sábado, 4 de outubro de 2008

crescei e multiplicai-vos. Quanto ao resto, amanhem-se!

O Papa voltou, esta sexta-feira, a condenar todos os métodos contraceptivos. Bento XVI diz que os casais que os usam estão a «negar a verdade do amor conjugal».


Só faltou ao Papa dizer que se oferece para pagar infantários, dar licenças de parentalidade por três anos com ordenado completo, educação gratuita, vacinas de borla, casas maiores, monovolumes por um euro, livros e material escolar, serviços de babysitting (mas não por cardeais, dado que o próprio Papa diz haver pedofilia dentro da Igreja), etc, etc.

1ª pergunta: o Papa achará que os pais não gostam de crianças, e que se pudesesm não teriam mais? Não achará que a baixa de natalidade é um sinal de uma enorme responsabilidade e de amor profundo pelas crianças?
2ª pergunta: o Papa achará que as pessoas não se devem realizar em outras áreas do que exclusivamente ter filhos (será uma auto-crítica dele, já que não tem nenhum, que eu saiba?)
3ª pergunta: está o Papa disposto a oferecer os tesouros e riquezas incalculáveis do Vaticano e a prescindir do fausto eclesiástico para subvencionar as medidas atrás mencionadas?
4ª pergunta: o Papa sabe em que século vivemos?

Estas perguntas, dirigidas a Bento XVI serão, seguramente, respondidas por um qualquer João Paulo XXXVIII ou um Papa Nestlé XIV, ou qualquer coisa assim...

PS. se os países europeus católicos - Itália, Espanha e Portugal - são os que têm menor taxa de natalidade de toda a Europa, então significa uma de duas coisas: ou os casais não fazem amor, ou então estão-se nas tintas para o que o Papa diz...

4 comentários:

Anónimo disse...

Nem tenho palavras...ou seja sairiam em torrente, como este post. É incrível a hipocrisia, a demagogia e atavismo da Igreja e daí não conseguir tragar discursos paternalistas e cristãos, vindos dos casais burgueses, que sempre usaram a pílula e outros métodos...médicos que os aconselharam...estarão todos em pecado mortal permanente?

Ter filhos é um acto de coragem hoje em dia e de fé...mas não é a fé em Deus. É a fé nas nossas capacidades para os criar, educar, amparar, ajudar e ser ajudados por eles.

Ter filhos é maravilhoso, mas só quando se é capaz de dar e sofrer tudo por eles.Nisso sou radical.

Virgínia

Mário disse...

Aboslutamente de acordo, Mana.
Indigna, mais do que até irrita.
Porque, mesmo restringindo à população católica (para os outros, como para mim, o Papa representa um chefe de um micro-Estado sem assento na ONU e nada mais), se estes "mandamentos" fossem seguidos, o que seria? A miséria, a violência, o retrocesso civilizacional.

E depois esse aspecto da hipocrisia, desde padres que abusam de crianças, as maltratam em instituições, que têm métodos de ensino arcaicos e prepotentes, e a Igreja, rica e faustosa, do papamóvel aos tesouros papais. Ou os católicos que fogem aos impostos, criam pobreza, exploram o trabalho dos outros ou se exibem em sinais exteriores de riqueza... como muitos o fazem, através de ter filhos em colégios particulares... católicos...

Quando ouço, a propósito de uma guerra, "o Papa apela à paz", dá-me vontade de dizer: o Papa que se meta no avião e vá ao meio do conflito e converse com os dirigentes para fazer a paz. Viajar, só para show-off, lá para arriscar a pele, "está quieto, ó melro". Cristo, ao menos, sacrificou-se.

E apetece-me perguntar aos católicos: porque é que eles precisam de intermediários entre eles próprios e Deus? Não sabem comunicar directamente? Nem que seja por SMS ou messenger!

Desculpem o tom, mas indigna, realmente...

Anónimo disse...

Graças a Deus que já ninguém ouve esta gente...

Mais vale ter filhos a pontapé e que eles andem a passar fome, tenham de ser explorados e não tenham educação, não é? Que sejam infelizes só porque os "senhores" acham que é pecado... apetece dizer-lhes coisas um pouco profanas...

Sim, sem dúvida, Microsoft God Messenger!

Mário disse...

É, João Pedro. E que sabem os clérigos sobre "o amor conjugal" de que tanto falam? Quando afastam as mulheres de serem ordenadas apenas por serem mulheres (prefeririam ordenhadas, se calhar). Um dia, um cunhado meu falou de um tio, que tinha no Alentejo, e que era padre e tinha a alcunha de "Fazia-os e baptizava-os". Ao menos mostrava que era humano!