O lateral do Sporting, Grimi, foi apanhado ao volante com 1,24 g/L.
Seguiu em liberdade e já regressou aos treinos.
O director de comunicação do SCP diz que "não querem fazer deste assunto um caso".
Não. Não faremos um caso. E tanto que não se fez é que, apesar de 1,24 ser CRIME, foi libertado e voltou à normalidade. Não se faz deste assunto um caso, não. E se Grimi atropelasse alguém ou esbarrondasse um carro, também não era um caso (mesmo que a vítima fosse um filho de outro jogador do SCP).
Nem um cartãozinho amarelo da SAD para o seu jogador? (NOTA: o comentário seria o mesmo se fosse do Benfica ou do Olhanense, ou de outro clube qualquer).
Quando for grande (leia-se, quando for ao volante) quero ser um Gremlin, digo, um Gormitti, ou um Grimi.
4 comentários:
Veio-me à memória o caso do Luisão. Remember?
Se fosse aqui a Pat Mémé a ser apanhada, lá ia conhecer a esquadra mais próxima, apresentada ao Juiz, inscreviam-me nos AA, e sei lá que mais, mas como são futebolistas, malta conhecida e tal... Enfim... Tenta-se incutir nas nossas crianças e adolescentes determinados valores, fazem-se campanhas, e zás... Com uma notícia destas qual é o adolescente que nos leva a sério?!
É exactamente isso, Pat.
Aliás, sempre houve esta coisa dos dois pesos e duas medidas, em relação a tudo, não apenas no que se refere à Lei mas também a opiniões diversas.
Há uns anos - muitos -, quando uma pessoa conhecida no meio político apareceu nas primeiras páginas de um jornal de extrema-direita, "denunciando-a" por ter ido para o mesmo hotel que outro conhecido político, houve pessoas do partido dela que choraram (no verdadeiro sentido da palavra). Por acaso está e esteve noutros partidos - pergunto-me se a reacção de "choque e pavor" seria a mesma, dessas pessoas.
De qualquer modo, quando há leis em causa, o caso muda de figura, porque deixa de ser opinativo e passa a ser factual.
Há anos, a principal candidata a primeira-ministra da Suécia, pelo partido social-democrata, saíu do ministério onde trabalhava e foi ao supermercado. Não tinha a carteira e usou o cartão de crédito do ministério para comprar um pacote de fraldas para o bebé. No dia seguinte, fez imediatamente a transferência para repor o dinheiro.
Foi obrigada a demitir-se e a pôr fim à sua carreira política porque quem fazia aquilo, ou seja, quem transgredia, poderia transgredir em muito mais... ou nunca repor.
Mas Grimi (e Luisões e outros) continuam felizes e alegres, na medida directa do seu ordenado mensal - essa é a diferença, Pat.
Também houve o caso do Iuran que matou num acidente de automóvel outra pessoa aqui na Av. da Boavista. O processo arrastou-se durante anos e o tipo não foi preso, quando tudo indicava que seria culpado.
Por mais que se queira atirar areia para os olhos, sabemos que há vários pesos e medidas e a nossa justiça além de ser lenta é falsa porque admite adiamentos, incúria, atrasos por falta de verbas, mil e um estratagemas e falácias.
O meu -ex costumava dizer : Ai de quem estiver sujeito a tribunais ou a hospitais neste país! ( e ele tentava fazer o que podia para melhorar o sistema).
Ouvi agora nas notícias que Grimi foi punido por Paulo Bento, não jogando para a Taça da Liga. S+o abona a favor do treinador, e deixa trémulo o director de comunicação.
Mas para lá da questão do Clube (que aprovo e "parabenizo") está a questão legal. Se Paulo Bento viu na atitude de Grimi um erro punível do ponto de vista desportivo, então não restam dúvidas de que a Justiça deverá actuar. Actuará?
Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos...
Enviar um comentário