sexta-feira, 27 de março de 2009

Mimicri - a arte do “faz de conta”


Não deverá existir nenhuma pessoa que não goste de fingir, de imaginar, de entrar no mundo do irreal, da fantasia. Alguns passam lá bastante tempo e criam (e recriam) ambientes e pessoas. "Mimicri" é a palavra grega para este jogo, o jogo do "faz-de-conta".

Mesmo sem chegar ao ponto dos amigos imaginários, fenómeno normal em crianças mas que assusta os pais e familiares, é vulgar brincar-se toda a vida, simulando autênticas peças de teatro, muitas vezes com argumentos decalcados da vida real, nos quais se espelham o que agrada e desagrada, e através dos quais se sublimam algumas das frustrações.

O teatro, role play ou dramatização, tem uma representação essencial na actividade humana e é um dos jogos mais importantes, juntamente com os de oposição, os de "azar", e os de vertigem. E se se conseguir juntar todos os outros ingredientes em "mimicri", então a festa é completa.

Quem leu Romeu e Julieta pôde assistir como, a pouco e pouco, se foram juntando estes diversos ingredientes - a oposição entre os membros das duas famílias ou entre os rivais amorosos, as condições fortuitas e aleatórias da sorte, e a vertigem da paixão e da vida vivida no "fio da navalha".

O Teatro nasceu em Atenas, associado ao culto de Dionísio, deus do vinho e das festividades. Hoje, no seu Dia Mundial, brinquemos um pouco connosco próprios e finjamos, controladamente. Sabe bem e faz bem, numa vida que nos força a ser demasiado "seriozinhos".

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