Nos próximos tempos vão trocar-se razões, insultos, precedentes kosovares, acusações de genocídio e tantas outras coisas mais, incluindo direitos das populações.
Uma coisa é certa: o presidente da Geórgia arriscou e perdeu, militarmente primeiro, agora politicamente. O Ocidente subestimou a Rússia, pensando que em dia de Olimpíadas, o urso estaria entretido com outras coisas mais interessantes do que vigiar o seu território de caça.
A russificação dos territórios anexados pela ex-URSS, iniciada por Estaline, vem ainda mais baralhar o "quem é quem" nestes países/nações/regiões.
O ódio intrínseco tribal, acicatado pelos dramas de guerras e guerrilhas mal conduzidas e inoportunas, faz o resto, como fazem as patéticas declarações de Bush, por ineficazes e inconsequentes. "Não admitimos o reconhecimento da Ossétia e da Abkhazia". E agora que elas foram reconhecidas pela Rússia como países independentes? Vai fazer como no Iraque?
Os ventos sopram fortes e gelados. A crise ainda não se refez e as coisas já estão a piorar. A Geórgia está manietada e cercada pela sua própria estratégia. E a UE, como sempre, envia enviados, passe o pleonasmo, dá bons conselhos mas não pode fazer muito mais do que isso.
E eu também não sei se gostava que o meu inimigo tradicional instalasse mísseis no meu antigo quintal... como não gostou Kennedy quando Kruschef, em 1962, quis instalá-los em Cuba. Lembram-se? Será que a América aceitará um embargo à Polónia ou à Eslováquia, como promove há quarenta anos o embargo a Cuba?
Veremos as cenas dos próximos capítulos, mas há um endurecimento que não prenuncia nada de bom. Veremos também quem reconhece quem, no jogo do Médio Oriente, do Irão e Iraque, do Paquistão e Afeganistão.
O medo volta a dar sinais...
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