Crédito de imagem: Prazer das artes
Beja foi uma cidade governada pelo PCP, por mais de 30 anos, tendo mudado depois para o PS. Sempre foi um bastião da resistência antifascista e da luta pelos direitos dos "humilhados e ofendidos". Mas, ao contrário do que este chavão possa sugerir, não tem sido, pelo menos nos últimos tempos, um exemplo de tolerância ou de modernidade. Pelo contrário, algumas das suas práticas lembram a mais negra idade medieval.
Já uma vez mencionei aqui o muro que estava a ser construído, em parte da cidade, para isolar a comunidade "dos outros". Agora, li no Público que alguns comerciantes e habitantes da cidade andam a colocar sapos de barro ou de madeira às portas de casa porque sabem que, para a cultura cigana, esse animal é sinónimo de azar e de doença. Ainda há dias, um rapaz dessa zona me falava de como, na escola, havia "além das pessoas, os ciganos".
Não duvido que os problemas com a comunidade cigana sejam alguns. Mas as pessoas ciganas são, que eu saiba, portugueses como qualquer um de nós. Mais, a COnstituição da República proibe terminantemente a menção da "raça" da pessoa, como acontece por exemplo em estudos epidemiológicos em que não é permitido incluir nenhuma pergunta relativamente a esse ponto
Os problemas terão de ser resolvidos e, como são plurifactoriais e complexos, a solução não sairá de nenhuma cartola. No entanto, parece-me que não será através de práticas quase satânicas que se chegará lá.
4 comentários:
Essa moda dos sapos já anda pelo Porto há muito tempo. Quase todos os cafés e lojas têm um sapo à porta.
Eu também sou contra descriminações mas infelizmente alguns exemplos de pessoas de etnia cigana não respeitam ninguém, são eles próprios os primeiros a descriminar, não pagam impostos, vivem à custa de quem os paga, não deixam os seus filhos estudarem, casam as filhas ainda menores de idade, registam filhos que não têm na segurança social para receberem abonos, vendem contrafação, não respeitam regras sociais (numa sociedade onde eles vivem e onde exigem direitos), são violentos, a própria polícia tem medo... É difícil gerir tudo isto!
Como é óbvio não concordo com esta prática mas não é só em Beja que isto se faz: a primeira vez que vi estes sapos foi num restaurante da praia de São João da Caparica e foi lá tb que percebi o significado daquilo ao ouvir uma mãe a explicar à filha, que teria cerca de 8 anos, o porquê de estar ali aquele sapo.
Não é só em Beja que há sapos à entrada das lojas. Em Lisboa e arredores também se vêem.
Nunca vi sapos, mas já vi muitos ciganos, tive alunos dessa etnia e não me criaram problemas. Nunca me lembro de haver discriminação aqui no norte com pretos, estrangeiros ou ciganos.Também havia "melancólicos" e rap. A minha escola integrava-os todos e havia mesmo solidariedade para com os mais fracos. Penso que os adolescentes não tem preconceitos, as famílias é que se queixam mais da proximidade destes "seres/aliens" diferentes junto dos seus meninos, pensam que os filhos só vão encontrar na vida betinhos, ou nerds, elites, que tendem cada vez mais a acabar.
Deve haver pessoas de todas as etnias nas escolas e os professores deviam promover actividades de enriquecimento cultural em que todos participassem: musica , folclore, gastronomia, tudo isso ajuda a conhecer as culturas e as várias raizes etnicas. Podem-se criar laços estreitos entre pessoas aparentemente antagónicas.
Não estou a ser politicamente correcta, mas realista.
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