sexta-feira, 22 de agosto de 2008

até que o casamento dê cabo de todos...


O veto "político" de Cavaco Silva não é político. É um veto moral, o que não é correcto, na minha opinião, numa democracia, quando o documento imana da Assembleia da República, que representa o povo.

As razões expressas no veto são, quanto a mim, tendenciosas e ultramontanas: aliás, o Presidente trai-se quando diz que pretende defender os mais fracos, e acrescenta "que são principalmente as mulheres". Esta parte é redundante e desnecessária. Defender os mais fracos, quaisquer que eles sejam, é o que interessa. Aditar "que sºao as mulheres" é discriminatório. Só faltava escrever "os pretos" ou "os coxos". Estranho que nenhuma feminista tenha dito um "ai" sobre o assunto - as palavras só saem quando é conveniente para a corporação.

De qualquer modo, espero que a Assembleia não tenha medo do Presidente e volte a votar do mesmo modo, o mesmo documento. E que este, numa próxima, se rodeie de pessoas que o façam ver que os tempos são diferentes daqueles em que casou com a Senhora Dona Maria. Pena é o tempo que se perderá, com estas idas e vindas.

PS: depois daquela aparição sobre os Açores, é pena que o Presidente não tenha, por exemplo, vindo dar a cara agora, como não o fez quando aprovou o polémico Acordo Ortográfico. Cavaco é o Presidente e tem os poderes constitucionais devidos. Não pense, no entanto, que é dono da verdade ou guardião da moral e das virtudes. Parece que o "homem-providência" está outra vez a querer tomar conta de Aníbal.

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