O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Sophia de Mello Breyner Andresen
(como disse Adriano Moreira, há dias, na Antena Um: "Quer saber o valor da Liberdade? Perca-a e já o saberá...")
18 comentários:
Gostava que todos soubessem verdadeiramente qual o valor da liberdade e as responsabilidades que ela acarreta. Nós, que não a vivemos totalmente antes do 25 d Abril, apreciamo-la cada vez mais. Mas ainda há muita gente que confunde Liberdade com egocentrismo e vive como se os outros não existissem.
É - e este ano está - um dia lindo!
Muito lindo, sem nuvens. Era bom que fosse sempre assim, de facto... Mas vamos aproveitar e celebrar a Liberdade! Um bom dia!
Viva o dia 25 de Abril. Corri 11500 metros, entre o Largo do Carmo e o Quartel da Pontinha. No fim, recebi dois cravos vermelhos.Nome da corrida : " Corrida da Liberdade"
Lindo dia mas algum calor...
Gostaria de deixar aqui o extrordinário poema de José Carlos Ary dos Santos ?As portas que Abril abriu' mas é muito longo e o blog não o maceita (reaccionarismo-?...).
Assim sendo deixo um poema de Manuel Alegre:
'Abril de sim, Abril de Não'
Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Filipe
Fica aqui o link para o poema de Ary dos Santos (é muito grande!!!:
http://www.pcp.pt/actpol/temas/25abril/30anos/portas-abril-abriu.htm
É o sítio do PCP, mas creio que não há perigo de contágio...
A Pi pôs esse poema no blog dela. Orgulho-me dela, por ser minha filha, por ser a mulher que é, por ver que tudo o que lhe transmiti até agora ficou lá. Fico muito feliz por ela, que nasceu muito depois do 25 de Abril, ter a noção de como foi importante esse dia e, principalmente, a emoção com que sempre viveu este dia e como, de algum modo, sempre fez questão de o comemorar.
Viva o 25 de Abril, Viva Portugal, Viva a Liberdade!
É engraçado que as pessoas do PSD passem a vida a dizer mal do relembrar do 25 de Abril, mas depois invoquem o nome de Sá Carneiro, a propósito e a despropósito. O homem morreu em 1980, seis anos depois do 25 de abril. Já passaram 30 anos desde que morreu. Mas invocam-no. Depois, quando se fala no 25 de abril, sem o qual o partido não existiria, mostram-se quase agoniados com o comemorar da data. Assim não vamos lá...
Jorge Saraiva
Ouvi dizer ( por falar em PSD ) que o discurso do Aguiar Branco por ocasião do 25 de Abril foi muito interessante . Quem mo referiu foi alguem insuspeito de simpatias com ele ou com o PSD.
De Lenine a Sérgio Godinho, passando por Zeca Afonso, e defendendo que se "deve devolver ao povo o que o povo produzir".
Interessante. E Passos Coelho com cravo vermelho na lapela. Muito interessante.
O Sócrates que se cuide - vai cair e não tarda.
Foi um discurso interessante, sim senhor. E actual.
Só os PC e PS é que tem o direito e o mau gosto de usar cravo na lapela, mano?
Já agora devo dizer-te que o Socrates vai lá continuar até cair como as maçãs...e os cravos murchos.
Vai cair porque já não consegue nem sequer manter a fachada.
O que virá depois, não sei, mas uma lufada de ar fresco - como em Inglaterra - faz sempre bem à saúde de um país, desde que os que vêm não apareçam como iluminados, isentos de responsabilidades anteriores ou tão pesporrentes como os antigos.
Usa cravo quem quer. Não é bom nem é mau. Mas não costuma ser frequente um líder do PSD com cravao, convenhamos.
E quanto a Lenine, dispensava as citações de um líder autocrático, ditatorial e que nada tem a ver com a sociedade que pretendo.
Ainda a este propósito, umas palavras de Daniel Oliveira que julgo fazerem sentido:
Os cravos nas lapelas de Aguiar-Branco e Passos Coelho provam apenas que a direita portuguesa precisou de 36 anos para se libertar da sua relação complexada com a ditadura e fazer as pazes com a revolução. Não foi a esquerda que tomou aquele símbolo como seu, foi a direita que o renegou durante anos. O que não espanta, não tivesse sido o PSD (muito mais do que o CDS) a casa de acolhimento dos quadros locais e intermédios do Estado Novo que procuraram protecção debaixo da asa dos homens da Ala Liberal. Quem se lembra da vitória da Aliança Democrática, no final dos anos 70, lembra-se de como nas bases da AD surgia com tanta facilidade um tom saudosista e revanchista.
Os cravos na lapela simbolizam apenas o desejo de unidade num dia em que todos se sentem importantes - o 25 de Abril restituiu-lhes, segundo dizem, a identidade, a liberdade, o progresso etc.etc.
A verdade é que todos se esquecem que não é com cravos que vamos lá, mas com trabalho e responsabilidade, consciência colectiva de que o país é nosso e temos de o salvar.
Em relação aos resistentes do Estado Novo, a Ala Liberal, esses é que foram verdadeiros herois porque falaram alto quando custava fazê-lo, aceitaram lugares na Assembleia para poderem criticar, daí ninguém os poder julgar de ânimo leve.
Muitas pessoas se abrigam nas asas dos politicos que detem o poder, vê lá quantos amigos, primos , tios e apaniguados tem o Socrates e como isso lhes grangeia um futuro mais promissor.
Tom saudosista existe sempre, basta conversar com motoristas de taxis, o que faço frequentemente. Os portugueses adoram a nostalgia, o faduncho, o retorno a um não sei qual país em que todos tinham tudo. A verdade é que nunca todos tiveram - nem têm agora, sublinho - o suficiente. E de quem é a culpa??
A Alemanha integrou milhões de pessoas no seu seio. Na altura havia muitos saudosistas, desses que tu invocas aqui. Falei com progfessores do Colegio Alemao que estavam perturbados, mesmo. No entanto os de Leste começaram até a vir dar aulas para cá, eram bons, excelentes funcionários e adaptaram-se tb às leis do novo regime. Isso é que ser uma nação.
...debate interessante.
O cravo é um símbolo, ele representa uma ideia, mas uma ideia muito bonita, a da Liberdade. Na verdade, sempre que vejo um cravo, nomeadamente quando estou no estrangeiro, tenho um bom sentimento - de familiaridade, de afecto, de alegria, que, justamente, dá-me vontade de arregaçar as mangas, não desistir, e fazer melhor. Para além do que, os cravos e as cravinas pequeninas cheiram maravilhosamente bem. ;-)
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