A madrasta do menino de dez anos que morreu na tarde de ontem com gripe A esteve, esta manhã, à porta da escola e fez um apelo desesperado aos pais para não deixarem as crianças nas aulas.
TSF on line
Há coisas que não se compreendem. Ou até se compreendem: a dor, o desespero, a revolta, a perplexidade, o sentimento de culpa, mas também o vampirismo das televisões que entraram casa dentro escassas horas depois da morte da criança, e o "pôr-se a jeito" dos pais, a darem entrevistas a tudo o que era media.
O que talvez não se compreenda é este tipo de notícias, ou o não acompanhar e apoiar esta mãe/madrasta e não a retirar de um lugar onde, por todas as razões, não deveria estar, ou o deixá-la dar instruções e recomendações sobre um assunto para a qual não está capacitada, nem cientifica, nem emocionalmente.
Esta gripe A ainda vai dar muito que falar... vão morrer largas centenas de pessoas: preparem-se para receber os cadáveres através da televisão ou dos jornais...
8 comentários:
É espantosa também a vontade das pessoas - neste caso os pais da criança falecida - em dar a cara na TV numa ocasião destas. Acredito que haja revolta, mas a dor verdadeira não acredito que haja. Se uma Mãe/um Pai perde um filho de dez/onze anos de um dia para o outro, o choque deve ser tão brutal que a pessoa nem deve conseguir falar durante dias, meses, anos. Mas esta gente fala, fala, como se não lhes tivesse acontecido uma enorme perda. Primeiro vivem a revolta e só depois mostram algum desgosto.
Desculpem se estou a ser intolerante, mas este bruáa dos media pôem-me doente ( com gripe A ou sem ela)
Horroriza-me o vampirismo emocional, seja de quem o pratica seja de quem á falta de melhor para dar ao mundo oferece a veia jugular...
Mas ninguém ensina ninguém a viver o público e o privado...
As Tvs são as Stoas da actualidade mas todos t~em o direito á palavra mesmo com verbos rombos e sentimentos de clown...
Pois... O problema é que a dita Madrasta talvez tenha interesse em ter a oportunidade da sua vida de aparecer nos média depois de, como se comenta à boca fechada, ter dado 'o golpe do baú' no filho do dona da papelaria mais famosa do Restêlo... Para os media, é um 'manjar' que não podem desperdiçar pois as audiências...
É muito difícil remar contra esta maré, sobretudo quando as televisões exploram o medo das pessoas e vampirizam a morte.
Hoje tive um caso de uma criança que entrou em disrupção, por causa deste caso, começando com comportamentos neuróticos obsessivos, pânico, etc. Se a Saúde Pública permite fechar uma rua, uma pastelaria ou um serviço em nome da causa pública, então certos programas de televisão, que aumentam o pânico, prejudicam os verdadeiros doentes e extenuam os profissionais também deveriam ser censurados - e escrevo esta palavra sem problemas, porque há certas censuras que são eminentemente democráticas, já que salvaguardam os direitos dos outros.
Acompenhei vagamente o caso aqui nas televisões da clínica. Realmente a mãe/madrasta parecia muito pouco abalada com o que sucedeu e falava para a comunicação social com a indignação de quem foi burlada por um tipo que se dizia vendedor de super aspiradores.
Também a C.S., ao ver tamanha disponibilidade por parte da senhora, tratou de escarafunchar o caso até mais não, pouco (nada!) preocupada com as consequências na opinião pública, consequências essas que, ao que parece, foram já testemunhadas pelo Mário...
O que é que interessa aqui? Salvaguardar o bem-estar da malta?
Proteger a rapaziada? Não criar alarmismos? Qual quê! O que interessa é manter a máquina a trabalhar!
Já li hoje o teu artigo no Público. Está bem escrito e claro. É puro bom senso.
Mas a histeria vai aumentar, à medida que as crianças forem apanhando a gripe umas das outras.
Tb me admirei com aquela Mãe de 5 filhos e grávida dum sexto (???) que andava ali em frente ás câmaras, quase como que a pedir esmola para a filharada. Que vergonha!
Têm que se lembrar que a dita senhora é brasileira e que estes modos ( ou falta deles ) e espectáculo mediático são muito próprios dos nossos "irmãos " brasucas. Por este andar metade do país já estaria fechado e isolado !!! A imprensa também é muito culpado disto tudo!
É, Teresa. Género "Maitê". Mas a SIC nunca deveria ter aceite esse abrir de portas... só que...
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