

Em 1982, houve evoluções. Calvi saíu do país usando um passaporte falso e a sua secretária pessoal, Graziella Corrocher, suicidou-se, deixando uma carta em que o denunciava. Calvi foi posteriormente encontrado enforcado na ponte Blackfriars em Londres.

O jornalista David Yallop (e muitos outros) acredita que Calvi, com a ajuda da P2, foi o responsável pela morte de Albino Luciani, o Papa João Paulo I, pois estava nos planos deste Papa uma reforma nas finanças do Vaticano.

Em dia de Corpo de Deus, vale a pena lembrar estas excrescências ao corpo de qualquer deus...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

arghhhhhhhhhhh!


Raparigas fumam cada vez mais e começam mais cedo
 - diz um estudo da OMS.



O cancro do pulmão, os enfartes, a doença arterial periférica, o mau hálito, a doença pulmonar crónica obstrutiva... tanta coisa mais... vão aumentar exponencialmente nos próximos anos, no sexo feminino, enquanto diminuirá acentuadamente no masculino. Segundo os dados do Inquérito nacional de Saúde, em Portugal a subida é acentuada nas raparigas e mulheres abaixo dos 35 anos e nas classes sociais mais afluentes e na classe média e média baixa.

A troco de quê? Quais os ganhos? Quais as mais-valias? Afirmação? Independência? Masculinidade? Atitude fálica? Estupidez? Compensará? Em quê?

terça-feira, 1 de junho de 2010

idade pediátrica

A idade pediátrica vai ser alargada para os 18 anos. A partir de hoje, terça-feira, os serviços de pediatria vão de "forma gradual e progressiva" estender o atendimento até essa idade, segundo o Ministério da Saúde.
          Jn on-line


Finalmente, a proposta feita pela Comissão Nacional de Saúde Infantil e Juvenil em 1993, aprovada pelo Ministério da Saúde de então, foi aceite publicamente. Dezassete anos para levar a anúncio público, mais dezassete para implementar???

Dia Mundial da Criança

Crédito imagem: tceponline.com


É o Dia Mundial da Criança. Apenas duas notas.

A primeira: recuso a ideia de que "há uma criança dentro de nós" ou "cultivar a criança que há em nós". Em mim não reside nenhuma criança, apenas as memórias, os ensinamentos e a parte estrutural que a infância teve e manteve em mim. Mas tenho 54 anos, e detestaria a ideia de acordar com 5 ou com 10.

A segunda: mais do que Dias, é necessário respeitar as crianças e respeitar a infância. Não quer dizer fazerem-se todos os favores, permitir-se a omnipotência ou os adultos terem medo e colocarem-se de cócoras. dar mimo é também dar regras, ser firme e educar para a cidadania e para a democracia, combatendo o omnipotente narcísico que existe em cada pessoa. E respeitar a infância, dando condições para que se efectue de modo completo e consistente.