quinta-feira, 22 de abril de 2010

estava a doce Inês posta em sossego...

A lei não definia, tal como não o definia o regulamento interno da AR. Quando se candidatou já morava em Paris. A AR paga a todos os deputados uma deslocação semanal a casa, mesmo quando o preço do avião é mais caro do que para Paris, como acontece com as viagens para as Regiões Autónomas.

Mas... mesmo que juridicamente Inês de Medeiros tenha direito a ser ressarcida pelo que gasta em "ir a casa", é moralmente "abaixo de cão". Apenas isto, na minha modesta opinião. E porque é que os deputados (que se reformam ao fim de um par de mandatos...), têm estes direitos, enquanto qualquer um de nós, se for trabalhar para longe, vai por mera conta e risco pessoal. Mordomias para quem, mesmo recebendo mal, deve é lutar por melhores salários e não fingir que não quer mais, escondendo-se em benesses próprias de um país do "enésimo mundo".

7 comentários:

Elisete disse...

Estava à espera que denunciasse esta situação. Começava a perder a esperança no meio de tantos ataques à Igreja Católica e outros tantos posts menos “sumarentos”. Tiro-lhe o chapéu por este.

Rui disse...

E as ajudas de custo, diárias!?
O valor que me chegou aos ouvidos (528€/dia - não confirmei) é vergonhoso. Como diria um “boy”, pornográfico!

Digo eu, há que dar uma volta ao país! Pergunto-me. Será que há MASSA para o fazer? Porque o problema não está nos políticos e afins, são as pessoas, nós, que encolhemos os ombros e... “deixa andar”. Aqui ao lado, tão perto de nós, assiste-se a movimentos e manifestações da sociedade civil que ditam a vida de espanha.

Os impostos sobem, a corrupção grassa e nada! Um dia destes pedem-nos uma perna e todos, serenamente vamos cortá-la e colocá-la à porta de um Ministério qualquer.

Mário disse...

Elisete - não ataco propriamente a Igreja Católica, mas creio que nenhuma instituição está acima de crítica. Se escrevesse o mesmo sobre a Igreja dos Últimos Dias do Cristo Salvador, se calhar não era considerado ataque, mas a denúncia de uma seita. Ora, para os crentes dessa Igreja, seria o mesmo. Porque é que quem não se revê em nenhuma Igreja tem de ser rotulado de "!atacante" sempre que faz um comentário? Ora, se um católico comentar algo do Islamismo ou do Judaísmo, ou mesmo do Ateísmo, não é devolvido com rótulos.
Tanto escrevo que acho patéticas as reacções às caricaturas de Maomé, como à hipersensibilidade judaica, como a esta veneração de um estado laico relativamente a um prelado.

Rui: não tenha dúvida...

Anónimo disse...

Enquanto não houver círculos uninominais e seja uma 'gaja qualquer que mora em Paris' a vir defender os interesses de quem aqui mora (seja em Lisboa ou Alguidares de Baixo) haverá estes escândalos.

Até aqui não enxerguei qualquer mais valia trazida pela Madama à lide parlamentar e, tal como com ela, assim continuaremos até que se possa eleger o 'nosso candidato' e não os partidos e os seus (quase todos) duvidosos e práticamente desconhecidos apaniguados.

Espero que os meus Filhos (e Netos e Sobrinhos) ainda venham a ter o gosto de eleger o seu deputado e não o 'deles'.

Mário disse...

Defendo uma ligação (não escrevo "maior" porque nem sequer existe uma) dos deputados aos seus eleitores directos, mas cuidado: o que acontece no Reino Unido é fruto disso. A distorção do sistema é tal que há a possibilidade (teórica, mas...) de um partido com 33% dos votos ter a totalidade dos assentos parlamentares, ou de o terceiro partido ser o vencedor em deputados (o que é mais real, de acordo com algumas sondagens). Veja-se como os lib-dems, desde o tempo de Paddy Ashdown, têm percentagens próximas dos 20-25% com um "cagagésimo" de deputados.
Um círculo nacional é necessário para corrigir as distorções dos círculos uninominais, mas poderia ser esse o partidário, e a outra metade a pessoal.

sofia costa disse...

É uma vernhoga sim! Ela arranja um tacho cá quando nem sequer vive aqui e ainda lhe pagamos a viagem para ir a casa, coitadinha!!! É tudo a comer às custas de quem trabalha.
E ando eu num autocarro mal cheiroso e apinhado, porque é mais económico, é mais ecológico, etc. E ainda pago o passe do meu bolso!

Mário disse...

A deputada foi muito esperta: de certeza que, quando encarou a possibilidade de ser eleita, pensou no que isso viria a mudar a sua vida e, entre as coisas que terá pensado (era imposssível não o fazer) foi "onde é que eu vou viver?".
Inteligentemente, descobriu que a lei tem "buracos" e pensou em aproveitar a situação.
E além das viagens, parece que ainda recebe subsídio de deslocação e ajudas de custo.
Dois mil e quinhentos euros em viagens parece que são... o resto, mais alguns "trocos" - se um professor ou um médico (ou outro qualquer funcionário público) for para qualquer lado, paga uma casa e as deslocações. e ela continua a rir, toda feliz. Só falta, para descaramento, sugerir ela mesma legislação sobre o assunto... para daqui a algumas legislaturas...

PS: a palavra-cjave que o Blogger me pede é "gentices" - é disso mesmo que se trata!