sábado, 10 de maio de 2008

será que Vale tudo?

Há qualquer coisa que me inquieta, no processo de Vale e Azevedo.

Não estou por dentro dos vários processos, nem como benfiquista me suscitou especial simpatia. Mas há algo que me incomoda, como espectador apenas mediático deste "circo", neste processo. Condenado, esteve preso, foi solto o tempo suficiente para ser preso novamente (cerca de dez segundos, para ficar livre, se não não podia ser preso porque já estava preso - e foi vê-lo vestido, de mala, a sair e a re-entrar na prisão!), saíu, agora foi novamente condenado a uma pena nada leve: sete anos e meio.

Não discuto se a moldura penal é esta ou outra, mas o que me incomoda é o facto de todos estes alegadosd crimes terem sido efectuados antes de ser preso. Porquê este calvário, de julga-não julga, acumulando penas e mais penas?

Há algo de iníquo, comparando com o que se diz dos futebol, dos BCPs, dos interesses do lobby de betão, dos erros governamentais, etc, etc. Ou dos que retiram a vida a outrém, ou dos ´pobres adolescents que, com Gisberta, só faziam uma brincadeira de crianças.

Vale e Azevedo não velejará no seu iate Lucky Me, de um milhão de contos. É certo. E porventura é justo. Mas porque será que este caso me incomoda?

2 comentários:

miguel disse...

Mário, querido amigo, cá estou de volta, quiçá com prazo, mas enquanto estiver, estou e estou muito bem.

É.Este castigo "exemplar" aplicado ao Vale e Azevedo também me incomoda um pouco. Não discuto se ele o merece ou não o merece ( há dois cursos que eu nunca faria - engenheiro mecânico e jurista). Mas quando penso no homem vem-me à memória uma expressão mais que batida que é aquela do " bode expiatório ". É que não há advogado ou recurso que lhe valha.E num país de advogados e de recursos este processo é uma valente excepção.

Mário disse...

Miguel
Bem-vindo! Até que a voz te doa ou o coração aperte!

Sabes que faço diariamente (quase) 5 km? Um dia a gente fala disto... mas a andar, não a correr, que o Diabo não anda (creio) atrás de mim.

Quanto ao Vale, expressaste exactamente o meu sentimento - é preciso que alguém se lixe, para que tudo fique na mesma (já escrevia o Pitigrilli)...
Abraços