segunda-feira, 31 de maio de 2010

arrogância bélica

A Coreia do Norte disparou um missil e abateu uma corveta sul-coreana.
Israel disparou também e afundou um navio turco de auxílio humanitário.

Muitas mortes em ambos os eventos. A mesma falta de razão. A mesma demonstração de omnipotência e desrespeito pelas vidas e pelo direito internacional.

Engraçado é ver também algumas diferenças de tratamento jornalístico... há filhos e enteados.

8 comentários:

miguel disse...

A TV nem costuma ser , na minha modesta opiniião, tão pró Israel como isso.


Mas, ok, a reportagem que se me foi dada a ver sobre a questão do navio turco leva-me a concluir que a provocação foi todinha dos activistas e Israel avisou antes.

Mário disse...

Segundo ouvi agora, Israel atacou em águas internacionais e a reacção dos tripulantes e passageiros foi normal para quem o invade assim.
Aliás, não é por acaso que não morreu nenhum israelita e mais de quinze turcos e outros morreram, estando muitos em estado grave. Até congressistas americanos lá havia. Não há nada que justifique bloqueios a países ou nações, forçando-os a viver abaixo da mais profunda das misérias. O gueto de Varsóvia parece ter sido esquecido pelos descendentes de quem lá morreu de fome e de horror.

Mário disse...

Lembram-se do Lusitânia Expresso, quando foi a Timor? O que seria se a Indonésia invadisse o navio? O que fizeram foi avisar que, se o navio entrasse em águas territoriais indonésias (timoreneses, mas para o caso, na altura, eram consideradas indonésias), então aprisionavam-no. Nenhum país pode ser dono de águas que são de todos - só a ONU pode criar mandatos e regras para tal. Israel tem sido atacado vezes sem conta e o Hamas é o que se sabe, mas retaliações deste tipo, além de injustas, são manobras perigosas para a paz mundial.

miguel disse...

Aprisionavam-no, sim, a não ser que o Eanes começasse à traulitada aos fuzileiros indonésios...:)

Eu ouvi as comunicações entre os israelitas e um dos navios. Se foi jogada de propaganda dos israelitas ao não, não sei. O que ouvi, tambem,nessas comunicações, foi um aviso e uma negativa do outro lado. E vi imagens também.

enfim...a única coisa que não tem discussão é o facto de o ataque ter sido em águas internacionais.

Anónimo disse...

1.º - Israel não afundou nenhum navio, ao contrário da Coreia do Norte.

2.º - Morreu um israelita.

3.º - A posição dos passageiros não foi normal porque começaram a atacar com ferros e cadeiras, tendo atirado de seguida o corpo de um soldado fora do barco.

4.º - Mesmo em águas internacionais, (cujo assunto estava a ser tratado a nível diplomático e político, daí a ida do 1.º ministro israelista aos EU para se encontrar com Obama, a pedido deste), os israelitas avisaram, por diversa vezes, que os barcos estavam a entar numa zona hostil, pedindo para recuarem.

5.º - Todos os outros pararam menos aquele, enfrentando e provocando o exército israelita.

6.º - De todos os barcos aquele foi também o único que atacou os soldados israelitas, tendo mostrado resistência.

7.º - A questão da relação entre Israel e o governo da Palestina, que neste momento tem à frente uma organização terrorista, o Hamas (muito embora lá tenha chegado por eleições livres ?!), deverá cingir-se a estes dois paísese forças diplomáticas internacionais de consenso, e não a provocações de países terceiros, como o caso da Turquia, porque nos últimos anos anda de relações cortadas com Israel, servindo-se de escudos humanos para o efeito.

8.º - Trata-se de uma situação política e geo-estratégica muito delicada que não pode ser analisada de forma simplista.

Catarina

Mário disse...

A análise está bem elaborada, Catarina, e o assunto é complexo, mas era uma embarcação civil, sem armas, com auxílio humanitário, navegando em águas internacionais. A abordagem do barco sem autorização do comandante e na ausência de um mandato internacional é um acto de pirataria. E não se pode retaliar em civis (maioritariamente de países que não o visado) alegando ser-se alvo de terrorismo (o que é efectivamente verdade).
Não consigo aceitar que um acto destes seja desculpabilizado. COmo os piratas da Somália - as intenções e as pessoas são diferentes, mas este é até mais grave porque patrocinado por um Estado.

Anónimo disse...

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À luz do Direito Marítimo este incidente é de pura pirataria. Tudo o resto são argumentos para cada um 'puxar a brasa à sua sardinha'.

Quero apenas referir que, òbviamente, sendo assaltados, os tripulantes e passageiros muito naturalmente se defenderam como qualquer um o faria em qualquer assalto (no mar ou em terra). Os Israelitas não têm pois de se queixar (quem vai à guerra toma e leva...).

Um pequeníssimo esclarecimento: não são barcos mas navios (barcos são a remos ou à vela e alguns de pesca...).

Paulo disse...

Era um navio civil abordado de modo bélico em águas internacionais. Os tripulantes defenderam-se com ferros e cadeiras. Foram atacados com o pdoerio de uma força militar que destruiu, simplesmente destruiu com esse armamento o navio que navegava legalmente em águas internacionais. Não vale a pena defender um erro ou um crime só porque gostamos de um povo. Não foi o povo israelita que se portou mal, foram os militares e governantes israelitas.
É verdade Mário, A Coreia do Norte (cujo regime não merece nenhum respeito) abateu uma corveta de guerra e errou, Israel abateu um navio com auxilio humanitário e são tantos os que defendem esse acto.
Será que Israel vai se sancionado. O aristrocrático Conselho de Segurança das Nações Unidas não toma uma posição sancionatória contra este acto????