Entretido na jardinagem de fim-de-semana, com arbustos e flores a brotar por todo o lado, fiquei a pensar em quem me ensinou a cuidar das plantas, ao longo da minha vida, uma actividade calma, tranquila e estusiasmante, sobretudo se observada ao longo do ciclo de um ano.
Duas pessoas vêm à minha memória: o meu Pai, e quando ele chegava do consultório e, mesmo ao lusco-fusco, ia podar as roseiras, tirar os caracóis dos agapantos ou colher as ervas daninhas, e o Raul Gomes Ferreira, grande Amigo, um dos homens mais sabedores que conheci, pese embora não ter feito estudos (o que não o impediu de fundar uma Cooperativa Agrícola e de ser um dos homens mais respeitados do concelho de Lourinhã).
Obrigado aos dois, pelos excelentes momentos que passo, agora, no meu "cantinho", a plantar, mondar, regar, podar e colher. E a contemplar...
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
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5 comentários:
Sem árvores nem flores, o mundo seria um deserto. Gosto de tratar da minha floreira, que infelizmente só dá para ter hera - enorme e variegada - colecção de cactos, muito pequeninos que vejo a crscer ao longo dos anos - uma yucca gigante que já ultrapassou a varanda e invadiu a do vizinho, uma palmeira muito elegante, uma Poinsetia, a habitual flor do Natal, que plantei no ano passado e que está verdinha, verdinha e umas sardinheiras roxas que ficam lindas no Verão.
Trato delas com carinho e tb gosto de cortar aqui, regar, cortar, por umas estacas,borrifar, etc.
Tb tenho uma planta dentro de casa que já tem 7 anos e que já chegou ao tecto e ultrapassou mesmo, tendo as hastes virado para baixo em desespero.
Sempre gostei de plantas, era a coisa melhor que tínhamos na nossa infância. Chegámos a ter uns pequenisssimos quintais de cada um, em que floresciam os feijoeiros, os tomateiros e batatas!!! Lembas-te?
O meu avô Magos... Era engenheiro electrotécnico e trabalhava na carris, em lisboa, claro. Tinha uma casa "de fim de semana e férias" no Magoito, perto de Sintra. Lá tinha um jardim que era a coisa mais bonita que eu via: de um lado tinha árvores de fruto: macieiras, pereiras e ameixeiras. Do outro, um grande jardim, onde tinha roseiras e flores da época e um grande buxo no meio. Dos cinco netos era eu a única que me demorava por lá (pelo jardim). Ainda hoje (já lá vão muitos anos-pelo menos 20) adoro o cheiro e a aparência daquelas rosinhas pequeninas que cobriam alguns pilares. E das frésias! A memória do meu avô cheira-me a frésias. Era eu a única, também, a ter direito a levar SEMPRE um ramo de flores para casa no regresso. Porque o meu avô não esbanjava nada, nem sequer as flores: levava-as para Lisboa no Domingo e havia sempre jarras cheias durante a semana... O meu avô era um homem mesmo muito especial. Hoje não consegui deixar de comentar este tema. Tenho tantas saudades!
Acho que todos temos uma costela de jardineiros herdada do Pai. Só tenho uma varanda pequena mas, mesmo assim está cheia de plantas. Tenho uma begónia que veio do nosso jardim do Restelo! Quando estive em Angola pedi a uma amiga que ficasse com ela e cá continua viçosa e quase sempre florida. Lembro-me do Raúl do Toxofal e de andarmos pela quinta a ver as plantas e animais ( até havia amendoins)e de ir visitar a Cooperativa de Fruta. Certa vez, caiu um eucalipto enorme perto de casa. Por isso é que a vida nas aldeias inglesas, cheias de jardins, me faz uma certa nostalgia.
Há algo na jardinagem que acho curioso: se deixarmos passar muito tempo sem cuidar das plantas, acabamos por ter imenso que fazer, chegando a tarefa a tornar-se monumental. É daquelas coisas que tem de ser feitas gradual e pacientemente, com cuidado e carinho, com tempo, recurso cada vez mais escasso.
Não me lembrava dessa faceta do avô, que engraçado saber isso. Também tenho essa costela, adoro cuidar das plantas, acho que é muito relaxante, e vê-las crescer, mudar, florir, experimentar coisas novas, etc. Uma casa com plantas é flores tem outra vida, outra alegria. E não custa nada. Para mim, é essencial.
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