quinta-feira, 23 de julho de 2009

Divagações de férias - 8



Peloponeso 2007


Porquê a raiva, e o castigo de Zeus?
Porquê queimar da Grécia o seu melhor?
Não devolveu, Prometeu, o fogo aos céus?
Não é Zeus, do Olimpo, seu senhor?

Porquê a raiva, em Agosto, incontida?
Porquê as chamas, de Hefesto, um oceano?
Não basta a seiva, será preciso a vida,
Para resgatar da morte o ser humano?

5 comentários:

Anónimo disse...

Já conhecia o poema, que acho fabuloso. lembro-me que em tempos o associei a um pastel que tenho e que expressa bem esta fúria das chamas...

Esses poemas têm de ser postos em livro para que toda a gente os leia, são bons demais para ficarem fechados num blogue:))

V.

Mário disse...

Em Novembro de 2007, depois de um Verão calmo em termos de fogos, por cá, deu-se uma vaga de calor e à conta dela morreu uma pessoa muito querida da Catarina, que eu não conhecia mas com quem tinha, coincidências da Vida, um almoço aprazado no dia seguinte, para nos conhecermos e combinar uma série de programas sobre saúde.

Zé Abreu foi romancista, realizador de TV e um homem criativo, até ao momento em que se apaixonou pelos helicópteros e acabou combatendo fogos no Outono. As chamas deitaram-no abaixo.

Deixou uma mulher excelente, um filho muito querido que é como se fosse meu afilhado (é afilhado da Catarina) e uma vida polémica mas afirmativa.

No caso dele, foi mesmo precisa a vida para o resgatar da morte. Cada vez mais me convenço disso.

Anónimo disse...

Obrigada, Querido, pela evocação e lembrança do Zé, que realmente deu a vida para salvar a dos outros.
Como dizes ao lado, a vida é mesmo finita e nós mortais (embora haja muita gente que se esqueça disso e viva como se fosse imortal, esquecendo-se o quanto a vida é curta e por isso preciosa !), mas aqueles que nos tocaram de alguma forma quando por cá passaram, esses ficarão para sempre dentro de nós.

Um beijo cheio de mimo!

Catarina

Mário disse...

Obrigado, Catarina. Sei o que sofreste, e a perplexidade de um incêndio inusitado, num sábado de Novembro.

Eu também perdi o meu melhor Amigo, meu cunhado, num desastre de helicóptero, em África, a escassos dias do 25 de Abril.

Anónimo disse...

Desconhecia o poema, é Lindo...
Obrigada por nos teres oferecido este momento, e estarem tão presentes nas nossas vidas.
Um beijo,
Céline e Eduardo.