Foi em 1953, a 19 de Junho. Julius e Ethel Rosemberg foram executados na cadeira eléctrica,por "alta traição" e espionagem a favor da União Soviética, designadamente na área da energia atómica.
Em pleno McCarthismo, estes dois cidadãos americanos, conhecidos pelas suas simpatias comunistas, acabaram por ser punidos, pese embora a fragilidade do processo e as muitas incógnitas acumuladas - Albert Einstein testemunhou a favor dos réus, afirmando ser impossível o que a acusação referia, quanto aos segredos atómicos eventualmente passados pelo casal.
"Só a luta organizada contra os traficantes do ódio pode salvar a paz e a
liberdade" escreveu Julius.
Jean-Paul Sartre indignou-se: "vocês americanos são colectivamente responsáveis por esse assassinato. Alguns por o terem patrocinado, outros por tê-lo consentido. Vocês permitiram que a América se tornasse no berço de um novo fascismo" - Sarte, curiosamente, endeusava o paraíso soviético, sabendo (porque não podia deixar de saber!) o que se passava em termos de ditadura e de atentados à liberdade e à vida.
A União Soviética já não existe. A Coreia do Norte acusa e mata pelos mesmos motivos. Os segredos atómicos já estarão, provavelmente, na internet. O casal Rosemberg desapareceu faz hoje 56 anos.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
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4 comentários:
Bem recordado... lembrou-me outro par de vítimas injustiçadas: Sacco e Vanzetti (que cantava o nosso Moustaki, hoje muito doente).
Por acaso, vi recentemente uma série de TV em que Ethel surge, sem ter directamente que ver com a história, como alucinação, num papel quase de "coro grego". Muito giro.
É Angels in America, de Mike Nichols (o de The Graduate, Closer e Charlie Wilson's war, entre outros). Uma excelente mini-série em 6 episódios sobre vários assuntos candentes dos EUA, incluindo sida, judeus, mórmones, homossexuais e drogas. O elenco é de luxo: Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson, Mary-Louise Parker. Recomendo a todos e se o autor do blogue quiser, posso emprestar-lha em DVD. Beijinhos
Podes emprestar, por supuesto!
Há muitas histórias assim, algumas passadas a romance e/ou filme, de pessoas que foram apanhadas na voragem da História e dos acontecimentos, levantando também a questão (para mim pacífica) se se pode tratar alguém "como exemplo". Acho que não, mas há quem entenda que sim. Tema tão polémico como o da antepenúltima entrada... (sobre a qual aguardo o teu comentário, Huck)
Podes emprestar, por supuesto!
Há muitas histórias assim, algumas passadas a romance e/ou filme, de pessoas que foram apanhadas na voragem da História e dos acontecimentos, levantando também a questão (para mim pacífica) se se pode tratar alguém "como exemplo". Acho que não, mas há quem entenda que sim. Tema tão polémico como o da antepenúltima entrada... (sobre a qual aguardo o teu comentário, Huck)
Já vi essa série quando deram na Tv - salvo erro na Fox ou na RTP2, não me lembro. Era bastante provocatória, mas interessante, para variar dos crimes.
Vai agora começar de novo o Sem Escrúpulos com a Glenn Close no AXN. Gostei bastante do primeiro, também esta polémica e até chocante.
Também penso que o filme Ligações Perigosas, que se estreou ontem, com a Helen Mirren , o Russell Crowe, etc deve ser a ver. É um thriller.
bjos
Virgínia
Quanto oas Rosenberg, é uma história arrepiante, estudei o periodo do McCartismo e se fosse americana, tinha vergonha. Um livro excelente sobre o assunto é o "I married a Communist" do Philip Roth.
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