sexta-feira, 30 de outubro de 2009

vale a pena pensar no assunto

Foi num dia 30 de Outubro, em 1975, que Juan Carlos Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias tomou posse como Rei de Espanha, sucedendo ao ditador Franco como Chefe de Estado de Espanha.

Nascido em Itália e criado em Portugal, é neto de Afonso XIII, último Rei de Espanha antes da República, da Guerra Civil e do Franquismo.

Escolhido pelo próprio Franco, acabou por ser um símbolo de unidade, num país onde as autonomias regionais das diversas nações quase explodiam, ameaçando retalhar Espanha.

Juan Carlos afirmou-se definitivamente como Rei de todos os espanhóis (e do lado certo da História), quando não hesitou em estar do lado da democracia, a 23 de Fevereiro de 1981, durante a tentativa de golpe de Estado de Tejero Molina (recorde-se que, quando este entrou aos tiros no Parlamento, apenas dois deputados não se atiraram para o chão: Santiago Carrillo, líder do PCE, e Adolfo Suaréz, líder da UCD).

Valerá a pena relembrar a proibição da propaganda monárquica em Portugal. Sendo ferozmente republicano, considero que não é sufocando as ideias monárquicas que se desenvolve a democracia. Todas as formas de regime, desde que obedeçam aos princípios da Democracia, são aceitáveis. Na Europa dos 15, sete dos países eram monarquias (Espanha, Reino Unido, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Suécia, Luxemburgo) e não constam que fossem piores ou melhores do que as repúblicas.

5 comentários:

Virginia disse...

Esqueceste-te da mais antiga: o Reino Unido.

Ou já não faz parte da Europa ???:)))

Eles bem querem sair, mas não os deixam.

Tb concordo que as monarquias democráticas são tão boas ou melhores que as Repúblicas, ainda que nos pareçam um pouco old-fashioned.

O Mário Soares foi um reizinho na nossa terra de cegos.

Mário disse...

Que gaffe! Vou já corrigir, mas aqui fica o reparo...e o mea culpa

Anónimo disse...

Embora sendo republicano convicto, às vezes dou por mim a pensar se, realmente, não seria melhor sermos uma monarquia. Por um lado não teríamos disputas institucionais e patéticas atitudes como as do Cavaco mas, por outro lado, ser súbdito do Duarte Pio (ou da Dª Isabel...) é coisa que me assusta imenso (fui colega mais velho dele nas Caldinhas e, coitado, não tinha ponta por onde se lhe pegar...).

Apesar de tudo, penso que o regime republicano, com todos os seus defeitos, tem bastantes mais virtudes que uma monarquia. O problema são só os políticos...

catuxa disse...

Subscrevo, embora também dependa do tipo de monarquia, há diferenças consideráveis. Importante é, de facto, que haja democracia e boa gente.
Juan Carlos já deu várias provas de que é um rei inteligente, até na postura simples e na informalidade que faz questão de manter em muitas ocasiões (e lá vai "dominando" a imprensa com uma pinta... tem uma imagem pública invejável, que não é fácil nos dias de hoje).

Mário disse...

Voltando a Mário Soares, o que os portugueses gostaram principalmente nele foi o modo "majestático" de exercer o cargo.

Um rei pode ser um garante, até certo ponto, dos superiores interesses do povo: na Noruega e na Suécia, não teria sido possível existir um Provedor da Criança independente, livre e com a consequente eficácia, se não tivesse a possibilidade de ser nomeado pelo Rei.

A eleição de qualquer órgão de soberania, apesar de genuinamente democrática, leva sempre a algumas clivagens, pois a base de apoio nunca é (felimente) total.