quinta-feira, 18 de outubro de 2007

ADN e há dias...



Desde os meus tempos da Faculdade que ouvi falar nele. Estudei-o e aprendi a admirar as descobertas de Crick e Watson - a espiral do ADN, que tanta coisa explica (mais ainda do que Freud!).

Mas as declarações recentes de James Watson, são um exemplo de outra descoberta: o princípio de Peter, ou de outra teoria que finalmente se demonstra: ganhar o Prémio Nobel não quer dizer humanismo e inteligência.

O mesmo homem que, há dez anos, afirmou que "uma mulher deveria poder abortar se algum teste mostrasse que o seu filho seria homossexual" ou que "o rastreio genético curaria a estupidez", acaba de dizer que "os africanos são menos inteligentes do que os caucasianos", mostrando-se também contra a mistura de etnias e de populações.

Pobre Watson - ou ele tem razão e é preto, ou não é preto retinto, e (não o sendo efectivamente) é digno de pena.
Fica para a História a sua descoberta. Para os anais da dita (in veru sensu) estas declarações, autênticos monumentos de estupidez - talvez um dia algum geneticista encontre a cura...

13 comentários:

miguel disse...

Mário:

Estou por aqui, lendo.

Miguel Leal

Anónimo disse...

Mário:

Também eu.

Manuel Teixeira

Mário disse...

Obrigado pela visita, que espero seja a primeira de uma prática crónica...
Este Blog será o que a minha imaginação criar, o que a minha capacidade de realização permitir, mas igualmente o que os meus amigos balizarem, sugerirem, comentarem e criticarem. E colaborarem, claro.

Passam aqui ideias avulsas, não necessariamente interligadas (ou talvez sim, porque passam por mim e por vivências minhas), mas que reflectem a necessidade de partilhar momentos, ideias e episódios.

Sem pretender nada, designadamente "catequizar" alguém para alguma coisa.

Conto convosco!

ana v. disse...

Também vou passando por aqui, Mário, por estranho que te pareça. Nunca na minha vida alimentei ódios e não é agora que vou começar. No hard feelings, apesar dos pesares. E um dia ainda gostava de esclarecer todo o imbróglio que se criou a partir de uma coisa de nada.

Ana

Anónimo disse...

Depois das estupidezes do Watson, sabe bem ler tanta gente inteligente a escrever coisas inteligentes. Talvez seja porque todos os que por aqui passamos somos mistura de várias cores... Gosto deste espaço entre as nuvens. Espero que se mantenha azul. Abraços e beijos a tod@s.

Mad disse...

E eu também cá venho, e também por mais estranho que te pareça... nunca neguei a excelência da tua escrita e continuo a não o fazer, pelo contrário. Mas eu, ao contrário da Ana, não quero esclarecer mais nada. Passou. Continua a escrever e eu continuarei a ler-te.

Mário disse...

Welcome all
Aqui se deixam pensamentos, sentires e perplexidades, mas também provocações e desafios.
A liberdade de cada um acaba quando põe em causa a liberdade dos outros, mas se calhar a liberdade dos outros torna-se por vezes conflituosa com a liberdade de cada um - assim se explicam, eventualmente, episódios inexplicáveis.

Pois,welcome all

Anónimo disse...

Bom, toda essa admiração e reconhecimento que Watson tem devem-se às descobertas por ele feitas. Os avanços que ele ofereceu à ciência são óptimos e hoje o mundo não seria o mesmo sem eles. Podemos dizer que Watson é, sem dúvida, um grande "pioneiro do DNA", como aparece na capa.

Todos temos o direito de errar. Contudo, regra geral, a maioria dos grandes génios têm menos perdão. O que aqui aconteceu não é, de forma alguma, um erro comum.

Este sim, temos todos o direito de não desculpar. Este "erro" revela um lado obscuro deste homem que pessoa alguma deveria ter.

Não comento as outras duas citações, mas farei um reparo quanto à última - estatisticamente, o QI dos africanos é inferior. Isto é um facto. Melhor do que isso, é um dado. Há aqui uma diferença importante. Este dado deve ser julgado como dado e como nada mais e por isso deve ser interpretado. 1º- não sabemos se os testes de QI serão mesmo assim tão fiáveis quanto isso na medição da inteligência, estando a cair cada vez mais nos nossos dias, em descrédito. 2º- a maioria dos africanos não contacta dia-a-dia com exercícios próximos aos aí apresentados ( o mundo ocidental tem muito mais contacto com estes ); isto não quer dizer que eles saibam menos, apenas não estão tão treinados especificamente para isso, sabendo posteriormente aplicar a inteligência que têm no dia-a-dia. 3º- os dois pontos que referi anteriormente não são justificação para nada, muito menos para a não "mistura de etnias e de populações".

Por último, gostaria apenas de dizer que, embora já me vá conformando cada vez mais, não gosto de pensar que os genes nos fazem. Prefiro pensar que somos feitos do que fazemos com os genes que temos. Gosto também de acreditar que por mais poder que os genes tenham na vida de uma pessoa, a experiência e educação que esta recebe, acabam sempre por moldá-la.

Repito o que disse no meu primeiro post - "estou de olho" neste Blog. Quero vê-lo crescer. Está no bom caminho.

Abraço,
João Pedro

Anónimo disse...

Ei! Eu também ando por aqui, a pairar neste espaço azul entre as nuvens... espero que ele esteja sempre solarengo sobre o meu cais!

beijinhos

Anónimo disse...

Boa, João Pedro.
Gostei, subscrevo.

Mário disse...

João Pedro
Tens razão: pode-se sempre dar um pontapé no destino, designadamente o genético.
É por isso que somos seres pensantes, em constante aperfeiçoamento.
E o que escreves sobre o QI é correcto - numapróxima entrada abordarei a questão destes "testes de inteligência".
Abraços e muito azul

Pedro F. Sanchez disse...

É digno de pena sem dúvida alguma.
Pode ser verdade mediante certas condições, o que afirma, mas também deveria ser visto num contexto muito mais alargado das condições em que tal se verifica e o porquê das mesmas. O QI foi criado por quem e em que circunstâncias e para servir quem?
Teremos nós capacidade para sobreviver nas circunstâncias em que eles vivem e resistem? Tenho dúvidas para a maioria de nós, especialmente para James Watson.
pp.

Mário disse...

O QI é uma medição ultrapassada, não apenas porque perdeu o valor, mas como se destinaria apenas a medir uma paret ínfima do envolvimento global do cérebro nos comportamentos e pensamentos. E na capacidade de resolução de situações.
Usar o QI para emitir juízos seja do que for, é quase como usar a medição do perímetro cefálico...
Abraços