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A História me absolverá" - disse Fidel, em pleno julgamento, nos anos cinquenta, quando era ainda prisioneiro do ditador Fulgencio Batista.
Esta confiança total nos desígnios da História fê-lo, como em tantos outros casos, confundir idealismo e missão com ditadura de inspiração divina.
Tornou-se num ditador feroz, dinossáurico e obsceno. Tem sangue nas mãos e Cuba não é o paraíso dos "amanhãs que cantam", mesmo dando o desconto de um ignóbil embargo norte-americano. É um país paupérrimo, desigual, onde só não há SIDA (?!) porque um decreto governamental não permite (e os doentes de HIV estão em "sidários").
Hoje "desistiu", diz ele, da presidência. Desistiu... está mais morto do que vivo, e ainda quer criar a ilusão de que poderia continuar. Deixa o irmão, que tem tanto sangus e injustiça nas mãos como ele.
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A História o julgará!" - assim é que é a frase universal. Se o absolve ou não, não é a Fidel que compete dizer. Por mim, já tenho o veredicto, mas como não sou juíz nem sou a História, limito-me a expressar o meu enorme contentamento de cidadão do mundo, ao ver desaparecer de cena mais um torcionário e ditador.