A selecção da Alemanha foi eliminada. Mas para lá do bom futebol que praticou (apesar de a Espanha, ontem, ter jogado melhor), há que sublinhar a diversidade étnica (ou "multikulti") que deve ser tida como um passo extraordinário, seja em termos europeus, seja como pacificação de alguns fantasmas do país.
Lukas Podolski e Miroslav Klose nasceram na Polónia, Cacau no Brasil, Marko Marin na Bósnia-Herzegovina. Mario Gomez é filho de um espanhol, Sami Khedira de um tunisino e Mesut Özil tem ascendência turca. Jerome Boateng e Kevin-Prince são irmãos, têm ascendência ganesa e nasceram e cresceram em Berlim. O primeiro escolheu a nacionalidade alemã e o segundo a do Gana. Ambos estão nas selecções nacionais.
Os neonazis e a extrema-direita em geral ficaram furibundos. Ainda bem. A infelicidade deles é a nossa felicidade. Já Le Pen tinha zurzido na selecção francesa que ganhou o Europeu e o Mundial há um par de anos.
Cada país é o que é o seu tecido social determina e, felizmente, este está sempre em constante mudança. Em Portugal, uma em cada seis crianças nascidas no ano passado tinha pais estrangeiros. Ainda bem. A fertilização cultural e a tão desejada "pureza da raça" (arghhh! para o nome), ao contrário do que os nazis, os racistas e os xenófobos pensam, sempre se fez e faz-se à custa da diversificação, dos fenómenos migratórios e da "mestiçagem".
A Alemanha caíu e não era a minha selecção favorita, mas um "Viva" à Alemanha pelo passo enorme que, com esta selecção, deu, na sua História e na História da Europa.
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