quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
quarta-feira de cinzas
Marcha da Quarta feira de Cinzas
Vinicius de Moraes
Acabou nosso carnaval, ninguém, ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança, contente da vida feliz a cantar
Porque são tão tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Todo Carnaval tem seu Fim
Marcelo Camelo
Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
Mas o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo...
Toda rosa é rosa por que assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim, é o fim
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz
Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz
Desenho: Archangel
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2 comentários:
Lindos poemas....mas o dia é de sol, está radioso aqui, muitas pessoas têm férias ainda,muitas foram de férias e ainda não voltaram - muitas têm agora férias permanentes porque estão sem emprego - e nem se nota quase que acabou o Carnaval.
E depois há o Carnaval político, infelizmente, que dá cada vez mais vontade de rir e chorar. As máscaras não há meio de cairem, quando caem não se reconhecem as caras, continua-se a "fazer de conta" e a gastar o que se não tem.
Gostava que este país acabasse com o Carnaval de vez e encarasse a vida de frente, que não fizesse escolhas já deitado e que conseguisse ver a luz ao fundo do túnel...
Virgínia
PS. Ao menos em dia de Carnaval, o FCP jogou a sério :))
Ontem andei a trautear a do Vinícius... e até desenterrei uma velharia a propósito da data. Beijinhos!
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