quarta-feira, 25 de março de 2009

porque o diabo veste de encarnado...


"Aproveito para vos anunciar que, enquanto for responsável por esta paróquia, não faço intenções de baptizar nenhum menino chamado Lucílio. Queiram dispor para tais propósitos dos serviços de uma paróquia vizinha", anunciou domingo o padre João José Marques Eleutério, de uma paróquia de Lisboa, antes do tradicional "Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe".

Expresso on-line


E agora? Leva um processo disciplinar da Liga, do Papa, do preservativo ou do Soares Franco?

16 comentários:

Anónimo disse...

de DEUS!!

Virgínia

Rui disse...

ao que parece o Sr. já veio a público dizer que estava a brincar...

Pedro Cordeiro disse...

Conheço pessoalmente este padre. Faz jus à História da igreja onde diz missa - a capela do Rato. Sou ateu, mas vou muito ocasionalmente ouvi-lo. E gosto. Não estive lá no domingo passado, mas consigo perfeitamente imaginar o padre João a dizer essa brincadeira. Que em nada abala o apreço que tal figura merece - mais houvesse como ele na Igreja Católica... - a este, repito, ateu.

Pedro Cordeiro disse...

Ateu e benfiquista, faça-se a precisão!

Sofia K. disse...

Hoje, quando li a notícia só me deu vontade de rir, até porque foi o que conseguiu o Padre João na missa de Domingo. Conheço-o pessoalmente e gosto da modernidade da sua evangelização! Não vou à missa, nem ando muito católica, mas já fui em tempos... Dele tenho muito boas recordações - um padre risonho, brincalhão, que sabe levar para a missa o dia-a-dia de cada um, porque é humano... Está mais próximo dos que o ouvem do que muitos julgam! Mas o julgado foi ele que afinal, tantas críticas aos padres que, pelos vistos, só se podem preocupar com o divino.

Sportinguista sou, o que me leva a concordar ainda mais com a brincadeira dele! Coitado, nem imaginaria o forrobodó que sairia dali... Às tantas ainda me leva a ir ouvi-lo no Domingo, só para ver o que é que diz!

beijos

Anónimo disse...

Tudo depende do modo e contexto em que o padre disse essa piada, embora me pareça um pouco prosaico demais para fazer parte duma homilia da missa. Quero crer que tudo não passou dum fait divers a que o Publico resolveu dar atenção e relevo.

Mário disse...

Acredito que sim, que possa ter sido uma gracinha, sobretudo pelos depoimentos acima.
Não o conheço, e limitei-me a reproduzir o que o "semanário de referência" disse (sem mencionar tratar-se de uma piada).
No entanto, considero a graça de pouca graça (nem com a graça de Deus), porque mistura-se demais, neste país, religião, política e futebol.

Sofia K. disse...

O problema aqui é recorrente... como se dá a notícia, o que se chama para as capas e para os títulos. Aí o 'Público' falou diferente: "Padre brinca e "ameaça" recusar baptizar meninos com nome Lucílio."

O que é mais cómico é que a capela do rato vai estar cheia no próximo Domingo, todos à espera de mais uma gracinha... pelos vistos vai atrair os fiéis à casa de Deus, não é isso que se pretende? ;-)

beijinhos

Anónimo disse...

O anónimo de cima era eu, peço desculpa, mas foi assim. Não me parece, Sofia, que deva ser intenção de uma homilia gracejar com assuntos tão terrenos como um penalti ou um fora de jogo, embora se pudessem usar esses como metaforas dum sermão. O facto de os padres quererem atrair os fieis (?) a viva força, descendo à terra mais terrena, faz-me lembrar os profs que pedem aos alunos que escolham o que se vai fazer na aula, só para eles se sentirem bem, mesmo que não aprendam nada de nada....

A Igreja não é um rebuçado, nem um xarope.

Virgínia

Sim, sou uma prof rigorosa e à moda antiga...:)))

Sofia K. disse...

Concordo com o que disse, mas não foi durante a homília, nunca seria, mas no fim da missa... faz toda a diferença!

beijinhos

Elisete disse...

Desta vez não concordo com a Virgínia. Eu acho que os padres têm mesmo que descer à terra, mostrar que são iguais a um qualquer mortal, não propriamente para atrair fiéis, mas para identificarem e identificarem-se com as nossas vivências, dificuldades, problemas… Assim, pode ser que não digam ou façam tamanhas barbaridades como aquelas que foram já publicadas neste bolgue.
Para que não fiquem dúvidas, sou católica (praticante à minha maneira) e benfiquista ( de alma e coração!)

Anónimo disse...

Concordo com o que disse a Elisete e mais atrás a Sofia. As coisas fora do contexto e comentadas por quem não é crente nem praticante, nem foi por acaso a essa Missa, para mim têm pouco significado. Alguns estarão a imaginar a Missa actual como as que havia há 30 anos em que se dizia "assistir" à Missa ou " O Padre disse ou rezou a Missa". Hoje em dia "Celebra-se" a Eucaristia" e os cristãos "participam" nela. E participam inclusive,em Missas onde o público é mais reduzido, pondo intenções e dando testemunhos na altura própria. Não tem nada a ver com o que era. Daí que, algumas coisas nsse contexto, sejam mais aceitáveis e não causem estranheza.

Anónimo disse...

Não sei quem é o/a anónimo/a acima, mas gostava de salientar que fui praticante durante toda a minha juventude, presidente da Jecf no Liceu e crente convicta. Estava-se nos anos sessenta, na paróquia de Belém que teve como pároco o P.Felicidade Alves, um padre tão revolucionário que foi excomungado pelo Cardeal Patriarca e deixou a Igreja, vindo a a casar e a trabalhar como professor. Os meu mentor foi o P. Alberto Neto, um padre bem conhecido na Capela do Rato, onde fazíamos as reuniões da JEC e onde havia actividades várias de jovens, até convívios no Carnaval e Natal. O local é, pelos vistos, vosso conhecido.
Nunca considerei a Igreja dessa época como retrógrada, pelo contrário. Depois do Vaticano II, a revolução do culto foi imediata, a missa um acto participado, os retiros e campos de férias momentos espirituais e activos em que os jovens se sentiam elevados e incentivados a serem melhores.
Os meus filhos fizeram a 1ª comunhão aqui com o Colégio Alemão e tiveram uma preparação excepcional para esse acto com um padre que era tb professor deles.
Depois desta experiência em jovem acabei por não casar pela Igreja, porque o meu ex-marido não queria ficar refém duma comunidade que ele repudiava ( assim como duma Concordata vigente nessa altura).Foi um choque para o nosso Pai, mas a partir do meu grito de ipiranga, mais nenhum dos meus irmãos se casou pela Igreja. Falta de fé? Falta de confiança na instituição? Não sei.
Acho que a Igreja, em geral, tem retrocedido, não acompanhou os tempos e os problemas sociais, não dá resposta às inquietações dos crentes.
Padres progressistas como este em questão, com boas intenções e discursos modernaços sobre sexo, futebol ou sobre os media não modificam a opinião que uma enorme massa de descrentes da Igreja têm do Papa, das suas posições dogmáticas ou das suas práticas faustosas no Vaticano.
Cada um tem todo o direito de praticar e acreditar no que quiser - tb o faço - mas não me parece que o Lucílio Baptista deva ser mencionado - mesmo numa piadinha e mesmo no fim da missa - dentro de espaço destinado a vivências mais espirituais e diálogo mais interessante.

Virgínia

Mário disse...

Não vou à missa - salvo casamentos, baptizados ou funerais, e também excepção às missas de Mozart, Bach ou Haydn... -, desde os meus 18 anos, altura em que decidi deixar a Confraria. Até lá, ia sempre, incluindo, para grande estranheza dos meus companheiros de viagem, quando andava pela Europa de Interrail.
Também fui privilegiado pelas homilias e missas do Padre Felicidade, e tive o malogrado Padre Alberto Neto como meu professor (o seu assassinato nunca foi desvendado). Estive na Capela do Rato antes do 25 de Abril, quando um jovem de 16 anos, ao terminar o liceu, disse que o que iria ser no futuro era primeiro-ministro - e foi: chama-se António Guterres.

Mas memórias à parte, creio que independetemente do padre João ser excelente e dialogante, a piada é roscof-larof, e um bocado "coisa"... há que admiti-lo, até porque a Igreja de SAnta Isabel não é um bunker onde com admissão reservada ou por convite...

Claro que o assunto não teria tido este impacte se o Expresso (e não o Público) não tivesse agarrado no tema e dado universalidade às palavras do padre. Um exemplo de jornalismo, também ele, roscof-larof? (pergunto eu "de que").

Finalmente, confesso (a vocês, não a Deus Todo-Poderoso - só a ideia de todo-poderoso...) que nenhum padre me faria ir à missa só para o ouvir, pelo contrário, eu faria tudo era para conversar com esse padre, sem ser em "conferência dele" mas em diálogo e debate, como faço ou fiz com os Padres Vítor Feytor-Pinto, Vasco Pinto de Magalhães, Zé Manel Pereira de Almeida e outros.

Mário disse...

Desculpem as gralhas, mas estou a escrever à pressa porque, onde estou, a rede cai minuto sim, minuto não, e perco tudo...

Anónimo disse...

O Publico e a Bola tb deram relevo ao tema, a Bola inclusivamente entrevistou o Padre Eleutério, que lhe contou as suas desventuras no Sporting e no Benfica como candidato a jogador de futebol. Não duvido da sua simpatia e até da sua boa intenção. Limito-me a criticar o comentário, quanto a mim despropositado para se dizer numa igreja.
Tive vários colegas no liceu que eram padres e um deles tornou-se mesmo meu amigo e ajudou-me pessoalmente em diversas situações. Nada tenho contra eles, note-se.

Virgínia