quinta-feira, 26 de março de 2009

birras idiotas, estéreis e anti-democráticas

O PSD está irredutível na recusa do nome de Jorge Miranda, proposto pelo PS, para o cargo de provedor de Justiça. A decisão final foi tomada ontem na comissão permanente do partido e radica apenas no facto de não ter sido uma escolha dos social-democratas, uma posição de princípio de Manuela Ferreira Leite.


Publico on-line


O que eu gostava de saber é a reacção do PSD se o PS tivesse escolhido a própria Ferreira Leite...

Jorge Miranda é inatacável - querem melhor Provedor? Já Laborinho Lúcio era outro garante das liberdades e dos direitos dos cidadãos. PS e PSD deitam fora o que de melhor há na sociedade portuguesa. Sugiro que fiquem dois provedores: Jorge Coelho e Dias Loureiro.

Apostila (para não escrever PS): se o processo cabe inteiramente à Assembleia da República, porque é que são as direcções partidárias do Blocão Centralão a decidir (ou a não decidir)? E os outros partidos com representação parlamentar? Ficam a ver se foi ou não penalti?

5 comentários:

Rui disse...

PS e PSD partilham uma enormidade de cargos e lugares em ministérios, secretarias, institutos, EPE, etc. com o mesmo espírito que crianças coleccionam cromos para as suas cadernetas. "Toma este da cá aquele".
Este caso só veio tornar um pouco mais visível esta prática.

Os cidadãos indignam-se no momento, mas o tempo passa e a memória apaga-se.
No essencial, o compadrio e a corrupção florescem e parece-me não haver marcha atrás.

Nota: por acaso ou não, a palavra de controlo que o blogger me pede neste instante é "panic"

Mário disse...

É, Rui. O que mais me impressiona
é formalmente o processo ser da Assembleia, e esta não ter discutido o assunto nestes meses todos - não apenas os oito que já decorreram desde o dia em que Nascimento Rodrigues deveria ter saído, mas antes, para não haver vacatura do cargo.
É inacreditável, ainda por cima para um órgão não-político.
O argumento do PSD de que o Provedor deve ser da oposição para controlar o governo é falacioso, porque Menéres Pimentel esteve durante os governos de Cavaco, e Nascimento Rodrigues nos de Durão Barroso e Santana Lopes...

Anónimo disse...

Enervam-me estas quezílias entre partidos, bancadas ( de peixeirada), cliques, etc. O país está em grandes dificuldades, milhares de pessoas estão a perder os empregos aos 50 e tais de idade, há famílias endividadas até ao pescoço, professores desazados até dizer basta e a única coisa que interessa a estes polítiqueiros é continuar neste dize tu direi eu que não interessa nem ao menino jesus. É no futebol, é no governo, é na oposição, é no café, todos opinam e ninguém procura entender-se, pois precisam desta adrenalina para alimentar os seus egos mais que insuflados.
Conheci o Nascimento Rodrigues, o meu marido foi assistente dele no ISCTE em 1974-75 e era uma pessoa com muita classe. Deve estar saturado desta mesquinhez e se fosse a ele saía e deixava a provedoria sem ninguém. Era o que este parvalhões todos ( desculpem!) mereciam.

Virgínia

Mário disse...

Não o conheço pessoalmente, mas conheço bem a mulher, minha colega e "mentora" no que diz respeito às doenças respiratórias da criança.
Tenho muito boa impressão dele, e mesmo que tenha exagerado um pouco na entrevista à Visão, acredito que esteja farto - ele é que precisava da ajuda do Provedor, dado que é um cidadão preso à estupidez da politiquice partidária.

PS: o blogue pede-me a palavra chave "purganow" - é mesmo o que é necessário. Uma purga e já!

Rui disse...

Não conheço o provedor, nem pessoas próximas, mas reconheço alguns dos rostos que começam a aparecer na política.

Na escola, nas férias, ou por intermédio de um amigo comum, conheci minimamente algumas pessoas que agora ascendem na política para formar uma opinião. E, regra geral, tenho um má opinião acerca da pessoa. Ou porque era o cábula que cravava tudo a todos e que falsificava as notas dos testes com técnicas apuradas, ou então porque era o engraçadinho com muita lata que bajulava os professores para ir passando.
Quanto às motivações da entrada na política, frequentemente dizem-me de tudo excepto fazer política em prol dos cidadãos e do pais. Falam de lugares, de favores, de contrapartidas pessoais.
Esta é a minha experiência (nasci no pós 25-Abr). Não sei se será a vossa também?

O exemplo máximo desta realidade é o nosso PM. Sem fazer uma avaliação do desempenho como PM, o seu percurso estudantil e profissional são o espelho de muitos outros casos pelo país fora: curso obtido numa universidade de qualidade duvidosa, de uma forma ainda mais duvidosa; depois como eng. assina projectos feitos por outros ou vice-versa, porque trabalha na câmara que os licencia.
É difícil depois apregoar a justiça social, a solidariedade, a competência, o rigor, a competitividade como única soluçã o para o nosso futuro, porque não foram esses os valores nem as práticas que lhe permitiram chegar a chefe do governo.

puff!!! já vai grande, mas fica a deixa