sexta-feira, 9 de outubro de 2009

a Paz esteja contigo!

Parabéns, Nobel!

14 comentários:

Anónimo disse...

Espero que as suas futuras acções sejam efectivamente merecedoras e comprovativas desta distinção!
Para já, Parabéns!

Catarina

Rui disse...

Vejo este prémio sobretudo como um apoio, motivação (se necessária) para acções vindouras do que para o trabalho realizado.

Parabéns!

Mário disse...

Um prémio um bocadinho "a anteriori", mas talvez sirva de catalizador para fechar mesmo Guantanamo, re-organizar a estratégia afegã, e remover algumas dificuldades e obstáculos.
Se não acontecer nada, como será? Retiram-lhe o prémio?

Virginia disse...

Não acho que o prémio devesse ter sido atribuído antes de várias coisas se verificarem. Prometer fazer não é meio caminho andado, sobretudo quando não se trata de fechar uma torneira ou abrir o chapéu de chuva.
Os EUA têm muitas forças a fazer guerra neste momento, mesmo que aleguem que estão a construir a Paz. Obama ainda não conseguiu minimizar os estragos, nem sequer acabar com nenhum dos focos de conflito. Duvido mesmo que consiga aproximar os povos do Médio Oriente.
Há tantas ONG a trabalhar para a paz, a ajudar as vítimas da guerra, voluntários que se arriscam todos os dias em países onde a guerra nunca acaba. Não seriam elas merecedoras dum Premio assim?

Mário disse...

Fiquei um bocado perplexo, devo dizer, mas de facto o Prémio Nobel da Paz tem características diferentes dos outros, além de ser muito politizado.

Não se esperaria que, por exemplo, se desse o da Medicina a um jovem estudante do 6º ano, mas este Prémio pode ter diversas leituras e um significado: fornecer um respaldo a Barack Obama e incentivá-lo para políticas promotoras da paz, dando-lhe cobertura mas entalando-o ao mesmo tempo. De qualquer forma, um pre´mio, como uma condecoração, não se pede, mas não se recusa.

Curiosa é a reacção do PCP: Jerónimo veio dizer que o Comité norueguês perdeu a credibilidade. Ainda não engoliram Sakarov, e continuam reaccionários e fascistóides como sempre.

Larose disse...

PARABÉNS !!!

catuxa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
catuxa disse...

Este prémio parece ser, de facto, uma forma de pressionar Obama (mais do que de o premiar por intenções ou obra feita), mas é pena que tal seja necessário, as suas acções deveriam continuar independentemente do prémio (e não podemos afirmar que não seria o caso, não o substimemos a priori). Também já houve casos em que o prémio não foi suficiente...
Por outro lado, concordo com a tia, há muita gente e organizações a "dar o litro" em locais e sítuações difíceis(incluindo jornalistas), ajudando milhares de pessoas, denunciando crimes e abusos, prescindindo de muito e, muitas vezes, arriscando a vida ou/e em condições financeiras muito difíceis, para as quais este prémio seria também um incentivo, um reconhecimento e uma ajuda financeira importantíssima. Para não falar no incentivo a potenciais (e sempre benvindos) participantes em acções/organizações semelhantes, que bem precisam de mão-de-obra.
Acho que desta vez, a politização do prémio foi ao extremo, desnecessariamente, por mais que gostemos do senhor.

zé disse...

Também me pareceu que o prémio foi entregue com allguma antecedência... No entanto, se compararmos a Bush, Obama deveria ter recebido prémios Nobel da paz até ao fim do mandato! Um por semana!

Mário disse...

Catuxa - estou de acordo no que respeita às organizações, e são muitas, que trabalham "no campo".
O voluntariado não tem o tempo de antena que deve. No entanto, creio que Obama velará pela dignidade do Prémio que agora recebe. E que dará bom destino ao dinheiro.
Se virmos quem tem ganho, desde Al Baradei da Energia Atómica, a Sakarov, Madre Teresa, Anwar Sadat, Aug Suu Kyi, ou de Klerk, para só citar alguns. Houve organizações como A Amnistia Internacional, O alto Comissariado para os Refugiados, o Movimento Anti-Minas,O Banco do Microcrédito (Grameen Bank), o Painel para as Mudanças Climáticas ou os Médicos Sem Fronteira. Muitos movimentos, pois, de dignificação da condição humana.

Pode ter sido porventura um bocado extemporâneo, mas creio que o rpesidente americano justificará plenamente a sua atribuição - e pelo que tem influenciado o pensamento das pessoas a nível mundial, despertando-as e dando-lhes esperança na possibildiade de um mundo melhor, já fez muito.
Será que a crise teria um impacto tão curto, no tempo, se Bush fosse ainda presidente?

PS. escrevi "a anteriori", mas é "a priori". Sorry!

Vale a pena, também relembrar que é o Comité Nobel norueguês, é composto por membros nomeados pelo Stortinget (Parlamento).

Alfred Nobel, deixou claro que "o prémio deveria distinguir a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor acção pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz" e que a sua atribuição não deveria ser politizada.

leonor disse...

Só espero que este prémio não seja o princípio do fim.

Será que a "História não está já escrita?"
Muitos dos que lutaram pela paz e pela igualdade de direitos foram assassinados. E em relação a Obama
tenho um "feeling" muito negativo.
Só espero estar enganada!!

Huckleberry Friend disse...

Sem prejuízo do meu apreço por Obama, acho o prémio descabido. Dessem-lho no final do mandato, quando já houvesse coisas feitas, como o fecho de Guantánamo, que está atrasado.

O meu candidato era outro: Morgan Tsvangirai. Líder da oposição no Zimbabué, ama suficientemente a paz para aceitar - por realismo - trabalhar como primeiro-ministro sob o Presidente Robert Mugabe, que entre outras coisas tentou matá-lo e de quem se diz que terá orquestrado o acidente de viação que vitimou a mulher de Tsvangirai. Este aceitou o acordo não por capitulação, mas por perceber que assim podia melhorar a vida do seu povo e mudar o que está mal no país. E todos os dias se senta a trabalhar num gabinete encimado pela foto do tirano que tanto sofrimento lhe causou. Com o risco adicional de partidários seus o considerarem traidor à causa...

É pena que tudo indique que Mugabe só vá deixar a presidência quando morrer. Mas o Zimbabué e o mundo ganham com a existência de homens como Morgan Tsvangirai.

Virginia disse...

Sei que o autor não é do teu agrado, mas vale a pena ler o artigo de Vasco Pulido Valente sobre este Nobel da Paz para compreender como o juri foi parcial e "sabujo" com os EUA, assim como o terão sido outros juris que atribuiram a presidentes americanos como Carter prémios Nobeis semelhantes.
Gosto do Obama como pessoa, mas não acho que ele vá mudar as políticas externas de Bush e tem menos poder e força, embora fale bem sobre esses assuntos, o que não chega obviamente.

"Antes de Obama, outros Presidentes tinham recebido o Nobel da Paz: Theodore Roosevelt, Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Theodore Roosevelt, um homem particularmente belicoso, foi o fundador do Império; Woodrow Wilson, a influência decisiva no Tratado de Versailles, preparou o advento de Hitler e da II Guerra Mundial; e Carter, coitado, foi uma irrelevância. Vem agora Obama, que junta o incurável "idealismo" da política externa americana à retórica populista e, sentimental, que Tony Blair inaugurou e que, infelizmente, se tornou a linguagem do tempo. A "obamania" é um triste sinal de que o Ocidente perdeu qualquer espécie de faculdade crítica. A palavra e o gesto bastam para lhe esconder o que se passa no mundo. Como se uma grande potência pudesse de repente mudar com uma criatura simpática e uma pequena dose de persuasão e boa vontade." ( continua)

catuxa disse...

Continuo a preferir que se premeie obra e não intenções, sob pena de os critérios perderem consistência e credibilidade (neste caso, as segundas ainda vão à frente).Fica-se demasiado dependente do futuro.
Para além das pessoas e organizações já referidas, acrescento o exemplo, tão próximo para nós, do Ramos Horta e do Bispo Ximenes Belo, e o impacto da atribuição do Nobel naquele momento exacto.
De qualquer forma, Obama tem um mediatismo e uma popularidade fora do comum. É uma oportunidade única. Esperemos que a possa aproveitar da melhor forma e consiga o melhor dos prémios: a concretização das intenções!