quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"nunca um mentiroso medrou, nem quem ao pé dele se sentou"...

Se o PM é "mentiroso", como se afirma por aí, justificando por isso não dever continuar no cargo, que dizer de um forte candidato a futuro PM, que há escassos 3 meses declarava: "Eu digo aqui, peremptoriamente, que não estou na corrida para a Presidência do PSD" e "não faria sentido que eu me candidatasse à liderança deixando o Parlamento Europeu. Eu acho que os eleitores não compreenderiam isso, seria um mau sinal dado à democracia." (isto depois de zurzir forte e feio em Elisa Ferreira e Ana Gomes por porem a hipótese de deixar o Parlamento para assumirem a presidência das câmaras, caso as tivessem ganho).

11 comentários:

Rui disse...

Infelizmente desde que o PSD ganhou as Europeias Paulo Rangel enveredou por um caminho que não me agrada.
Ao início ainda pensei que era o deslumbramento de quem tinha alcançado um resultado que o próprio duvidaria ser capaz de obter. Agora dissipo as dúvidas: no dia em que ele fez a sua declaração de candidatura, lembrei-me imediatamente destas suas palavras.

O número de acrobacia politica (no mau sentido que esta manobra tem) que acaba de protagonizar cola-o ao estilo/natureza José Sócrates em vez de o diferenciar.

Aguiar Branco, a fazer fé no que tenho lido e ouvido nos média, recebeu uma bela facadinha nas costas. Não tenho ainda opinião totalmente formada sobre este último: parece-me uma pessoa de correcta, respeitadora, educada, mas talvez um pouco ingénuo e demasiado “soft” para os tempos e combates que se adivinham.

Tenho que concordar com quem à uns tempos comentava neste blog que Paulo Rangel andava muito inchado – será que seguiu mesmo o conselho do Manuel Pinho!?

miguel disse...

O rapaz começa mal de facto.

Mas isto de ser político tem que se lhe diga, e tem em quantidades industriais.

Fôra eu, por exemplo, essa figura quase consensual que foi Churchill e , de certeza, emagreceria 50 kg, além de deixar de fumar charutos, após a decisão - corajosa mas brutal - de mandar milhares de jovens imberbes para as costas da Normandia , como carne para canhão e também - vá lá - para abrir as portas da libertação.

É por estas e muitas mais que nunca senti vocação para político. Ora se eu choro por matar uma mosca....

Mário disse...

Começa muito mal, tanto mais que pregou a rasteira ao Aguiar Branco, depois daquele psicodrama no Parlamento Europeu, que deve ter feito o comissário Almunia dar urros de alegria. E depois vem dizer que se candidata por dever patriótico... "Portugal já não é um Estado de Direito!" - que palhaçada!, tanto mais vindo de um jurista. A ser verdade, o PR deveria ter demitido logo toda a gente e a si próprio (excepto o Governo Regiona da Madeira, esse exemplo da "democracia democrática").

Melhor, só o agora omnipresente Mário Crespo, que hoje resolveu atacar Belém com a mesma tanga sobre "liberdade de imprensa".

Quanto a Churchill, Miguel, aproveitei os últimos dias para ler dois calhamaços: História da I e da II Grandes Guerras Mundiais. Cada um com perto de mil páginas. Dunquerque é das páginas mais impressionantes, juntamente com a Batalha do Somme em 1917 ou o bombardeamento de Londres e de Dresden. Mas a resistência britânica, na II GG, é inacreditável. A determinada altura estiveram, meses e meses, praticamente sós, pese embora alguns comentários de alívio quando os franceses assinaram o armistício e os ingleses deixaram de ter de os consultar para a tomada de decisões. Tomar resoluções dessas é tramado, mas quanto mais conheço Churchill mais o admiro - aliás, ele próprio foi combatente na I Guerra. Alguém tinha de parar Hitler, até porque ainda não havia a Manuela Moura Guedes para o fazer suicidar-se mais cedo...

Pessoalmente, também não tenho vocação para político nem para mártir patriota, e por isso é que já tinha tudo arranjado para abalar para a Suécia, caso terminasse o curso e a guerra colonial continuasse. Não foi necessário, felizmente, mas é coisa de que as pessoas pouco se lembram hoje... a angústia de ver chegar o dia em que se iria para África, os 4 anos que os jovens portugueses tinham de passar num ambiente hostil, em clima e hábitos diferentes, sem saber porque lá estavam, a matar e a ver morrer, com as carreiras e percursos de vida ceifados, mesmo quando regressavam fisicamente sem problemas.

Enfim. Divagações... (suscitadas pelo Rangel, sublinhe-se: afinal o homem faz pensar!)

miguel disse...

Eu tambeém vivi nesse " síndrome da inevitabilidade de ir para a guerra". Não sei se sairia do país. Mas fiz parte d tropa em Mafra. E, essa experiência, com jovens alferes da Academia Militar, fez-me vê-los com outros olhos - admiração talvez.

Quanto ao Churchill não lhe li a biografia, que todos dizzem ser de ler. Mas a minha Mãe era uma anglófila " de primeira apanha" e fez-me ler tudo - principalmente revistas - sobre a 2ª guerra mundial. na altura entendia aquilo como um jogo de bons e maus, todos sorridentes e os pilotos ingleses, os heróis entre heróis. Lembro-me do funeral do churchill no Paris-Match e a emoção que me causou. Hoje, considero tudo aquilo absolutamente brutal.

Mário disse...

"A Primeira Guerra Mundial" - Martin Gilbert - Esfera dos Livros.- 890 pg

"A Segunda Guerra Mundial" - também de Martin Gilbert - Dom Quixote - 1008 pg

catuxa disse...

Quanto ao Aguiar Branco, será que era o líder que a bancada desejava ou avançou prematuramente e de forma "não muito democrática", acabando por ficar para se evitar barulho?
Ainda quanto às mudanças, o deficit também mudou de um dia para o outro, a TVI idem, e por aí fora... a situação é bem diferente da de há 3 meses, há mudanças que justificam mudanças. Para o PM era bom que nada mudasse e ficasse tudo calado, para nós não. Mal de nós se assim fosse!

Virginia disse...

Assino por baixo o que, felizmente para mim, a Catuxa tão bem sublinhou.
Quando o Santana foi apeado - por muito menos do que o Sócrates já fez abertamente - os PSs estavam todos dispostos a ser patrióticos e a ocupar o lugar de poleiro. Ninguém indagou se eram probos, lisos, transparentes ou éticamente correctos.O Sócrates foi considerado o heroi, a unica alternativa, o salvador. Viu-se o que tem feito e continuará a fazer.
Em Política, a coerência não é tão importante como a força, vontade, coragem e porque não, a ambição de mudar as coisas.
Para mim, o Rangel é o único que dará um bom 1º Ministro em alternativa. Primeiro porque é inteligente, depois porque é determinado, depois porque o conheço e todos os alunos dele - com quem falei entretanto - o consideraram excepcional ( inclusive o teu afilhado Zé) .
Será agressivo? É, mas é isso que precisamos, já que segundo os socratinos, o PSD morreu e não há ninguém capaz de o fazer sair do coma. Enganem-se e habituem-se.
Quem me dera ser militante e poder votar no Rangel!

PS. Lembro que o "Patriota" e Pai da Pátria, Soares queimou a bandeira portuguesa em pleno Whitehall em frente da Rainha de Inglaterra. SHAMEon him !!!

Virginia disse...

Só mais um comentário.Qual é a vantagem de Rangel em abandonar um lugar onde pode activamente ajudar o país pela sua inteligência e conhecimentos jurídicos - ele é professor de Ciencia Política e Direito Constitucional -e onde ganha balúrdios... para vir pôr a casa do PSD em ordem e eventualmente vir a tornar-se seu Presidente para ainda eventualmente vi a ser eleito PM no futuro, se não for por puro patriotismo e angústia perante o estado da política em Portugal?

O discurso dele disse-me muito mais do que todas as discursatas do Passos Coelho, do A. Branco ( que o Sócrates adoraria que vencesse ) ou doutros com mais anos de PSD.
Ele é um entusiasta e só por isso, o Sócrates e seus amiguinhos já começaram a desfazer no indivíduo. Até se esqueceram da presença enérgica e positiva que ele ofereceu à Assembleia como lider da bancada parlamentar, nos tempos em que havia oposição.

Mário disse...

A Rainha deve ter dito: "Mister SoWinds, we are not amused...".
A sério: pode-se trocar ideias sem fundamentalismos e, sobretudo, sem repetir as mentiras e calúnias da PIDE, que há mais de 30 anos foram provadas serem apenas isso. E mais não digo, porque o pior limite à liberdade de expressão é a violência contida em certos comentários, que fazem das ideias dos outros "inimigos a abater". Muito pior do que as manipulações dos políticos, sejam eles quais forem.

Anónimo disse...

bidon de 500 litros , olhao meu

Anónimo disse...

aproveita-se o rui rio, esse sim serio e sem rabos de palha, plo menos conhecidos