Ontem soube algo que me perturbou: a Editora Quasi declarou insolvência. Telefonei ao meu amigo Jorge Reis-Sá e confirmei. Uma das Editoras mais clean de Portugal é apanhada pela roda trituradora da "mão invisível".
A Quasi foi das Editoras que mais promoveram o Livro, especialmente a Poesia, tão perdida e desapoiada (salve-se a Assírio). Através do Projecto de Edições "do Impensável", conseguiu que dezenas e dezenas de autores pudessem realizar um sonho: publicar um livro.
Mas a Quasi não ficou por aqui. Prosa, romances, poemas de cantores-poetas (relembro Leonard Cohen, Caetano Veloso ou Adriana Calcanhoto, entre outros), através do Jornal Público distribuíu uma colecção de autores portugueses e mundiais, e ainda publicou várias colecções para crianças, designadamente adaptações de romances clássicos portugueses (24 livros).
Vou ter saudades da Quasi, porque vou ter saudades de uma certa ingenuidade, associada a altruísmo e idealismo, que foram, agora, derrubados pela crueldade da chamada "economia".
É por isso que a Economia não é entendível e muitos dos economistas (perdoem-me!) uns "chatos". Enquanto o dinheiro mandar, a Cultura amocha e estes projectos perdem-se.
Vale a pena pensarmos dois minutos sobre o assunto.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
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5 comentários:
Há muitas editoras a fechar. Outra foi a Campo das Letras, onde a minha amiga Regina Gouveia publicou livros muito bons de poesia. Está mesmo muito difícil para ela e outros bons poetas arranjarem quem os publique. tens razão, devia ser dado a estas editoras a possibilidade de vingar em prole da cultura e da "sanidade" mental dos portugueses, que vivem de telenovelas, futebol e politiquices. A Vida não é isso , é imaginação, é poesia, é cor , é fantasia....
RIP... a Quasi era das editoras que nos ajudam a gostar ainda mais dos livros.
A mesma pseudo-economia que diz que devemos construir estádios em Aveiro, Leiria e outros para agora... demolir!
E manter esses estádios, Rui, com custos de 5.000€ por dia, sem qualquer mais-valis ou interesse público.
E os não sei quantos milhões de euros gastos nas campanhas eleitorais-?...
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