sábado, 11 de outubro de 2008

enigma...

Confesso que não morria de amores pela personagem de Paulo Teixeira Pinto (PTP). Não apenas por ser porta-voz do governo de Cavaco Silva e eu não gostar do governo de Cavaco Silva, mas por pertencer à Opus Dei, organização que (como a Maçonaria) me bulem com o sistema nervoso.

Assisti, como os portugueses em geral, às peripécias do BCP e de Jardim Gonçalves, e aí pensei: "Estava certo É mais um." E quando PTP saíu do BCP com uma choruda reforma, as minhas "certezas" foram ainda maiores.

No Verão pude ler uma entrevista, creio que ao Expresso (se não foi, que me perdoe a revista onde a deu). E pude adivinhar certas entrelinhas. Depois o abandono do Banco e da Opus. E a dedicação à pintura e à poesia. E o que tem dito e escrito.

Não comprei ainda o livro LVXXXI, mas vou fazê-lo. E se o vou, assim às escuras, é porque PTP tem-se-me revelado. De acto em acto, de gesto em gesto, de obra em obra, que não a Obra. Um enigma, e eu adoro enigmas.

Pessoalmente, sem o conhecer, julgo entender o porquê do que, aparentemente, poderia ser considerada uma "súbita e oportunista" mudança. Creio que não. E se um jornal me fizesse aquela pergunta, habitual: "Com quem gostaria de jantar hoje?", acho que, hoje, responderia: "PTP".

9 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns por conseguir dar o benefício da dúvida a alguém de que antes não gostava.
Depois diga qualquer coisinha do livro.

QC disse...

Na sua coluna de página y mais páginas de um jornal que não me lembro o nome, Paulo Teixeira Pinto deixava lá uma mancha de tinta que prospectivava de Poesia. POESIA!? Isso. Quando no Verão de 2005 foi alertado para o facto de o Responsável do Departamento da Imagem Institucional do millennium bcp - o João Miranda (ao ter sido colocado ao corrente - em detalhe (!) - sobre o Roubo e Vandalização de um Projecto de Divulgação e Promoção da Língua Portuguesa e seus Poetas pela Delta-Cafés; empresa a quem o millennium bcp, agora pagava para ver as suas felicitações de Natal aos portugueses impressas nos Pacotes de Açúcar) - ter igualmente socorrido-se da mesma TRAMOIA para propor a campanha de Promoçãoda Fundação millennium bcp no Diário de Notícias y, assim, levar a imagem da Fundação mbcp e o seu papel de Mecenato-Cultural ao conhecimento do Cidadão Comum. Pois. Foi um enorme SILÊNCIO. Um Silêncio grosseiro, abjecto; um silêncio de Traste, de Pulha, de Cobarde; um silêncio de homem sem Eles em nenhum sítio, sem sequer saber o que isso era - o sítio onde eles devem estar e permanecer, quando a hombridade, a verticalidade, a autenticidade é a única coisa que está para pôr na arena; ali, essa arena onde o combate apenas deve usar a arma da verdade. POETA!? Ser-se poeta não é uma coisa que se compre como um curso. Pode lançar, mancha de texto atrás de mancha de texto; palavras alinhadas em filas de versos. Pode até, nem duvido, ter leitores-compradores, declamadores por encomenda de palavras que das suas bocas sairão nuas y aputanhadas. Paulo Teixeira Pinto ocultou um ROUBO à Língua Portuguesa, à Poesia e seus Poetas, para - à custa deles - também trazer proveitos para o seu Banco. Agora Transfigura-se em POETA!? Como pode tal Canalha querer ser o que nem sequer parece ser.
Quinta-feira é lançado mais um objecto-livro-abjecto que se faz passar por poesia. com a singela assinatura Paulo teeixeira Pinto.
F-se! Paulo Teixeira Pinto: nem poeta; nem De Puta Madre! F-se! A Verdade Não Prescreve!
PS.1: Esta éstoria não me foi contada. Eu vivi-A!
PS.2: Desavergonhice é um conceito do Thomas Bernhard, PTP é um exemplo dele, aplaudido por uma Sociedade Cívil temente y demente na veneração ao abjecto.
PS.3: Tentei, tentei, tentei ... contactar a comunicação Social, inclusive o Diário de Notícias todos se curvaram à desavergonhice. A desavergonhice Manda y é a enorme Rainha, a donzela de estimação.

Mário disse...

João Pedro
Não estou a dizer que fiquei fã incondicional do PTP, mas que gostava de o conhecer mais aprofundadamente, isso sim, porque acho que representa o que pode acontecer a qualquer um de nós, e hesito, quando o vejo, entre achar que é um monstro de cinismo ou um homem que soube ultrapassar-se e evoluir, provavelmente perante factores que não pôde controlar e que fazem parte da vida de qualquer mortal (soa estranho, não é? Vida de mortal... ou morte de um vivo...).

Puta Madre
Gracias por el suyo comentario.
Que nó la puta que te parió, hombre?
Bueno. Fijate majo!
Não me compete a mim julgar PTP - não sou delegado do Ministério Público nem Juiz. Se sabe de alguma coisa que seja crime, é seu dever denunciar às autoridades, como cidadão.

Quanto ao que fez no Millenium-BCP e que diz respeito aos accionistas, não sou accionista do banco nem tenho lá conta. Pelo que não posso pronunciar-me por coisas que não me dizem respeito directo.
mas se se acha perseguido ou afectado, apresente queixa.

Quanto à opinião que reflecti na Entrada, mantenho-a, e ainda mais depois do seu comentário: gostava mesmo de jantar com ele, em tête à tête, para, esactamente, o poder confrontar com tudo isso que escreveu.

Quanto ao DN, sei que mandei para lá, na quarta-feira, um comentário muito crítico sobre as palavras da Ministra da Saúde (de quem sou amigo e colega pediatra) sobre a vacina anti-pneumocócica e foram publicadas no dia seguinte. Mas também não sou director do DN nem um dos seus accionistas...

Quanto a este Blogue, sinta-se livre, desde que, como qualquer outra pessoa, não ultrapasse os limites da decência ou faça atropelos à democracia.

QC disse...

Mário, na foto está um ser feminino, não é?
Achas se eu fosse um "Majo" os millenniuns se atreviam? Não. Claro que Não.
Essa da iustissa teve graça. Era bom, era.

PS.: Eu tb acho que o PTP Pensa Bem. ... Mas não esqueço ... Talvez ele se regenere como se diz no Post!

Anónimo disse...

Sim, sim eu percebi que não ficou fã incondicional dele, mas o facto de rever o que acha dele e procurar novos factos já mostra per se alguma coisa.

Quanto à "de puta madre", bom não creio que haja muito a fazer. já fez, mesmo, o possível. Nesses casos, é sempre complicado as coisas andarem para a frente, infelizmente.

Mário disse...

Não reparei na figura, porque só abriu depois de escrever! Gaffe!

Eu sei que pode parecer estranho esta mudança. No início não podia com ele. Achava que era um testa de ferro de um banco que, infelizmente desde que começou, estava ligado à Opus Dei (agora é maçónico...) e discriminava as mulheres. e não foi há tanto tempo assim, embora creia que o PTP ainda não estava lá nessa altura, apenas o Jardim Gonçalves (cujo irmão, entetanto, pontificava na Oikos em defesa da não-discriminação...).

Acredito em todas essas histórias sórdidas. Mas até por isso gostava de perceber se um homem se pode regenerar ou se o cinismo pode ser tal que faz de conta que se regenerou. Quase como um case-study. Claro que ter um rendimento mensal de excelência também ajuda a "regenerar" qualquer um - posso ser optimista, mas não sou ingénuo...
Se me dessem por mês metade do que ele ganha também escrevia mais e pintava, nem que fosse o caneco!
Abraços

Mário disse...

João Pedro
Comentários cruzados, ou blogando ao mesmo tempo.
Mas sei que há razões de queixa de muita gente. E mesmo sem conhecer os pormenores, genericamente os bancos têm muito a ver com a crise que se vive.
Em 2007, apresentaram lucros fabulosos quando já se anteviam problemas.

O BES tinha, há mais de uma década, um anúncio de um homem a segurar num rectângulo enorme que dizia "TUDO", e o anúncio era: "Compre tudo o que quiser com o crédito BES". As pessoas não deviam ser tansas ou ganaciosas, nem comprar mais do que podem, mas os bancos têm uma dose muito grande de responsabilidade nesta fúria consumista.

O pior é que, quando toca a rebate, o Estado nacionaliza-os. Quando as acções estiverem em alta, volta a privatizá-los... onde é que já vimos este filme?

QC disse...

JP Y Mário.
Pois. É! Resta-me dar largas à minha veia para Antígona.

Quanto ao PTP, desde à muito que tinha reparado que o homem sabe pensar. As suas associações a essas "Mão-de-Ferro" ( personagem do Balzac que tinha protegidos ...) é curiosa. A aparente facilidade com que parece ter rompido com elas. Sempre pensei que fossem vínculos vitalícios ...
..........s sempre gostaram de ouvir histórias da "varinha de condão", na falta dela, o "crédito" cumprio bem a o papel ...

........
já agora algum de vocês consegue alcançar em termos práticos o que é que acontece se isto galopar para a "banca-rota" ... ... Virá aí alguma guerra para distrair as atenções? ou algo parecido?
Vale.
Não tenho imaginação para perceber este cenário.

.... as pessoa

QC disse...

.... as pessoas sempre gostaram de ouvir histórias da "varinha de condão", na falta dela, o "crédito" cumprio bem a o papel ...

( a frase saltou!).