Admirável entrevista de Quique Flores ao novo canal da TVI, sendo a única nota negativa a indigência de Alexandra Lencastre como entrevistadora.
Futebol à parte - do qual se falou muito pouco, aliás, e nunca num sentido clubístico - a herança genética de Quique, desde Lola Flores a Alfredo Di Stefano, à sua já enorme experiência de vida, ocuparam gostosamente uma hora do meu serão de domingo, entre a alegria da queda dos nacionalistas bascos (pela primeira vez) à decepção da não continuação do governo de centro-esquerda na Galiza.
Enrique Sánchez Flores tem 44 anos. Mas, além do seu excelente palmarés como jogador e a sua nova experiência como treinador, o que ficou nesta entrevista foi o Homem, que elege Luther King e Gandhi como os seus "heróis", que execra qualquer pessoa que desencadeie uma guerra, que gosta de ópera e de Bruce Springsteen, ou que sente a morte como presença que já marcou, indelevelmente a sua vida, dando por isso valor à vida, sua, dos seus familiares, dos "terríveis" gémeos (como os classificou) e que agradece acordar vivo. Um homem que deseja para os que estão perto, apenas que sejam felizes e encontrem pessoas que os façam felizes.
Um homem que não diz, hipocritamente, que "o dinheiro não vale nada", mas que o coloca no seu lugar: o de contribuir para a felicidade, e apenas isso. Felicidade que parece construir com coisas pequenas, e a graça de ter saúde. O que mais o aflige, segundo confessou, é perder aqueles que ama.
O Troféu de Fair Play que lhe foi atribuído resume a vida deste homem. Posso estar enviezado por ele treinar o meu clube, mas gostei mesmo muito, o que mostra que nem tudo está podre no reino do futebol.
Charmoso, de riso sedutor, vivo, sensível, inteligente, arguto, simples, humano.
Quique: desculpo-te se perderes em casa, por 5-0, com o Bayern, ou até com o São Mamede da Infesta!
segunda-feira, 2 de março de 2009
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3 comentários:
Confesso que não me interessou ver a entrevista, primeiro porque não percebo nada do que o Quique diz ( havia legendas???), depois porque detesto a Alexandra Lencastre, planturosa, sempre com ar de sedutora nata ( mas já entradota), depois porque o benfica é aquela coisa :(((.
Sorry, bro, mas acredito mesmo sem ver.
Ele nem sequer treina o meu clube, mas admiro-o como pessoa (além de que é bonito, confesso...).
Tem um olhar que fala e, para mim, quem fala com os olhos tem pouco a esconder!
E perder aqueles que amamos não será, de facto, a pior coisa do mundo?
Ana
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