sábado, 23 de fevereiro de 2008

exemplos de inteligência luso-nacional

Dois exemplos, que vivenciei hoje, de como a estupidez (no primeiro) e a ignorância (no segundo) podem ser impeditivas de boas práticas e causar mossa a terceiros:

1º uma criança foi vacinada aos dois meses e tinha a vacina seguinte aos quatro meses. Completa-os hoje, 23. Ontem, 22, foi ao centro de saúde, em Lisboa, para a vacina. Foi mandada embora porque ainda não tinha 4 meses... a (desculpem-me) estúpida da enfermeira nem pensou que os micróbios não têm calendário, que dois meses de intervalo não são rigorosamente dois meses certos, e que a sua teoria fica num imbróglio porque Dezembro e Janeiro têm 31 dias,mas Fevereiro só 29. Não pensou, apenas, porque o único neurónio que deve ter estaria eventualmente ocupado em saborear os enredos picantes da novela da véspera - e a criança e pais que se lixem;

2º há muito que os estudos dizem - e hoje foi novamente demonstrado num artigo publicado na mais conceituada revista pediátrica mundial -, que umas gotas de água com açúcar, dadas uns instantes antes das injecção, diminuem em muito a dor quando da vacinação. Há também adesivos que se colocam durante breves momentos e que anestesiam a área a ser puncionada, e que custam uma pouca de xica-larica. Uns pais atreveram-se a colocar as duas hipóteses, para o seu filho de seis meses. Foram gozados e apelidados de "mariquinhas" pela enfermeira. Que, a meu ver, além de arrogante e estúpida, deve ser adepta do sado-masochismo.

Assim vai Portugal, minha querida amiga e colega Ana Jorge.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei destas duas curiosas historinhas desse teu mundo fascinante da medicina pediátrica.
Triste é que, ao que parece, muitos dos involvidos na sua implementação não sejam exactamente uns crâneos dos mais brilhantes.

Manel Teixeira

Mário disse...

SAbes, Manel, o que me impressiounou é ver que "medidas a custo zero" são esquecidas ou ignoradas.
Coisas tão simples: no primeiro caso, vê o transtorno que faz aos pais e o prejuízo económico ao país de dois dias que tiram em vez de um. Quanto a segundo, como se poderia tão facilmente minorar o sofrimento das pessoas desde que houvesse um mínimo de empatia e não se passassem atestados de estupidez às pessoas, designadamente aos pais e aos seus conhecimentos.
Bom fim de semana