"Professor"
"Soutor"
"S´tor"
"Prof"
Tantas designações para pessoas que representam, para nós e para os nossos filhos, uma parte muito significativa do bem-estar, da sabedoria e do conhecimento. Além de múltiplas vertentes sociais e comunicacionais.
Obrigado a todos os bons professores. Os outros, os que são apenas "licenciados em prática", sem vocação e fazendo o frete, não mancham esta profissão, digna, corajosa e imprescindível.
"Sai uma maçã para a s´tora do canto, já!"
domingo, 5 de outubro de 2008
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1 comentário:
Ás vezes quando olho para trás, penso que não poderia ter sido outra coisa.
Contrariamente ao meu mano mais novo, eu já dizia em pequena que queria ser professora e até sabia qual a escola onde ia leccionar um dia - a de Caselas - aquela casa pequenina, parecida com os livros da Milly , Molly, Mnady, que lia no colégio inglês.
No dia em que defendi tese de licenciatura, já estava a pensar no estágio e, salvo erro, já me tinha inscrito para professora eventual.
Nunca duvidei do meu talento para leccionar, embora reconheça que houve momentos em que teria feito tudo para não ter de entrar na sala de aula - ou porque os alunos eram demasiado fracos e desinteressados ou porque os meus deveres de Mãe me deixavam exausta, sem stamina, com dificuldades físicas para me manter à tona.
Mas nunca desesperei e tentei sempre "dar o meu melhor" , como os futebolistas costumam dizer.
Mesmo antes de ganhar os extras como autora dos manuais, eu vivia a minha vocação com unhas e dentes.
Um exemplo: nas zonas rurais onde leccionei, deslumbrei-me com a possibilidade de dar aos alunos uma ideia de tecnologia ( já então)com que eles nem sonhavam: um projector de diapositivos que comprei com o meu dinheiro em Coimbra ( 7.000 escudos) e pelo qual fui reembolsada mais tarde. Passei tardes com uma colega a desenhar a tinta da China diapositivos para as aulas pintados a caneta de feltro. O efeito na sala de aula era fantástico e ainda tenho caixinhas deles.
Poderia ficar aqui eternamente a contar-vos coisas que experimentei pela primeira vez nas minhas aulas....mas isso fica para mais tarde.
Quando vejo os Magalhães a entrarem pela mão do 1º Ministro com tanta pompa e circunstância nas escolas, pergunto-me qual o impacto que eles irão ter em miudos que já têm tudo.
Hoje que já deixei o ensino, lembro com saudades as aulas mais marcantes que eu ou os meus estagiários démos durante anos.
Também me lembro da injustiça com que fomos tratados nos últimos anos do meu desempenho. Já nem quis concorrer a professora titular, nem a nada...apenas sair logo que pudesse.
Obrigada por este post. Faz-nos acreditar que ainda há lugar para os professores - sejam eles chamados de isto ou aquilo - e que serão sempre figuras indissociáveis do processo de desenvolvimento das crianças e adolescentes, para o melhor ou para o pior.
Acredito que deixei nos meus alunos uma imagem positiva senão marcante e que os ajudei a ser um pouco melhores.
Virgínia
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