terça-feira, 14 de abril de 2009

afinal é tudo uma questão de fé...



E o mais curioso é que o regulamento é feito e aprovado pelos próprios beneficiários...

7 comentários:

Anónimo disse...

Se acreditas que os deputados são "pessoas de bem" - como pareces acreditar já que os elegeste para governarem o país - tens de considerar que eles são "puros" e não vão apresentar justificações falsas ( como um jogo da Champions) para faltarem a plenários...:))))
Quanto aos atestados médicos , todos sabemos como se arranjam neste país....

Virgínia

Mário disse...

Eu não generalizo, porque acho que há deputados óptimos e péssimos.
No entanto, não excluo a nossa quota parte de responsabilidade, porque a vida política é de todos. E se não participamos mais ou se elegemos estes e não aqueles é por opção, e nesse caso a maioria tem o direito constitucional a governar (que outra forma poderia existir, sem ser pior do que esta?).
O que me parece estranho nestas "medidas" é que se seja legislador e juiz em causa própria, e que a palavra de um deputado faça mais fé do que a de outro trabalhador qualquer. Foi ironicamente que coloquei esta entrada...
Mas as imperfeições da democracia não me impedem de continuar a ahcar que não há melhor regime do que este, e que este pode ser substancialmente melhorado, com novos paradigmas de participação - os movimentos de cidadãos com os quais tenho colaborado têm tido algum êxito nesta nova forma, ainda incipiente, de intervenção.

Anónimo disse...

Concordo com tudo - a escolha, no entanto é entre o mau ou o pior, cada vez mais. Nunca tive tanta certeza de que em Portugal não há qualquer tipo de fiscalização ou inspecção ou avaliação dos agentes políticos, escrutinados , embora, pelos media. Os movimentos cívicos e a autonomia das autarquias deveriam ser prioritárias, limitando-se o Estado a regular a parte financeira que lhes concede. Neste país - ainda ontem se viu no telejornal - o Estado não cumpre nem com metade das suas obrigações e as pessoas desistem de lutar por causas que seriam fantásticas, se todos ajudassem. Os alunos ontem queixavam-se de que não recebem os subsídios e bolsas desde Outubro, isto é uma vergonha. O mesmo acontece com projectos universitários. O meu filho tem de entrar com o seu dinheiro para muitos projectos, antes de receber ajudas de custo ou mesmo financiamento. Deduzem sempre que o indivíduo não vai desistir a meio e não cumprem nada do que foi estipulado.
Desculpa, Mário, sei que sou muito pessimista, mas trabalhar durante 37 anos para o Estado em escolas públicas, deu-me uma noção exacta do que é ser idealista num mundo uqe é materialista e pragmático- se não corrupto e desinteressado.
Basta ver a assembleia - vejo todos os debates quinzenais para verificar o ambiente, a falta de seriedade, de humildade e a incapacidade de diálogo existente entre os diferentes partidos. Ninguém quer colaborar com ninguém e todos querem o poleiro.

Até há pessoas muito inteligentes que se tornam ridículas ou que não se conseguem fazer ouvir no Parlamento. O Rangel é inteligentíssimo - foi professor do Zé na Católica - e ali é enxovalhado pelo Sócrates, um indivíduo sem educação de jeito ( nem sequer chá em pequeno), que nunca terá as qualificações necessárias para ser um bom PM.
Outro que faz dó é o Pinto Ribeiro, brilhante jurista, prof da Fac de Direito de Lx, mas criado no Porto, parece um fantoche atrás de foguetes...:)))

Bom, por aqui me fico....o teu blogue está a ficar demasiado cheio das minhas reflexões amargas. A propósito: Já foste ver Gran Torino?

Virgínia

zé disse...

"A Democracia é o pior de todos os sistemas, com excepção de todos os outros."

Adivinhe lá de quem é, Dr. Mário...

Concordo com o que diz a Virgínia em relação à seriedade dos debates quinzenais na A. R.. Quando tenho oportunidade também acompanho alguns e é deprimente a infantilidade com que são dinamizados. Falácia atrás de falácia, ninguém responde objectivamente às questões colocadas, atacam-se gratuitamente ora com números, ora com factos dos passado e não vejo colaboração entre as partes, nem um pouco de humildade que permita reconhecer à outra parte uma boa iniciativa. Será possível que nunca ninguém esteja de acordo? Facciosos! E sim, temos um P.M. que se defende das questões directas que se lhe deparam atacando e invocando o que mais lhe convém e o que mais à mão está, seja em termos históricos, qualitativos ou quantitativos, mas não consigo sentir isso reflectir-se na minha vida...
Hei-de sempre votar, mas acho que o melhor é começar a fazê-lo em branco. E é pena que muita gente confunda isto com abstenção. Se assim não fosse, talvez a A. R. estremecesse um bocadinho...
Alguém viu o Prós e Contras da passada semana a propósito do TGV? O Bastonário da Ordem dos Engenheiros apresentou situações, números e soluções muito claras e objectivas. Em resposta, o ministro Mário Lino disse o que disse durante toda e emissão: só investindo se ultrapassa a crise, há estudos feitos e estes indicam que o projecto é benéfico para o país. Não conseguia sair daqui e não respondia objectivamente ao que lhe era perguntado. Descaradamente. Parecia um menino mimado a fazer birra porque quer o TGV! São estes os nossos governantes. Sem argumentos, sem seriedade... O que Há-de ser de nós?
Espero ter tranquilizado a Virgínia quanto às reflexões amargas:)

Anónimo disse...

Obrigada, Zé ( que não conheço, mas gostava de conhecer). Ainda bem que alguém reconhece a imagem confrangedora da AR.
Vi os Pros e Contras e tenho exactamente a mesma sensação de deja vu. Alcochete jamais....mas TGV toujours lá. E para quê?
Amanhã vou para Lx de pendular , levo 2.30 e sabe-me bem a viagem, não cansa minimamente, é bonita a paisagem na primavera e fica de certeza mais barata do que o TGV!!
Tantas linhas de CF que se podiam construir em Portugal para evitar que todos andassem de carro. Quer-se ir ao Gerês ou a Tras os Montes e não há transportes, a não ser camionetas fedorentas que levam uma eternidade...
É por isso que não consigo aceitar este estado de coisas, já vivi muito e muitos anos fora de Lx e Porto e não vejo melhorias nítidas em relação à chamada província. É tudo para Lx, Lx, Lx!

Virgínia

zé disse...

Exactamente, Virgínia (que eu, infelizmente não conheço, mas hei-de conhecer. Já disse ao mano)! Qualquer dia o país vira com o peso das infraestruturas de Lx! Deve haver um pre-disposição genética para se ser político: dar respostas evasivas sem que ninguém repare, não dizer nada, mas ainda assim ter um discurso edificante, mesmo que vazio. Esta ideia está muito bem demonstrada num dos primeiros sketches dos Gato Fedorento (ainda no tempo da Sic Radical): O General, o Analista Político e o Gajo de Alfama. Vale a pena ver.
Um abraço para o Porto!

Paulo disse...

O melhor da "fé" nos senhores deputados está na fragilidade da mesma, pois a palavra de deputado faz fé para os próprios deputados,excepto para o Chefe deles (Presidente da Assembleia da República) que pode não ter fé nos deputados. É que quando a palavra de alguém faz fé, ela é inabalável, excepto se for feita prova da mentira da palavra do deputado. Será que o Presidente da Assembleia da República deverá fazer tal prova quando quizer exigir atestado médico?