segunda-feira, 30 de março de 2009
basta uma migalha para termos esperança - seremos parvos?
Mais uma vez, a promessa: Portugal terá um Programa Nacional de Prevenção dos Acidentes Infantis.
Até agora, estas "ameaças" são recorrentes e limitam-se a parangonas ou a medidas avulsas, sem consistência nem coerência. Exceptua-se o ministério de Maria de Belém Roseira, que tentou estruturar estes objectivos, através de um Grupo de Trabalho no qual acreditava, e que escutava, para definir políticas, campanhas e outras coisas mais. Exceptua-se também o excelente Programa de Segurança dos Espaços de Jogo e de Recreio, "encomendado" e posto em prática, sem medo, pelo actual Primeiro-Ministro, na altura Secretário de estado do Ambiente. Exceptua-se Carlos Loureiro, Secretário de Estado da Administração Interna, em 1994, quando decidiu corajosamente legislar sobre o transporte seguro no automóvel.
Tirando estas excepções, tudo o mais tem sido "para inglês ver". Muitas crianças morrerão, certamente, por azares do destino, por negligência dos pais e porque os humanos não são perfeitos. Mas muitas morreram e morrem porque o grau de eficiência dos políticos é grande, bem como o atraso da regulamentação das leis e a fiscalização e reforço rigorosos destas. Pena é que, para muita gente, sejam apenas números que baixam e sobrem conforme se está no Governo ou na Oposição, esquecendo que são pessoas, indivíduos, com nome, com família, com amigos, e com direito à vida e à qualidade de vida. E à segurança.
Pode ser que seja desta... pelo menos o programa chama-se PASI (Programa de Acção para a Segurança Infantil), que é um anagrama de APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil) e de PAIS (os máximos responsáveis pela defesa da integridade física das crianças)...
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2 comentários:
Ainda me lembro do tempo em que fazíamos viagens para o Algarve com tres meninos soltos atrás. Ia sempre ao pé deles, pois não havia possibilidade de confiar em três malandrecos durante cinco ou seis horas. O meu ex- ficava piurso e gritava : Silencio na jaula dos macacos ( sic!). Não havia IPODs , nem videos, só música que eles ouviam atentamente. O perigo que se corria no caso duma travagem ou de um choque frontal era incrível. Hoje é preciso ter dinheiro para ter filhos e carros, mas viaja-se bem melhor com eles, sem dúvida. Acredito que se possa melhorar muito as instalações onde as crianças passam o dia inteiro em termos de segurança, mas tb é verdade que o calor humano, os cuidados de quem toma conta e a sorte desempenham papel importante. Na minha escola sempre houve infantário e jardim infantil - a célebre Carolina Michaelis - e os meus filhos foram felizes, embora ouvissem campainhas a toda a hora, os vidros estivessem partidos, o pátio fosse comum a grandes e pequenos, o frio de rachar no inverno, etc.etc. Nem sempre a sanitização e a prevenção conseguem fazer as crianças felizes. É tão bom brincar com pedras , cordas e bichos de conta...as crianças hoje em dia só brincam com carros a motor (!) e esquecem-se que com molas da roupas se fazem cavalos!
Virgínia
Foi em 1998 que trabalhei na Apsi, onde tanto se "batalhava" tanto por essas leis. Lembra-se Dr.?
E agora ao fim de 11, longos e negros anos, para os que perderam filhos, netos, amigos, conhecidos, é que se fez LUZ nas cabecinhas pensadoras e legisladoras deste Maravilhoso País...
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