De um lado, seguramente um ovo. Do outro, tanto pode ser uma ministra, um professor, um sindicalista ou um aluno.
Sei que esta resposta não tem graça nenhuma, mas consegue ainda ser melhor do que a realidade...
Felizmente ainda há escolas onde a Comunidade Educativa trabalha, progride, promove o saber e cria espaços de bem estar, onde as crianças gostam de aprender. Bem hajam os professores, auxiliares e directores que tal conseguem. Quanto ao resto, começa a enojar-me, como o silêncio dos "cem mil" professores perante o arremesso de ovos, nas "suas" escolas, a responsáveis governamentais... que por acaso até foram eleitos em sufrágio democrático...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Eu também gostava de saber o que é que os paizinhos desses so called estudantes ensinam aos seus meninos, onde é que eles arranjaram os ovos, quem os deixou sair da escola ou aproximar-se dela à hora da ida da Ministra e seus seguidores, que castigo vão dar aos meninos ( não reprovam, não repetem, não são excluidos, nem têm castigos corporais porque isso não se usa). Voltam no dia seguinte e nada lhes acontece.
Partir do princípio que os profs não os impediram é um pouco pueril....não são 20 profs que podem impedir que mil alunos de juntar fora da escola, e que eu saiba, os profs não foram contratados para polícias.Com certeza censuram-nos fortemente nas aulas.
Tirar ilações de que os ovos e a manif de profs estão ligados é tentador, mas pode ser um engano.No fundo saiu-lhes o tiro pela culatra. Vão apanhar um ovo por cada Magalhães que andam a distribuir aos "pobres" alunos, protegidos até à medula pela Ministra e governo.
Absolutamente de acordo que os pais destes meninos deveriam ser responsabilizados. Infelizmente, "a malta é jóvel e a juventude é assim"... ou não ande o António Costa a distribuir "kits" de limpeza aos habitantes do Bairro Alto para limparem as pixagens que "os jóvels" fazem durante a noite...
Quando a Gisberta foi barbaramente assassinada no Porto, ninguém pensou que os pais desses rapazinhos talvez devessem ser chamados à pedra, mesmo que as crianças estivessem em instituição.
Ainda a propósito deste assunto, vale a pena ler o comentário do Zé na Entrada anterior (Sistema Inducativo) - é o surrealismo levado ao extremo.
PUBLICO.11.2008 - 22h12 - Hélder Ferreira, Corroios
O irónico da questão é que quase de certeza que os alunos que atiram os ovos são aqueles que beneficiarão das medidas facilitistas da ministra.
Subscrevo inteiramente.
A questão é: beneficiarão MESMO?
Terão notas inflacionadas, provavelmente, mas duvido que sejam beneficiados por isso...
Beneficiarão sem dúvida, porque não vão sofrer qualquer castigo e serão vistos como heróis pelos colegas, fazendo a vida negra aos professores que os querem educar. Conheci muitos casos semelhantes, em que o heroi da turma era o aluno mais indisciplinado e mais contestatário no mau sentido. Muitas aulas ficam estragadas quando indivíduos destes que não respeitam nada , nem ninguém, resolvem boicoitar a acção dos professores e dos adultos em geral. Se o sistema ainda os defende, protege e faculta a passagem administrativa, são mais que beneficiados, são levados ao colo até ao fim...
Devo lembrar, Mário, que ninguém elegeu esta Ministra , nem estes secretários de Estado ( já leste os currículos deles?), nem sequer o Sócrates foi eleito por muitos dos professores.
Eles ganharam e abusaram. Abusam há quase 4 anos.
Além do mais e desculpe, Miguel se o contradigo, esta Ministra não percebe puto do que é a Escola, nem do que é ser-se professor. É burra e teimosa na burrice.
As medidas que tomou foram contra a Escola e contra os profs.
O insucesso dos alunos agora ainda vai ser maior porque os profs estão revoltados e já nem conseguem dar aulas de jeito.
Não se elegeu a ministra, mas a AR, que aprovou o programa de governo, e o PR que aprovou o primeiro-ministro que deposita confiança na ministra.
Como sabe, não estou totalmente por dentro das questões da Educação, embora ache que tem havido, pelo menos no início, alguma tentativa de reforma.
Claro que coisas como "100%" de sucesso educativo e passagens automáticas é disparate.
Mas parte dos desacatos na sala de aulas, por exemplo, que surgem nos media de quando em quando, também têm a quota parte de responsabilidade nos professores - no famoso caso do telemóvel, acho que a professora deveria ter saído e chamado o segurança, e nunca andar a rebaixar-se a retirar o telemóvel àquele mostrengo de 16 anos.
Aliás, em todas as profisdsões assistimos a isto: o número de médicos agredidos por utentes tem aumentado, paralelamente ao denegrir a classe médica, como alternativa à anterior arrogância de "o médico manda".
Mas, "carago", não haverá meio-termo?
Não é fácil agir da melhor forma, eu pessoalmente nunca teria tentado tirar o telemóvel a um aluno ou alunoa, brincava com ela, dizia-lhe que me telefonasse em ingês, qualquer coisa para a distrair e depois encerrava a quetsão. Tive alunos piores do que essa, uma vez uma miuda cuspiu num professor estagiário e outra vez atiraram com um bolo que a estagiária tinha feito para o chão, pois não gostavam dela. Expulsei alguns alunos da sala de aula e não me arrependo, uma delas era filha duma colega e esta agradeceu-me.
Chamar seguranças é coisa impossível. O Carolina tem uns tres empregados para a vigilância da escola toda e nunca estão quando se chamam. Teria de pedir a um alunos que fosse chamar a comissão directiva e isso levaria séculos, pois eu não poderia sair da sala , é expressamente proibido ( não sabias???).
A recusa em reprovar ou suspender alunos está-lhes a dar cada vez mais força e os apis são os primeiros a desautorizar os profs, a minha empregada só se queixa dos alunos, dizendo que roubam coisas à filha e não há controle dos profs. Concordo que a Escola pública é muito má, mas fui eu própria a afirmá-lo no teu blogue.
Não me parece ter melhorado desde que saí.
Desculpa as gralhas....não dormi bem.
Também é bom ler os comentários do João Lobo Antunes, do António Barreto, do Daniel Sampaio, etc. todos no Publico de hoje que levei para a Foz e que li de fio a pavio. Ontem no Eixo do Mal - que vejo sempre - discutiu-se o modelo da avaliação propriamente dito e realmente descreveram-no como kafkiano.
Era bom que se tivesse em conta que muitos profs estão contra o modus faciendi, mais do que com a avaliação em si, embora pessoas como o Miguel,segundo me parece, recusem a avaliação por acharem que não se justifica quando se tem mais de 20 anos de serviço.
Sinceramente já me apetece fazer o que o meu filho João na sua calma habitual me recomendou: "Mãe , não leve as coisas a peito, pois já está livre disso tudo e não vale a pena ter insónias por essa razão!".
Eu gostava de lhe obedecer, mas sempre gostei de polémicas e gosto de expôr aquilo que penso e o que me indigna. Sei que não sou muito imparcial, pelo contrário.
Podes ter a certeza de que fazer manuais escolares na altura em que comecei - com três filhos pequeninos ( 2, 3 e 6 anos) - mesmo trabalhando com a Porto Editora, era uma risco enormísssimo. O sucesso dos ditos trouxe-me depois muitos benefícios e entusiasmo, sem dúvida, mas os primeiros anos foram dramáticos.
Enviar um comentário