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Faço minhas as palavras de Joel Neto -
aqui no DN - sobre a retórica de Miguel Sousa Tavares acerca do Fecebook, na semana passada, no Expresso.
O estilo "a larga maioria das pessoas", sem qualquer dado estatístico que consubstancie uma frase destas, cheira logo a esturro - aliás, já no programa com Paula Teixeira da Cruz, aqui há um par de anos, quando MST não sabia inventava.
E o que escreveu sobre o Fecebook é, quanto a mim, apenas o que deve dizer ao espelho para justificar não aderir a esta rede social. Não quer, não adira. É convidado? Recuse.
Mas classificar (=menorizar) intelecutalmente, psicologicamente e socialmente os que aderem ao Facebook é, no mínimo, reducionista e desinteressante, pondo em causa a profundidade com que aborda outros casos: será que o que escreve sobre a zona ribeirinha de Lisboa também é assim, por convicções e fé? Por acaso, não, mas a dúvida pode ficar.
Comentadores, analistas, politólogos, convidados, jornalistas, apresentadores, entrevistadores - qual a diferença profissional, científica, factual e funcional? Um dia destes não saberemos. E MST abrirá o telejornal com a boca da Moura Guedes, atacando Manuela Ferreira Leite ou Paulo Portas só porque não estavam disponíveis, nesse dia, para ir ao telejornal.
Um autor que vende livros como "pãozinho quente" antes mesmo de sairem do prelo, mas que não adicionou nada à literatura, a não ser algumas horas bem passadas para o Leitor (banal...), e que vive dessa profissão porque é MST, filho dos grandes Sophia e "Tareco", deveria ser mais cauteloso com as generalizações.
Dá vontade de escrever: "os que lêem Sousa Tavares são sofredores de isolacionismo, solitários, mentecaptos e carentes". Não o escrevo porque não sei - nunca fiz nenhum estudo epidemiológico. E porque li alguns livros dele e gostei - mas voltem a Joel Neto, um jovem com ideias, mesmo que se discorde delas.