Prometida na penúltima campanha eleitoral autárquica, a taxa londrina de circulação de viaturas privadas foi imediatamente instituída e é aplicada sem dó nem piedade. Quase toda a parte central de Londres tem esta taxa, de 8£ (cerca de 10€) por dia. Por dia! Há facilidades para quem comprar taxas mensais ou anuais (estas, cerca de 1.500€).
Câmeras fotográficas registam as matrículas e os computadores imediatamente assinalam quem tem de pagar - o pagamento é feito por telefone ou por net, através de cartão de crédito, e os automobilistas têm de pagar em 48h. Caso não o façam, a taxa sobe para 60£ nas duas semanas subsequentes, e depois para 120£. Ao fim de um mês entram em acção outras formas coercivas de pagamento.
O objectivo é limitar o tráfego privado, favorecendo (e de que maneira) os transportes públicos, que circulam rapidamente (sou testemunha) e amiúde. Por outro lado, estando o município de Londres altamente empenhado na luta contra a poluição, a redução da emissão de CO e CO2 e outros gases poluentes é enorme. Acresce que, pagando os londrinos preços elevados por metro quadrado de habitação, passam a dispor também de maior qualidade de vida e, igualmente, de maior acesso a parqueamento.
Por cá, falou-se vagamente disto quando das últimas autárquicas em Lisboa, mas a ideia caíu, como tudo o que é correcto mas politicamente embaraçoso. Pessoalmente, sou a favor de taxas de entrada na cidade, como em Oslo, Estocolmo ou tantos outros locais. Quem tem carro privado não pode pensar que o seu "sofá com rodas" é omnipotente. Talvez as pessoas pensassem duas vezes em comprar carro ou em andar a pé, de transportes públicos, de adquirir casas aqui ou acolá...
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