Será que alguém sabia
Que o Signor Lucca de Rabia
e o Duque Theo de Manzanares
Se enfrentaram
E lutaram
Num duelo sangrento
Para pedir em casamento
A bela Laura di Stendici
Eram seis e dez em ponto
Quando as armas se voltaram em confronto
E dispararam quase simultaneamente
Lucca morreu com um tiro no peito
Theo ficou agónico, com a bala de Lucca no rim direito
Enquanto isso,
Aquecida pelo belo edredão,
Que ostentava o brasão
dos Manzanares,
Laura fornicava na sua cama
com o irmão de Lucca e primo de Theo,
Enrique de Chirimoya y Olivares
“Ouviste aquele barulho?” – perguntou
Ele inclinou-se, beijou-a e comentou:
“Devem ser Lucca e Theo a discutir quem matou mais narcejas”
“Excitas-me tanto, meu amor, quando gracejas!”
– riu-se a dama.
poesia de Mário Cordeiro
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Tão macabro e tão cínico. Eram estas histórinhas que o nosso Avô Júlio nos contava quando íamos lá a casa, para estarrecimento da Avó, que repetia vezes sem conta: "Oh Júlio, isso não são histórias para as pequenas!".
Nunca mais me esqueci da Tosca, nem do Conde Ungulino, fechado na torre à fome. Bahhhh....e ainda falam de crise:)))
Este "poema" foi escrito na sequência de observar um "emocionante jogo de sedução enter três meninos de cinco e seis anos e uma menina de cinco, pretensamente namorada de um deles...
Deu-me gozo, pelo menos, mas realmente eram as histórias do Avô, muitas vezes baseadas nas tragédias das óperas e que nós adorávamos, ouvindo depois os discos e até tendo oportunidade de ver no Coliseu.
Começam cedo...será que aprovam a lei do dovórcio????
Muito bem "esgalhado" o poema.
Miguel: Obrigado!
Enviar um comentário