terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia Mundial da Criança

Crédito imagem: tceponline.com


É o Dia Mundial da Criança. Apenas duas notas.

A primeira: recuso a ideia de que "há uma criança dentro de nós" ou "cultivar a criança que há em nós". Em mim não reside nenhuma criança, apenas as memórias, os ensinamentos e a parte estrutural que a infância teve e manteve em mim. Mas tenho 54 anos, e detestaria a ideia de acordar com 5 ou com 10.

A segunda: mais do que Dias, é necessário respeitar as crianças e respeitar a infância. Não quer dizer fazerem-se todos os favores, permitir-se a omnipotência ou os adultos terem medo e colocarem-se de cócoras. dar mimo é também dar regras, ser firme e educar para a cidadania e para a democracia, combatendo o omnipotente narcísico que existe em cada pessoa. E respeitar a infância, dando condições para que se efectue de modo completo e consistente.

5 comentários:

sofia costa disse...

As crianças são o melhor do mundo e eu repeito muito a minha, ainda ontem esteve de castigo porque faz birras de se atirar para o chão :)

Quanto a ter uma criança dentro de nós, eu também não gostaria nada de acordar com 5 ou 10 anos e tenho 32 anos. Mas gosto muito de às vezes me sentir como uma criança com pequenas coisas que me deixam muito feliz.

Anónimo disse...

Mas por vezes é muito bom, e necessário para a alma, viver a realidade como uma fantasia, tal como as crianças o fazem. E com ingenuidade e alegria e optimismo e simplicidade, como as crianças, pois a vida por vezes é tão dura e complicada.

Catarina

Mário disse...

Absolutamente de acordo, Catarina. Daí ter posto no outro Blogue uma entrada a esse respeito.

joaopedrosantos disse...

Julgo que essa ideia de haver uma criança dentro de nós revele que, por vezes, as pessoas gostem de sentir o conforto de libertar a sua vontade de brincar, rir e de não se preocupar, coisas que são associadas a ser criança. Talvez muitos de nós tenham essa nostalgia e tenham saudade do principal de ser criança: da inocência.

Gosto de imaginar os bebés, assim que nascem, como a base de uma pirâmide. Imagine-se que há um plano perpendicular à base dessa pirâmide que sobe em altura. A área da figura que esse plano faz quando intersecta com a pirâmide será simbólica da capacidade e potencialidade de uma criança para ser inúmeras coisas na vida. Mas à medida que sobe, seja através do ambiente ou da forma como se apercebe das suas limitações, essas possibilidades vão começando a escassear e é a isso que eu atribuo à parte negativa do envelhecimento. Creio que esta analogia sirva para todas as fases da vida.

Leonor disse...

Ser criança é ter a capacidade de acreditar sempre...e nós adultos,conforme vamos envelhecendo perdemos essa capacidade,pois vimos o mundo com outros olhos.Eu tb n gostava de acordar no berço...nem numa cama de grades...mas gostava de acreditar sempre!