Confesso que, quando comprei o Livro, foi mais para completar o muito que já tinha lido sobre o assunto, desde o fatídico dia 3 de Maio de 2007, e para ver se as minhas conjecturas pessoais teriam algum cabimento.
No entanto, e depois de tudo o que se disse acerca do Livro e do seu Autor, estava á espera de umas quantas páginas que apenas confirmassem a tese de Gonçalo Amaral e, ao mesmo tempo, um ataque aos McCann.
Retiro tudo o que pensei. O livro de Gonçalo Amaral pauta-se pelo rigor, pela contenção, e nunca faz juízos de valor. Mais: evita falar de tudo o que enlameou o processo, em termos de mediatização, das viagens dos McCann, das cenas da Igreja ou do urso, de tudo o mais.
Gonçalo Amaral diz - talvez o mais importante de tudo - que numa investigação nunca nos devemos descentrar da vítima. E a vítima era Maddie. E mostra como, a certa altura, as vítimas passaram a ser os pais. Além disso, mostra-nos alguns factos e deixa-nos a perplexidade e o ónus da sua interpretação.
Evita claramente conduzir-nos, mas não nos deixa de mostrar os trilhos e os caminhos, tal como o foram - apenas a nós, contudo, compete escolhê-los.
Um excelente livro, que se lê de um ápice, e que considero indispensável para quem se interessou por este estranho caso.
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
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4 comentários:
Penso que não houve ninguém que de uma forma ou de outra não se tenha interessado por este estranho caso: mesmo que de uma forma inconsciente. Mas falando de um livro que ainda não li, não posso deixar de acreditar que houve muita mentira na verdade que nos foi contada. Quanto à sua leitura, que me parece obrigatória, fico a aguardar que "alguém" que já o tenha lido me empreste por uns dias pois dada a campanha de marketing que esteve na origem do seu lançamento, não tenciono comprá-lo.
Mas vale a pena... se conseguires um emprestado, claro que melhor!
Sei que no início de tudo isto, a sua "tese" ia para a pedófilia,pois chegámos a falar sobre o assunto.
E agora? Depois apareceu tanta informação e desinformação!!!
Já tive vontade de comprar o livro, mas sinceramente custa-me todo este marketing que está a ser feito às custas da pequena Madeleine.
Só muito no início, nos primeiros dias (até cheguei a escrever uma coisa no Blog do Baleal sobre os cuidados de não se deixar uma criança sozinha na praia) porque depois começaram a haver coisas estranhas, mas é sempre perigoso falar de "feelings" em coisas destas.
O que se sabe é que uma pessoa pode tanto convencer-se de que o final foi outro, quando dá com uma tragédia, que o cérebro como se clive em dois, acreditando na tese que construíu e desafiando os que se lhe opõem. Só que o resto dos comportamentos mostram esta situação quase esquizóide.
Enfim. Talvez um dia saibamos o que se passou com a Maddie, que acabou por se transformar, por causa da comunicação social e da política, num epifenómeno da "dor dos pais" ou "dos malandros dos pais".
É um caso que dá para estudar nas suas vertentes sociológica e comunicacional.
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