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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

mais um que sofre de desenteria verbal

O Papa condenou a homossexualidade e a transexualidade - comparando-as à destruição das florestas troipicais (?!) - porque não ter filhos põe em causa a sobrevivência da Humanidade.


E eu a pensar que, por estes dias, estaria ele ocupado em embrulhar presentes para todos os seus descendentes directos... ele e todos os cardeais, bispos, padres e afins...

Afinal, o Papa compara-se a si próprio à destruição da floresta amazónica porque, convenhamos, quem é ele mais do que os outros para os condenar por não terem filhos? (além de que a orientação sexual não se escolhe, e o celibato sim!).

Seria caso para dizer "Perdoai-lhe Senhor, porque não sabe o que diz!". Mas o pior é que sabe...

Ao menos, aquele padre de Fronteira, no Alentejo, que tinha o cognome de "Fazia-os e baptizava-os" era bastante mais merecedor do Reino dos Céus!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

há 30 anos...

Há 30 anos iniciava o papado Karol Józef Wojtyła, polaco, que adoptou o nome de Johannes Paulus PP. II, tornando-se o primeiro papa não-italiano em 455 anos.
Teve o terceiro papado mais longo da história do catolicismo (26 anos), tendo escrito 24 encíclicas.

Personagem enigmática e até contraditória (e necessariamente polémica). Viajou como ninguém (104 viagens), teve actos de um conservadorismo inconcebível, dando poder à Opus Dei e a outras prelaturas marcadamente reaccionárias, mas ao mesmo tempo foi ecuménico e um defensor da paz (será engraçado rever a sua posição quando da primeira guerra do Iraque).

Era um amante de teatro, de música popular e de literatura, tendo tido um papel muito activo na resistência aos nazis. Guarda-redes da equipa do Wadowice e praticante de halterofilismo, a forte compleição física terá evitado a sua morte, quando do atentado no Vaticano por Ali Ağca.

Após João Paulo I, acerca de quem fiz uma Entrada há dias, o papado do seu sucessor tinha de ser controverso. Pessoalmente, acho uma personagem intrigante, e o meu sentir, em relação a ele, oscila muito. Se a história dos segredos de Fátima me causam náusea, por outro, a atitude corajosa em nome da paz são de admirar. Mas depois abençoa a construção de uma réplica da Basílica de São Pedro no coração de África, a mesma África em que apregoa o "pecado" que é o uso do preservativo, em plena epidemia de HIV, ao mesmo tempo que consegue contribuir, fortemente, para o derrube da ditadura soviética, apesar de revelar alguma amizade por Fidel Castro. Provavelmente, é o testemunho de que ninguém é isento de críticas ou de elogios.

No cômputo geral, e é minha estrita opinião pessoal, acho que poderia ter sido bastante melhor. Mas o que é que se deseja de um papa? Se é um chefe de uma Igreja, é uma coisa, se é um Chefe de Estado, é outra, se é uma figura influente na ordem internacional, será uma terceira. E por vezes há conflitos de interesses...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

teria hoje feito anos. Parabéns!

Albino Luciani. Nasceu a 17 de Outubro e teria, agora, 96 anos. Se não tivesse morrido. Se não o tivessem assassinado? Dizem que Deus sabe, mas também dizem que Deus, ou alguém em nome d´Ele, se encarregou do serviço.

Trinta e três dias (número simbólico) chegaram para a revolução. O ano dos três Papas. O reinado pontifício mais curto da História. O Papa que era fã de Pinóquio, que teve como tese de doutoramento "A origem da alma", que dava consecutivos exemplos de humildade e de recusa dos favores e símbolos "exteriores de riqueza" da Igreja Católica, terminou os seus dias misteriosamente, não se sabendo ainda porque morreu.

Aquele que, para Madre Teresa de Calcutá foi um dos raros "raios de luz vindos de Deus", exclamou, ao saber-se eleito: "Que Deus vos perdoe!".

"Humanizar o papado" - foi o seu primeiro objectivo. E recusou usar a coroa e a tiara papal, porque considerou a sua missão como devendo ser um exemplo de humildade. O seu primeiro press-release, aliás, chamava-se "Humilitas".

Apesar de curto, no seu pontificado ainda conseguiu reunir uma conferência para discutir o problema da sobre-população no Terceiro Mundo, um tabu para uma Igreja que fazia (faz!) da anti-concepção um pecado, e pretendia prolongar o trabalho de João XXIII sobre o ecumenismo e o espírito liberal do Concílio Vaticano II.
Outras iniciativas foram dar aos países pobres uma percentagem do que as Igrejas dos países ricos recebessem, e receber o ditador argentino Jorge Videla para lhe lembrar a necessidade de respeito pelos direitos humanos e re-afirmar que era contra a "Guerra Suja" da ditadura sul-americana (que dirão aqueles que hoje se recusam a receber o Dalai Lama, em Portugal, e lambem as botas aos dirigentes chineses?).

Em Setembro de 1978 foi encontrado morto, sentado na cama. Autópsia? Não foi feita. Estava a escrever. O quê? Nunca se soube. Os documentos desapareceram.

Mas deixou apontamentos e escritos sobre Cristo e sobre o Rei David. Sobre Maria Teresa de Áustria e sobre Fígaro, do Barbeiro de Sevilha. Sobre Mark Twain e Charles Dickens.

Era ele ou a Igreja, no que esta tem de mais reaccionário e conservador. Não podia sobreviver. Envenenamento? Enfarte? O crime, a haver, prescreveu. Deus safou-se desta. Até quando?

sábado, 4 de outubro de 2008

crescei e multiplicai-vos. Quanto ao resto, amanhem-se!

O Papa voltou, esta sexta-feira, a condenar todos os métodos contraceptivos. Bento XVI diz que os casais que os usam estão a «negar a verdade do amor conjugal».


Só faltou ao Papa dizer que se oferece para pagar infantários, dar licenças de parentalidade por três anos com ordenado completo, educação gratuita, vacinas de borla, casas maiores, monovolumes por um euro, livros e material escolar, serviços de babysitting (mas não por cardeais, dado que o próprio Papa diz haver pedofilia dentro da Igreja), etc, etc.

1ª pergunta: o Papa achará que os pais não gostam de crianças, e que se pudesesm não teriam mais? Não achará que a baixa de natalidade é um sinal de uma enorme responsabilidade e de amor profundo pelas crianças?
2ª pergunta: o Papa achará que as pessoas não se devem realizar em outras áreas do que exclusivamente ter filhos (será uma auto-crítica dele, já que não tem nenhum, que eu saiba?)
3ª pergunta: está o Papa disposto a oferecer os tesouros e riquezas incalculáveis do Vaticano e a prescindir do fausto eclesiástico para subvencionar as medidas atrás mencionadas?
4ª pergunta: o Papa sabe em que século vivemos?

Estas perguntas, dirigidas a Bento XVI serão, seguramente, respondidas por um qualquer João Paulo XXXVIII ou um Papa Nestlé XIV, ou qualquer coisa assim...

PS. se os países europeus católicos - Itália, Espanha e Portugal - são os que têm menor taxa de natalidade de toda a Europa, então significa uma de duas coisas: ou os casais não fazem amor, ou então estão-se nas tintas para o que o Papa diz...