quarta-feira, 16 de julho de 2008

venha já!


Quinta da Fonte - que belo nome para um condomínio de luxo

Portugal é uma sociedade inter-racial, onde todos se dão bem, porque temos brandos costumes, blá-blá-blá. Aqui estão alguns dos candidatos a esta nova urbanização VIP.

Condomínio
Fechado
Domínio
Cercado
Ignorância
E medo.
Vigilância
E segredo
Vinte e quatro horas.
Na boca o credo
Mais juros de mora
Com patrocínio.
É o que há.

Meus senhores, é entrar
Meus senhores, é entrar
Ainda há muitos T6 para comprar...

2 comentários:

Anónimo disse...

Ignorância e medo!!! De quem ???
Estes adjectivos não serão um pouco exagerados!?
Não me sinto minimamente ignorante nem com medo de nada, e continuo a prezar muito a minha liberdade, que é sagrada!! Adoro os bairros típicos e humanizados onde todos se conhecem e vivem de forma empática e harmoniosa, mas a minha experiência de vida também me diz, que lá por se viver mum condomínio fechado, por razões diversas que só a cada um dizem respeito, as pessoas não deixam de ser menos empáticas,afáveis ou humanas com os que asrodeiam, nem deixam de ser o que são, de bom ou mau, e muito menos receosas de algo, e então, menos ainda, ignorantes!!!

Não pude deixar passar este post, entendes, não é?!

Muitos beijos meu querido.

Catarina

Mário disse...

Respeitando as opções de cada um, e as razões para escolhas domiciliárias, também quero dizer que o meu comentário é geral, ou seja, não digo que toda a gente se reveja nele (ou que eu os reveja nele, melhor dizendo).

Todavia, conceptualmente, para mim é errado o condomínio fechado, porque não contribui, na minha opinião, para o bem estar e saúde do tecido social. Sendo a habitação e os arranjos urbanísticos, nomeadamente no que se refere ao "material humano", um dos factores mais importantes que fazem pender a balança para um ou para o outro lado, o condomínio fechado é um gueto, e os guetos, impostos pelos de fora ou pelos de dentro, aprisionando os de dentro por vontade deles ou não, é socialmente indesejável e civilizacionalmente um passo atrás.

Para entrar num espaço que não é o habitacional em termos de fogo, mas sim de "premises", ter que apresentar o BI, ver a matrícula do carro anotada, horas e minutos, o tempo de estadia, ter que dizer quem se vai visitar (e o segurança e a empresa de segurança saber também que o visitado recebeu esta ou aquela visita), e ter vídeovigilãncia em todo o percurso e enquanto se está à porta do amigo, da namorada ou dos pais, inquieta-me.

Além do mais, o conceito de que "não pode haver risco", subjcanete a estas teorias ´de socieaddes assépticas (ou núcleos assépticos dentro de uma sociedade "podre"), bacteriologicamente puros, só contribui para o problema, não sendo uma solução.

Deve-se viver com algum risco e, pessoalmente, prefiro viver numa praceta onde toda a gente circula, e num prédio onde tocam à porta e eu, pelo intercomunicador - eu, e não um segurança desconhecido -, decido se abro ou não a porta, mesmo correndo o risco de ser um ladrão que aldraba a voz do meu irmão para poder entrar.

Escolhas... mas, como todas, com as respectivas consequências e riscos...