Roman Polanski foi detido, exactamente na mesma semana em que Susan Atkins, a assassina da sua mulher, Sharon Tate, morria numa cadeia americana, de cancro. Nunca se arrependeu do que fez, e mesmo convertendo-se a "Jesus", não conseguiu convencer a Justiça americana a libertá-la "por razões humanitárias".
Há quem diga que Polanski não merecia ser detido, dado que o alegado crime ocorreu há muitos anos, e que a rapariga supostamente violada, na altura com 13 anos, o teria perdoado. O governo francês foi um dos mais entusiastas, na defesa do realizador.
Pessoalmente, um crime é sempre um crime e, neste caso, não prescreveu. O perdão da rapariga poderá funcionar como atenuante no julgamento, nunca antes dele. Mais: se assim fosse, quantos abusadores sexuais não se livrariam da Justiça, porque as filhas, por exemplo, raramente os vêem como "criminosos", mas sim como "pais".
Se Polanski fosse o Sr. Silva (sem o mesmo significado com que Alberto João Jardim usa este nome, entenda-se!), todos diriam: "Ainda bem que agarraram o pedófilo!", e não faltariam os defensores da castração química, física ou até da pena de morte.
Polanski fez ou não fez o que lhe é imputado? O julgamento dirá. Um juíz já o tinha absolvido: mas, pelos vistos, numa instância que não permitiu o trânsito em julgado.
Dois pesos e duas medidas é que não. e a Justiça americana pode ter muitos defeitos, mas também tem muitas qualidades.
domingo, 4 de outubro de 2009
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