Os Budas de Bamyan datavam do século VI e tinham uma dimensão monumental (mais de 50 metros de altura), localizando-se no vale de Bamyan, no Afeganistão.
Erigidos na própria rocha, foram depois pintados para reforçar a sua expressão.
Em Julho de 1999, o Mullah Omar decidiu preservar os Budas, escrevendo que, "apesar de não existirem já budistas no Afeganistão, os Budas poderiam ser uma fonte de rendimentos por atrairem os turistas ocidentais". E terminava: "os talibãs afirmam que os Budas de Bamyan não devem ser destruídos, antes protegidos".
Os clérigos radicais não aceitaram esta decisão, e inciaram uma campanha para banir esses "símbolos não-islâmicos" da sociedade afegã, à semelhança da música, desporto, televisão, etc. Um grupo de 400 clérigos escreveu uma declaração contra os Budas.
O director da UNESCO realizou então uma reunião de embaixadores de 54 países da Organização da Conferência Islâmica, e todos eles reiteraram a vontade de defender os Budas, incluindo os representantes dos países que reconheciam o governo talibã.
Surge então uma declaração do Ministro dos Assuntos Religiosos Afegão, declarando que os Budas deveriam ser destruídos, para honrar a lei islâmica.
Começaram os ataques às estátuas com baterias anti-aéreas e peças de artilharia. Seguiram-se dias e dias de explosõesc om dinamite. Mesmo assim os Budas resistiram. Seguiram-se minas, mas ainda foi preciso a colocação de minas em diversas partes dos Budas.
O Mullah Omar, diria, então: "Os muçulmanos devem estar contentes por esmagar ídolos e Deus está muito feliz!". Passados alguns dias, o Ministro dos Negócios Estrangeiros justificava a destruição como uma retaliação contra as sanções económicas internacionais.
Quanto aos Budas, mantêm seguramente a sua serenidade, mesmo que totalmente destruídos, e um dia renascerão, no mesmo local ou noutro, quando a estupide humana for varrida daquela região, infelizmente tão (demasiadamente!) massacrada pela ignomínia.
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