Celebra-se hoje o Dia Mundial da Saúde. Este ano, a OMS escolheu o tema "A influência da arquitectura e do urbanismo na saúde". Não podia ser mais pertinente. Da insolação aos ventos dominantes, da insalubridade dos logradouros ao trânsito, do ruido aos espaços verdes, passando por aspectos interiores relacionados com a saúde mental, depressão e acidentes, o espaço habitacional e o espaço urbano são considerados dos factores mais importantes para a saúde, seja para a sua promoção, seja para dar cabo dela. Vale a pena, pois, reflectir sobre estes aspectos e pensar em como se aplicam no nosso exemplo pessoal, e quais os graus de liberdade que temos para melhorar a situação. As escolhas são nossas...
quarta-feira, 7 de abril de 2010
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6 comentários:
Não são inteiramente nossas, pois as casas com muitas mordomias que nos fariam gozar a vida de um modo mais capaz estão num patamar elevadíssimo para os comuns dos mortais. O mesmo acontece com os espaços verdes, ter casas com espaços verdes à volta e com transportes publicos perto também é quase impossível. Numa cidade pequena , acho que se pode transformar o ambiente com participação cívica, numa grande , nem sempre é possível. Felizmente o Porto ainda é pequeno - a cidade pp dita - e vive-se bastante bem no meu bairro. Basta dizer que da minha janela só vejo árvores de um lado e doutro, o que nesta época é muito bom.
As varandas também me paecem essenciais para que se possa respirar de vez em quando o ar lá fora e não se fique confinado às paredes duma casa.
Pensar as cidades é uma tarefa que envolve muitas variáveis (mesmo se não incluir a “undercover” corrupção) e portanto de difícil análise. Por outro lado, dada a complexidade não existe 1 solução óptima, mas muitas soluções boas que no contexto concreto (cultural, económico, político,...) podem ser implementadas.
No entanto, há pequenos nadas que fazem toda a diferença e que estão ao alcance de quase todos. Um exemplo, não alterar as fachadas dos edifícios (fechando varandas). Em Lisboa durante anos cada um fez o que quis – mesmo em avenidas de referência. Hoje felizmente já é mais raro.
Deixo aqui uma sugestão de um caso concreto para discussão (e aplicação dos tópicos do post): O que poderíamos fazer no espaço onde estava a Feira Popular?
Claro que o vil metal é um factor a considerar, mas não apenas esse. Muita gente, quando procura uma casa para arrendar ou comprar, pensa se a sala tem não-sei-quantos metros quadrados (muitos) e jacuzzi... aliás, quando há pouco tempo rpecisei de ver casas, descobri que a maioria dos agentes imobiliários não sabia onde nascia e se punha o sol, ou de onde soprava o vento...
As cidades devem voltar ao conceito que presidiu à sua génese, no pós-neolítico: serem um aglomerado de aldeias (bairros), potenciando as questões da saúde, protecção e defesa, gestão de espaços e armazenamento de comida e água, mas deixando o espaço à escala humana, com prédios em que se distingue, cá de baixo, se na varanda está a vizinha ou o gato da vizinha. É fascinante a história das cidades, e o conceito urbano actual é muito recente: paris, até ao século XX, era um aglomerado de arrondissements, como Lisboa ou o Porto eram de bairros - a edificação das "coroas" peri-urbanas veio transformar tudo, com destaque para o caos de trânsito, primeiro responsável do stresse, ruído e oturas tantas coisas más... mas muito haveria a dizer...
Tenho o privilégio de trabalhar mesmo em frente do espaço onde foi a Feira Popular e todos os dias penso como seria bom se esse espaço fosse transformado num jardim público. Mas claro que sei que isso não passa de um sonho porque o que vai acontecer certamente é que daqui por uns anos (poucos) comece a surgir ali um “galinheiro” como os que foram construídos na Av. das Forças Armadas. Isso das escolhas serem nossas é uma utopia. Se as escolhas fossem nossas, tenho a certeza que a Feira Popular continuaria a existir e nesse mesmo local. Se as escolhas fossem nossas eu, que escolhi viver no sítio onde vivo, que escolhi pagar uma renda altíssima para aí viver - sem roubar nada a ninguém e sem ganhar mais do que muitos outros mas porque abdiquei de ter casa própria e de fazer/ter muitas outras coisas nomeadamente roupa de marca, 2 carros, etc. -, que contribuo com o meu elevado civismo (passe a modéstia) para a qualidade de vida do bairro, teria direito a que o meu filho pudesse frequentar a escola que fica a 2 quarteirões do local onde reside. Dois exemplos que provam que as escolhas não são nossas e que mesmo quando pensamos que são, os planos podem sair furados. Se querem que vos diga, já me estou nas tintas para problemas como a arquitectura, urbanismo, saúde, etc. De quê que me serve sentir-me revoltada quando palacetes lindíssimos são deitados abaixo para construir mamarrachos ou quando espaços enormes em calçada portuguesa são substituídos por pisos completamente incaracterísticos ou quando pago para viver num sítio lindo e calmo de Lisboa e o meu filho tem de competir com crianças de outros locais de Lisboa ou dos subúrbios para entrar na escola onde, por direito, deveria entrar? Já me estou nas tintas. Faço o que tenho de fazer para ter a consciência tranquila mas não perco tempo com utopias.
Eu concordo com todos, afinal não tem lógica nenhuma ficar-mos nós preocupando com os predios, e tudo que está relacionado com a arquitetura se não tivermos respeito pelo lugar onde vivemos.....
Visitem: http://www.tianguageografico.blogspot.com
Mais ou menos a propósito, realizou-se, no Maputo o XIII Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos PALOP's.
Giro. Das intervenções - sempre reveladoras dos avanços cintíficos na área em questão - realçaram-se duas: uma sobre o ENVELHECIMENTO, e outra sobre OBESIDADE SARCOPÉNICA.
Não é tanto a questão da obesidade mas o paradoxo de estes temas terem sido aboradados onde foram. Paradoxos...
De qualquer modo é bom perceber que a comunidade de língua portuguesa "mexe" também na área da actividade física.
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