As finanças entraram em colapso, os encargos com a dívida externa ascendiam a uma percentagem nunca vista das despesas do Estado. Os juros do empréstimo externo subiam e tornavam-se quase incomportáveis, com uma enorme crise de crédito externo e interno, agravada por uma crise internacional sem precedentes. Alguns bancos faliram.
Face ao estado caótico das finanças públicas, o ministro decretou um pacote de medidas muito gravosas, com subida de impostos e redução dos salários, soldos e pensões, bem como dos benefícios sociais.
Não se trata de um texto escrito hoje, mas de relato da situação de Portugal no final do reinado de D. Carlos I.
Curiosamente, foi chamado a resolver o problema José Dias Ferreira, bisavô de Manuela Ferreira Leite, que tinha tanto de competência como de mau feitio (dizem que parecido com um bisneto com o mesmo nome que participa num programa da SIC Notícias).
Depois de decretada a bancarrota parcial e adoptadas medidas draconianas, reduzidas as despesas com supérfluos (nomeadamente com os gastos sumptuosos do Rei) e incrementado o crescimento, em 5 anos conseguiu-se estabilizar as contas públicas. José Dias Ferreira era da ala mais esquerdista do regime. A ele se deve o que, então, foi designado por "milagre económico".
(vale a pena recordar Vìtor Constâncio e Hernâni Lopes, também eles "salvadores do País" quando encontraram situações de quase bancarrota respectivamente nos anos setenta, a seguir ao PREC, e oitenta, depois dos governos de Sá Carneiro (e do consulado do ministro das Finanças, professor Cavaco Silva).
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