Crédito de imagem: Prazer das artes
Beja foi uma cidade governada pelo PCP, por mais de 30 anos, tendo mudado depois para o PS. Sempre foi um bastião da resistência antifascista e da luta pelos direitos dos "humilhados e ofendidos". Mas, ao contrário do que este chavão possa sugerir, não tem sido, pelo menos nos últimos tempos, um exemplo de tolerância ou de modernidade. Pelo contrário, algumas das suas práticas lembram a mais negra idade medieval.
Já uma vez mencionei aqui o muro que estava a ser construído, em parte da cidade, para isolar a comunidade "dos outros". Agora, li no Público que alguns comerciantes e habitantes da cidade andam a colocar sapos de barro ou de madeira às portas de casa porque sabem que, para a cultura cigana, esse animal é sinónimo de azar e de doença. Ainda há dias, um rapaz dessa zona me falava de como, na escola, havia "além das pessoas, os ciganos".
Não duvido que os problemas com a comunidade cigana sejam alguns. Mas as pessoas ciganas são, que eu saiba, portugueses como qualquer um de nós. Mais, a COnstituição da República proibe terminantemente a menção da "raça" da pessoa, como acontece por exemplo em estudos epidemiológicos em que não é permitido incluir nenhuma pergunta relativamente a esse ponto
Os problemas terão de ser resolvidos e, como são plurifactoriais e complexos, a solução não sairá de nenhuma cartola. No entanto, parece-me que não será através de práticas quase satânicas que se chegará lá.