sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Há 40 anos


Crédito imagem: Oficina Literária

"Um dia na vida de Ivan Denisovich", "O Primeiro Círculo", "O Pavilhão dos Cancerosos", "O Arquipélago Gulag". Quem não se recorda destas obras e da corajosa denúncia das arbitrariedades e iniquidades do regime soviético? Mesmo os que estavam em estado de negação permanente, como certos vultos da esquerda europeia, souberam - ou tiveram hipóteses de saber - o que era o âmago de um regime ditatorial, obsoleto, policial, que torturava e matava os seus opositores. Continuar a apoiá-lo foi uma decisão a que não podem escapar, e da qual se deverão envergonhar para sempre.

Não. a URSS não foi o Sol da Terra, nem "os amanhãs que cantam". E por muito que a Nomenklatura e o KGB perseguissem Alexander Soljenítsin, a sua voz conseguiu ecoar para lá das grades da prisão. Não sei se os nossos filhos lerão, com o mesmo agrado e a mesma dedicação, as obras deste grande escritor e defensor dos direitos do Homem.

A 8 de Outubro de 1970 recebia o Prémio Nobel da Literatura. Para ler e reler.

3 comentários:

Virginia disse...

Muito impressionantes quaisquer do livros. Lembro-me dum filme cujas cenas me nao deixaam drmir de sofrimento e inutlidade humana. Como é possível enviar para gulags homens inteligentes, cientistas, filósofos, humanistas, politicos, só para servir um déspota iluminado?
Não há razão que explique estes momentos históricos e a passividade das massas, que assistem e aceitam. Mas compreende-se o medo.

Virginia disse...

Acrescento que pusemos um extracto do livro Pavilhao dos Cancerosos no nosso manual do 11º ano a proposito das ditaduras e os alunos tiveram relutancia em ler, aquilo era demais para eles, a Anne Frank ainda vá, mas gulags enchiam-nos de incredulidade e tédio :)

Bjo

Mário disse...

É pena é que ainda haja gente e partidos a defender este tipo de regime, e que a nossa Constituição proíba (e muito bem) a divulgação de ideologias fascistas ou equivalentes, e não tenha uma palavra sobre as ditaduras ditas de esquerda, como o comunismo soviético (ou outro qualquer, aliás). Ditaduras são ditaduras, sempre abjectas.