quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

um nascimento e quatro funerais


Foi num dia 21 de Janeiro, em 1976, que o Concorde fez o seu primeiro voo comercial, com dois aviões saindo simultaneamente de Heathrow e Orly com destino Bahrain e Rio de Janeiro, respectivamente.

Era o culminar de doze anos de investigação aeronúatica franco-britânica. Nunca foi um êxito comercial, fazendo quase exclusivamente voos transatlânticos para os EUA.
Em Julho de 2000, uma tragédia (causada por uma mísera peça de outro avião deixada na pista e que, com a força do impacto, furou o depósito de combustível e causou danos no motor) levou à morte 109 pessoas. Em Outubro de 2003, o Concorde despedia-se dos ares. Era um avião muito bonito!

Menos bonito era (e é) Kadafi, o renegado e "condenado à morte" (lembram-se dos raides americanos a Tripoli?), que agora é a mascotezinha do mundo ocidental. Mas num dia 21 de Janeiro, em 1992, as Nações Unidas acusaram a Líbia de ser (como se provou) a mentora do atentado de Lockerbie e de vários outras bombas colocadas em aviões, sob as ordens directas de Kadafi.

Alguns anos antes, em 1950, morria Georges Orwell, aliás Eric Arthur Blair, com 46 anos, vítima de tuberculose.
Jornalista, ensaísta e romancista britânico, tinha como "marca da casa" o desprezo pelo poder e pelas autoridades - Animal Farm, em que critica as revoluções de tipo estalinista, e 1984, em que critica o autoritarismo, foram os seus romances mais conhecidos. Foi enterrado em Oxford e na sua lápide não consta o pseudónimo. Apenas o nome.

Em 1924 quem morria de AVC era Vladimir Ilich Ulianov - o tenebroso Lenin.

E em 1793, Luís XVI, rei de França, "perdia a cabeça", guilhotinado depois de ser considerado como culpado de alta traição.



Tanta coisa num simples dia 21 de Janeiro, em que Portugal morrerão 300 pessoas e nascerão outras tantas.

4 comentários:

Virginia disse...

George Orwell é um dos meus escritores de eleição. Li quase tudo dele e tenho um texto fantástico num dos meus primeiros manuais sobre as condições dos mineiros em Wigan Pier. O Animal Farm foi o primeiro romance que li e comentei na Faculdade e apaixonou-me.
Tão verdadeiro e ainda há tantos grupos assim, em que uns são mais do que outros embora apregoem que todos somos iguais.

Anónimo disse...

Só um pequeno reparo: não foi Luis XIV mas Luis XVI quem perdeu a cabeça, etc. Luis XIV era o Rei-Sol

Mário disse...

Anónimo: tem toda a razão. Foi e ele e a Maria Antonieta. Eram uns "doidos".
E pensar que o Dr. Guillotin até inventou o seu intrumento para poupar o sofrimento dos condenados.

Mário disse...

Já corrigi...