A 9 de Maio de 1950, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, fez uma declaração em que apelava aos Estados europeus no sentido de criar uma Comunidade supranacional. Visando o controlo das indústrias do carvão e do aço (o que limitaria os apetites para novas guerras), a ideia passou depois para a Comunidade Económica Europeia e, finalmente, para a União Europeia
"A paz mundial poderá ser salvaguardada sem esforços criativos à medida dos perigos que a ameaçam. O contributo que uma Europa viva e organizada pode dar à civilização é indispensável para a manuntenção de relações pacificas. A Europa não se fará de uma só vez, nem numa construção de conjunto: far-se-à por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha. Assim se realizará, simples e rapidamente, a fusão de interesses indispensáveis para o estabelecimento de uma comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais larga e mais profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas".
Mas os ideais da UE são, essencialmente, a paz, o progresso, a democracia, a equidade. Valeu a pena, como valeram a pena os esforços dos vários governantes europeus em lançar a ideia da adesão e de a fazer cumprir. Parafraseando o anúncio: "Podíamos estar fora da UE? Podíamos... mas não era, de certeza certezinha, a mesma coisa".
3 comentários:
Sempre fui muito mais europeia que portuguesinha no sentido limitado da palavra. Mesmo no tempo da outra senhora - e talvez até mais nessa altura - procurava viajar baratinho e ver tudo quanto pudesse e estivesse ao alcance da bolsa, que como sabes, não era farta, numa família grande.
Só fui aos países nordicos em 1965 e nunca lá mais voltei, mas a Alemanha devo ter ido umas 18 vezes durante os sete anos em que o meu filho lá viveu e a Inglaterra tb fui umas oito e aos EU quatro.
Acho sempre tudo melhor noutros países, à excepção do sol, do clima e da comida. A vida em geral não é mais farta, mas culturalmente ultrapassa em 50 anos o nosso país limitado - exceptua-se a capital onde tudo, mesmo tudo, converge e que rouba brilho ao resto das cidades.
Ficaria muito pobre em termos culturais, o país que saísse ou deixasse de pertencer à UE. Sem falar da facilidade de arranjar ocupação noutro país, estudar, fazer pesquisas, passar fronteiras, ir a concertos, musicais, ler livros, ter acesso a uma infindável panóplia de eventos e lugares.
Poderia viver sem a Europa?
NAO poderia.
Se, mesmo no tempo do Salazar, isso já me não era possivel!
PS. Quanto à leitura prévia dos comentários, aprovo incondicionalmente. As vezes tb me excedo:)))
Devo acrescentar que constatei agora no RU que a vida está quase igual em nível à dos portugueses, os restaurantes com comida óptima - mesmo excelente - são acessíveis e paga-se menos do que aqui no Porto. Os livros e CDs são mais baratos, os transportes que nos eram proibitivos são mais baratos que os STCP, em que um bilhete unico custa 1.40, o que é uma brutalidade. Os cinemas custam 6 libras o que é ligeiramente mais caro, mas não muito e para o teatro paguei 16 libras, que não é nenhuma exorbitância para a categoria de actores e performances.
O nosso nível de vida é altíssimo, não sei como é que as pessoas com um ordenado mínimo sobrevivem...
Hoje é um dia feliz, porque os ideais da UE estão bem vivos. Sem paz e solidariedade, não há progresso e dificilmente há democracia. Não podemos esquecer que tivemos anos e anos de guerras e hostilidades na Europa. Hoje, temos uma Europa a crescer em conjunto, solidária e a tentar, em conjunto, ultrapassar uma crise económica mundial. Hoje, defendemos, em conjunto, valores inestimáveis, que também levamos para o resto do mundo. E este "em conjunto" são muitos países e culturas diferentes, que mantêm a sua identidade e características próprias. Apesar da crise e de todos os defeito que possa ter, a União Europeia é um feito inigualável, exemplar e, hoje, é impensável que haja sequer um vislumbre de uma guerra na Europa. Só por isso, valeu tudo a pena e é motivo para festejar, e tocar o hino da Europa, que, por acaso ou não, é o Hino da Alegria. Agora, há que aproveitar bem e sensatamente este cenário e este "espaço aberto" de oportunidades.
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