sexta-feira, 21 de março de 2008

Pai, pai. Porque me abandonaste?

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Pai, Pai. porque me abandonaste?
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Porquê? Um pai não abandona os filhos, tanto mais sendo um deus, que se afirma "todo-poderoso". Um pai não deixa também que o pai adoptivo (São José) desapareça no espaço e nunca mais dê sinal de vida, não acompanhando o sofrimento e martírio do filho. Um deus intervém quando vê o sofrimento, não o estimula nem o promove. Só um deus sádico faria isso.

Pilatos lavou as mãos, mas antes declarou que não encontrava qualqur culpa em Cristo. Deus, não. Deus manteve-as sujas de sangue, do sangue de todos os inocentes e de todos os injustiçados, que sofrem, dia após dia - como Cristo.

É por isso que, para mim, essa entidade "Deus", vista como os cristãos (e outras religiões) a vêem, pura e simplesmente não existe. Era mau de mais para ser verdade...

(Quadro: A crucificação de Cristo, com Nossa Senhora e São João, de Salvador Dali)

1 comentário:

virgínia disse...

Este texto dá que pensar....:)

Custa a acreditar num Deus impiedoso e cruel, que permite o mal do mundo e o sofrimento dos seres por Ele criados.
Não acredito. Ponto final.

Mas, por vezes, quando nos assola o desespero, a insegurança e até o pavor do futuro, parece que se sente algum conforto em pedir ao tal Deus, no qual a gente não acredita, que nos dê a mão e nos tire do atoleiro.

E às vezes até temos a sensação de foi Ele que nos salvou.