O ruído do camião do lixo, às 3h da manhã, ultrapassa quase o de um supersónico a aterrar. Mas o nosso cérebro habitua-se e filtra o "pran, tran, catrapan" que nos assola todas as madrugadas.
O pior é quando os trabalhadores, operários e proletários que operam nos camiões resolvem rir alarvemente, falar aos berros, cantar e outras coisas assim, esquecendo-se que há outros trabalhadores, operários e proletários a tentar dormir antes que o despertador resolva atacar. Pois hoje aconteceu-me isso, e a minha vontade foi arranjar uma bazooka e "bum!". Mas, coitados, pertencem ao grupo dos explorados e oprimidos... nós, burgueses de classe média, não podemos refilar, porque ainda nos dizem que, enquanto nos queixamos, estamos em fofos colchões, ao passo que eles andam a trabalhar ao frio...
10 comentários:
Isso faz-me lembrar uma situação de ontem do Nós por cá, em que uma tipografia em Setubal trabalha a noite toda sem ter uma insonorização adequada... os moradores não conseguem dormir e até lhe ofereceram uns auscultadores para ele poder descanssar... há cada coisa que até parece duas...
Rui Domingos
É bem verdade o incómodo destes barulhos noturnos, mas não podemos esquecer que este é o horário de trabalho de muito boa gente, e não podemos ignorar que têm igualmente direito a "conversar no trabalho". E quando descansam de dia, não há lei que "nos" possa mandar fazer menos ruído...
Não sendo um abuso ou provocação exagerados, lá nos habituamos aos zumbidos mais comuns da noite.
Isso é verdade, Rita, mas os ruídos, à noite, são ampliados pelo silêncio. E por alguma razão há uma Lei do Ruído.
Há dias foi a reparação da água na rua - o mesmo chinfrim às tantas da madrugada. Quase que parece de propósito!
Fizeste-me lembrar uma redacção que em tempos pedi aos meus alunos sobre a profissão dos seus pais.
Nunca mais me esqueço duma maravilhosa sobre um pai que era lavrador em Arouca e cujo filho dizia: O meu Pai é o mais feliz dos homens porque trabalha de sol, a solo. Vê o nascer do sol e ainda está a trabalhar quando ele se pôe.
Mas a melhor foi esta: O meu Pai é muito feliz poque trabalha como lixeiro a acartar o lixo para as camionetas. Ele gosta muito porque trabalha de noite e assim fica com o dia livre para poder trabalhar noutro emprego nas obras. É que nós somos cinco filhos e só o da noite não dava para vivermos.
SIC!
Olha ,Mãrio, já uso tampões para os ouvidos há dois anos e não há melhor para dormir, ainda que o meu quarto d~e para um jardim, onde não há vivalma.Só as gaivotas piam...pela madrugada.
Eu confesso que desde que saí da calmaria de casa dos meus pais e fui viver para "a beira da estrada!" que a minha vida mudou!! Não só vidros duplos, como janelas duplas... e é uma pena não poder usufruir de uma janela bem aberta a qualquer hora do dia... mas melhores dias viram se tudo correr bem e arranjar uma casa de campo na cidade!
Quanto ao que ultrapassa os limites impostos, pois bem, que grande telenovela vivi eu, uns bons meses da gravidez da Joaninha e o Gonçalo pequenito, com um vizinho armado em DJ. Pois que a sua casa não estava preparada para tal engenhoca... e depois de algumas tentativas bem amigáveis lá veio a polícia explicar como é que as coisas funcionam - e felizmente resultou!
E quem mora ao pé se um semáforo numa subida, onde os "motards" ficam a acelerar, no sinal vermelho, com o tubo de escape alterado para ampliar o ruído ou a batida ensurdecedora que sai de algumas viaturas? Só não compreendo como conseguem conduzir com tantos décibeis nos ouvidos!!!
Sei bem o que é acordar naquela hora do dito sono profundo em que nada, nem mesmo o silêncio da noite, deveria ousar perturbar o nosso descanso. Durante anos lá estava às 3/3.30h o carro do lixo a sacudir vertiginosamente os contentores por baixo da janela do 1º andar onde eu moro. Eis senão quando, não sei por que decisão camarária, os contentores foram mudados de cor e local acompanhados de um horário de recolha bem mais simpático: 6.30h- 7.00h. Não deixei de os ouvir, mas bem mais tarde e à distância do outro lado da rua, e tenho agora uma rua bem mais colorida...
Eu também mudei de casa há pouco tempo e saí de um prédio no meio do nada com campos à volta para uma rua cheia de movimento de noite e de dia. A vantagem é que quando chego ao fim do dia a casa tenho talho, mercearia, padaria, farmácia e posso tratar de tudo e comprar tudo o que preciso para o jantar. Mas confesso que ainda não me habituei ao barulho dos carros a passar toda a noite e como também tenho uns semaforos perto paragem de autocarro à porta ainda se torna mais insuportável porque os carros tunning e os autocarros fazem muito barulho, nem os vidros duplos e janelas duplas aliviam o suficiente o problema.
A sorte com os carros do lixo é que passam cedo, ainda antes da meia noite.
Mas numa situação dessas eu era menina para abrir a janela e mandar os senhores operários oprimidos falarem mais baixinho. Já não era a primeira fez que fazia uma coisa desse género.
Uma vez fiz isso para um senhor que estava a "aliviar as águas" num jardim em frente à casa dos meus pais... Abri a janela, chamei-o de porco e perguntei-lhe se ele não tinha vergonha na cara e uma casa de banho para fazer aquele serviço. O rapaz até perdeu a vontade!!!
Lata é comigo e quando as pessoas não têm educação é assim que devem ser tratadas.
MUitos dos casos que se referem aqui teriam solução em tribunal - ainda me lembro dum caso do Bingo do Boavista, solucionado pelo meu-ex com troca de apartamento custeada pelo clube. O unico problema é que queixas só na DECO e levam meses a solucionar. Tb tenho vidros duplos e não há dúvida de que é a solução melhor para que possamos não ouvir o que se passa na rua. A minha sala dá para o Campo Alegre, que em carros a dar com um pau, mas se fecharmos a janela da varnda , não se ouve nada. Gosto de algum movimento, mas não nos quartos de dormir, estes são todos do lado dos jardins.
Virgínia
Oi!
Deixei um Big 'LOOK' para você, lá no meu blogue, viu?!
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