Não gosto de Manuel Pinho nem da sua queda para a chalaça fácil. E acho que um ministro, mesmo quando provocado ao limite, e sentindo-se injustiçado pelo que Bernardino Soares estava a dizer, deve resistir e comportar-se. Mais a mais, não estando em casa dele, mas sim no hemiciclo. E pregou uma rasteira ao PM.
Não se conseguiu conter e acabou por fazer aquele papelão, e assim saíu do Governo, depois de uma intervenção incisiva e clara de Sócrates. Um bocadinho diferente, note-se, da da Drª Manuela Ferreira Leite quando um dos seus deputados insultou outros, em voz bem alta, ou da do BE quando o Dr. Louçã se atirou a Paulo Portas acusando-o de não entender nada da vida por não ter crianças (a até puxou do retrato da sua "filhinha" de sete anos; o mesmo Louçã que defende a não-exposição de crianças na TV ou critica Carrilho por apresentar o bebé num vídeo...).
Vista e revista ad nauseum a imagem da malcriação do ministro, aqui fica uma coisa muito mais engraçada: um retrato do camarada Bernardino "Viva a Coreia do Norte" Soares, numa fotografia com 4 aninhos e já pegando em "armas de destruição maciça".
O PCP é a força mais reaccionária do espectro político português. Os partidos comunistas sempre o foram, por todo o mundo, e responsáveis pelas piores atrocidades, e por isso foi reduzidos a pó em tudo o que é mundo democrático, humanista e desenvolvido. Cá continuam "grandes", a mostrar o nosso sub-desenvolvimento. E Bernardino Soares, sempre na primeira linha, como um dos mais reaccionários entre os reaccionários, mesmo com aquela cara de bebé que come... Maizena???
sexta-feira, 3 de julho de 2009
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25 comentários:
Sou um iconoclasta. Em relação a este governo a minha própria natureza abre uma excepção - tenho uma certa simpatia pela maioria dos ministros, vá-se lá saber porquê! Claro: há outras excepções - Zeca Afonso, Herman José, Rui Veloso, Jorge Moyano - isto em Português, claro. Camilo e Eça , se os tivesse conhecido. E outros que só eu conheço.
Talvez não seja tão iconoclaste assim.
Mas, POURRA, não posso com a Heloísa Apolónio ( que gritaria ), a Ana Drago ( que gritaria ), o Paulo Rangel e os compinchas de bancada, o PCP e principalmente o Bernardino Soares.E, já agora, o unanimismo da bancada do PS.E o bloco de esquerda, no seu conjunto.
Isto para dizer que, para mim, o Ministro reagiu com contenção. Se fosse eu a ser provocado ( e já lá vão 4 anos de provocações ) tinha elevado o dedo médio e devolvido o Bernardino Soares à procedência, aquela mais primordial, ou então utilizar o imperativo e mandado o rapaz ...sei lá...vocês sabem...
Faço minhas as tuas palavras.
Aliás, ainda me recordo do Santana Lopes a ser filmado no parque Eduardo VII, a dizer que o Marques Mendes e o PSD eram nazis e fascistas - agora a Drª Manuela fá-lo candidato à CML.
O Rangel está cada vez mais obeso e convencido - bota faladura sobre tudo, com ar arrogante e de quem já é alternativa... quase a Deus, só porque ganhou umas pindéricas Europeias. Ainda há dias, quando o Ministro das Finanças disse que a economia parece estar a recuperar, obviamente que, até um leigo como eu, percebeu que era para motivar os investidores. Imediatamente, as gralhas do PSD e do PCP vieram dizer que é mentira e pintar um país à beira do colapso. Se esse é o objectivo do PCP, estranha que um partido que defende a economia de mercado, como o PSD, faça tudo para retirar a confiança dos potenciais investidores. E a Drª Manuela é economista, deveria saber.
Quanto à reacção do Manuel Pinho, embora já tenha escrito o que acho, pergunto também se não há momentos parlamentares igualmente para lamentar - há uns anos, num debate sobre O Estado da Nação, um deputado do PP (sempre com ar de virgem, nestas coisas) acusou Cavaco, então PM, de ter-se feito fotografar para os jornais em frente de 18 bombeiros mortos, em Arganil. O PM ficou indignado, e com razão, mas foi Manuel Alegre que, em defesa da honra e da verdade, veio referir que ele, Manuel Alegre, tinha estado lá e que o PM nem sequer tinha podido ir. Isto, quanto a mim, é muito mais grave do que um par de cornos enviados ao Bernardino, que nem sequer é capaz de entender o que o Manuel Pinho fez pelos mineiros de Aljustrel.
O que é engraçado é que ninguém sabe as medidas reais que o PSD, PP, PCP e BE tomariam... só dizem mal, sem uma única solução. Ou antes, anunciam as soluções que dão votos, como o PSD dizer que, com eles, não há avaliação aos professores... vou estar cá para ver! Mas só se deixa enganar quem quer. Ouvi ontem o José Luís Arnaut e tive de mudar de canal, quando o Alfredo Barroso dissse que ia criticar Cavaco e ele respondeu, com ar de donzela: "Vai dizer mal do senhor presidente da República?". Que colas, que melgas, que oportunistas...
Lendo o Publico e o que se passou em Aljustrel - e ainda se passa - só posso ter uma reacção: até quando vão os ministro mentir na TV com descaramento e victimização sucessiva, depois dum acto tão estúpido ( como o apelidou António Barreto)e tão infantil, que até parecia mais que estávamos a assistir a um anúncio dos Gato Fedorento do que a uma sessão do hemiciclo.
Por muito retrógrados que sejam os PCPs - e compreendo que os odeies, Mário - eles têm o direito à vida, como as Heloisa Apolónias de berrar pelos verdes....são o seu estilo e as suas ideologias.
O que me mete nojo - desculpem os PSs todos que me lerem - é os gestos, expressões de enfado, cochichos, telefonemas durante a sessão, os sorrisos paternalistas ( expressando: coitados , não sabem o que fazem), a arrogãncia bacoca dos ilustres membros do governo, que salvo raras excepções, não demonstram qualquer espécie de dignidade, de decoro, nem de respeito pela oposição.Eles é que criaram este estilo na Assembleia, provocando reacções em cadeia de deducação e mal estar.
Quanto ao Rangel, Miguel, tomara o PS ter um parlamentar com a inteligência, espontaneidade, verve e sentido de oportunidade deste membro do PSD. Não há um que lhe chegue aos calcanhares.
Quem ouve pessoas como Alfredo Barroso na SIC ( byekkk) ou mesmo António Costa na Quadratura, sabe que a cassete é sempre a mesma.Criticar o PSD pelo seu silêncio ( estes não berram, graças a Deus)ou por medidas tomadas há seculos, num contexto da UE completamente adverso e com um deficit altissimo.
Oxalá MFL ganhe as eleições, pode não ter a dinâmica do Sócrates , mas não é ela que vai governar sozinha e há muitos bons elementos no PSD.
É séria e quando a acusam é sempre por medidas tomadas no contexto em que se vivia há 6 anos, é sempre acusada por ter sido má ministra da Educação, quando para mim, professora, foi do/as melhores que tivémos depois do 25/4. Basta falar em exames de 12º que ela comseguiu impôr contra tudo e todos e com razão.
Não tenciono discutir mais política aqui, nem creio que alguém me apoie, mas os ministros do Sócrates revelam o seu desespero e estão a passar das marcas....ainda tem de comer muita Cerelac para chegar ao curriculo de MFL ou de Rangel.:)Sócrates, idem.
Virgínia
Só mais um pormenor.
Miguel, a MªJoão Pires, resolveu renunciar à nacionalidade portuguesa....belo exemplo de como se aproveita o dinheiro do povo e depois se cava para lugar mais soalheiro.
Bela pianista, mas pessoa execrável.
Virgínia
Virgínia: na Quadratura, quem "marra" sempre na mesma direcção é o Pacheco Pereira. O Lobo Xavier e O António Costa são os que mais ideias veiculam e mais debatem. O PP - vejam-se os artigos na Sábado -, está a ficar fixado neuroticamente em dizer mal do Sócrates. Aliás. socorrer-se dos anúncios do Correio da Manhã para mostrar que há desemprego é ridículo, até porque no tempo da maioria do Cavaco, como Ferreira Fernandes mostrou, ´havia mais anúncios de empregos. Não prova nada e Pacheco Pereira sabe, pelo que só pode tê-lo feito por demagogia.
E quanto a falhas na iconoclastia ( não confundir com: lambe-botice; seguidismo;admiração pueril;exclusivismo; valorização dos ícones )e falando do autor deste blogue, ele é outra excepção que faço à natureza que é a minha. Vejamos: é figura pública; já ouvi falar ( muito )bem e ( muito ) mal dele;não me pediu para ser amigo dele nem eu a ele; é demasiado frontal; tem projectos e sonhos; é eminentemente diferente dos da sua área profissional; é, apesar disto tudo, uma personalidade que me é quase indecifrável;é busca e acção;é amigo, já disse, mas faz o favor de ser meu amigo - nos dias que correm, no conhecimento que tenho dos outros, sei o que quero dizer ( tirada " à Octávio Machado" ); tem uns filhos bestiais, o que talvez não seja por acaso .
Posto isto incluo-o no âmbito do universo relativamente reduzido de " irmãos em Cristo" com os quais ironizo menos do que admiro. ( até ver )
Declaração de interesses - não o vejo à meses; "baldei-me" indecentemente ao lançamento do seu último livro e não justifiquei; estive sem vir aqui, ao seu blogue, 4 meses; não me tenho preocupado com a saúde dele, dos filhos e dos netos.
Como tudo tem um contexto, e a amizade também, incluo o MT ( le chef) neste círculo restrito dos afectos.
Também sou iconoclasta, com algumas excepções. E com o dia-a-dia torno-me cada vez mais selectivo em relação aos "ídolos" e aos amigos, pelo menos na acepção mais estrita da palavra.
Relativamente a ti, Miguel, desenvolvemos a melhor das amizades: a que é espontânea, que não pretende cobrar nada a ninguém, que não se deve a dívidas, favores ou recompensas, e a que permite divergências de opinião, críticas (quantas, na nossa existência enquanto amigos?!) e respeito. Sobretudo isso: respeito. Escutar sem intervir, intervir sem ser intrusivo. atender aos timings do outro, não nos fazermos de donzelas ofendidas ou virgens arrependidas. Creio, Miguel, que tem sido esse o segredo desta Amizade.
Outros não compreenderam, e mesmo com três ou quatro tentativas de "eh pá, que tal andarmos para a frente, à sombra de uma bejeca", mantiveram-se mudos. Cada um, creio, é responsável e aguenta as consequências das atitudes e comportamentos que toma.
Também não vou sabendo muito de ti, mas quando te encontro, ao vivo ou na blogosfera, é como se de "ontem" se tratasse. E leio o que escreves com o mesmo desejo de aprender, de saber mais, de procurar novos ângulos e novas perspectivas. É isso que vocês, bons professores, como a Virgínia, têm de "mais-valia".
Por último: sei que tenho gente que gosta de mim e gente que me detesta, e a inversa também é verdadeira, pelo que o que desejo, sempre, é estar longe dos que me detestam ou eu detesto, e aproximar-me dos outros. E, confesso, dá-me um certo gozo enfurecer algumas pessoas só pelo facto de ser, cada vez mais assumidamente, quem sou, nas minhas grandes virtudes e nos meus enormes defeitos.
Miguel:
Esse autor de blogue de que fala não vai pedir a nacionalidade brasileira, pois não?
O mea culpa não se justifica entre amigos...se há amizade ela subsiste para lá de todas as "iconoclastias" imagináveis e citadas por si.
Eu tb estive anos sem lhe falar ( a sério), sem o ver ( 500 kms de distãncia), sem me preocupar com a mulher e os filhos, sem comunicar no verdadeiro sentido da palavra, tive algumas picardias com ele, mas nunca lhe mostrei os chifres, nem fiz sinais obscenos ( penso eu).
Também o admiro como Homem, Médico, Irmão sem ser em Cristo e espero que continue neste blogue por muito tempo para que o possamos encontrar e aos seus amigos.
Devo dizer que é o único blogue que frequento com regularidade e que me faz falta quando o dito autor resolve descansar e ir "pastar" para outros lados ( cordeiro que se preza).
Um abraço aos dois ( malgré la politique)
Virgínia
Manuel Pinho: Pouco mais há a dizer... picado ou não, e por mais detestável que seja Bernardino Soares (é!), faltou ao ministro elevação e não é atenuante o facto de não ser o único político malcriado. Ofende-me o desrespeito pela Assembleia da República, mais do que o dirigido ao deputado comunista. Para Sócrates, isto não podia vir em pior altura.
José Eduardo Martins Quanto a este deputado do PSD, que há meses mandou Afonso Candal (PS) "para o caralho", com todas as letras, faço minhas as palavras de Fernando Madrinha no Expresso: houvesse decência e este senhor ficava fora das listas nas legislativas.
Paulo RangelDiscordo do meu Pai. Acho que o tipo é bom e, caso não inche demasiado, vamos ouvir falar dele. Agora, não é Deus nem a sua vitória (nada pindérica, ó blogmaster!) garante a de Setembro.
Manuela Ferreira Leite Não propõe nada. A sua postura de presumido rigor (vá ver a evolução do défice enquanto foi ministra das Finanças, Tia) e "apertar o cinto" pode parecer apropriada à crise, mas na verdade esgana a economia e trava a iniciativa, necessária para lançar a retoma. Foi assim em 2002, com o discurso da tanga do ignóbil Durão Barroso.
PSFoi arrogante e pouco soube dialogar, fosse com as oposições ou com as classes profissionais que as suas reformas - na maioria certas - afectaram. É claro que o PCP é reaccionário, que os Verdes são um partido fictício cuja existência não tem razão, nem mesmo na lógica que o fez criar, etc, etc. Mas o Governo e o partido confundiram-se e caíram, por vezes, nos erros da maioria absoluta que noutros tempos criticámos ao Cavaco.
Santana Lopes A vergonha total. Nenhum partido sério devia candidatá-lo ao que quer que fosse. Há dias ouvi Ferreira Leite lamber-lhe o rabo de forma odiosa, mostrando o medo que tem da agitação do enfant terrible, que convenhamos compensa com o terrible (gestor, político, autarca, PM) o pouquíssimo que já tem de enfant. Desejo que o PS ganhe as legislativas, sem grande entusiasmo, mas desejo com total gana que António Costa vença em Lisboa, contra este pantomineiro!
Sobrinho:
Gosto duma análise mais fria da política - que não consigo ter ( a não ser em família, quando todos são PSD....ele há muitos, muitos, das mais variadas cores e com as mais diversas razões. Parabéns.
Lembro-me de ter votado PS nas 1ªs eleições livres...e foi a única. A partir daí comecei a ver que a direita era o partido que fazia o país andar para a frente com ou sem CDS.
Não suporto o Mário Soares - desculpa - embora lhe reconheça qualidades políticas e importantes em épocas chave da nossa História. Foi um pessimo PM. A partir de certa altura embriagou-se com a sua pessoa e achou que o país lhe devia tudo e aproveitou bem o que o país ( nós) lhe deu.
Reconheço que Sócrates fez alguma coisa - pudera, com maioria absoluta, quem não faria??? - mas muito do que apregoa soa a falso e é falso. Os Magalhães, por exemplo. Sei de muitas crianças que não o têm, adolescentes, nem se fala e profs idem. A ligação à Internet só ocorre qudo o PM se desloca às escolas e nas aulas não seu usa o dito cujo.É uma treta. E como esta há centenas de falcatruas, aldrabices, anuncios de maravilhas que nunca vêm a suceder, mas que constam do curriculo do PS- Sócrates. Como a sua licenciatura da treta.
Daí MFL dizer que vai rasgar muita coisa, pois quase tudo está no papel, que não na realidade.
Quanto a Santana Lopes, é um bardinas e como ele há mais em todos os partidos. Pode ser que até nem seja mau PCamara, não faço ideia, não vivo em Lisboa. Sei que o Rui Rio é um excelente exemplo de PC, com provas dadas e classe.
Como digo, penso que MFL, aliada a pessoa inteligentes e dinâmicas pode fazer tanto ou mais do que Sócrates ( fora do papel).
Assim o país deixe...
Virgínia
Manuel Pinho: em 24 horas ouvi melhores referências dele do que em todo o ( longo) período em que governou. Ouvi dele o currículo, características de personalidade, experiências profissionais e a própria experiência governativa - tudo do melhor. Estranho, mas é assim.
Oiça o currículo dele na TVI....que é do melhor que tenho visto, Miguel.
Desculpe, mas não acredito nas maravilhas desse senhor, nem do PM que o apoia.
Não é facciosimo, é a realidade.
Virgínia
Huck
Concordo com o que escreves. Todavia, posso ter-me expressado mal: admiro algumas intervenções do Rangel (já desde os frente-a-frente na SIC Notícias), mas acho-o actualmente muito enfatuado, e a perorar sobre tudo, sem o mínimo de humildade.
Aliás, o estilo novo do PSD - o tal partido que não abria a boca sobre nada - é horrendo: botabaixismo do pior, "rasgar" tudo o que se fez, etc, etc. É nesse sentido que escrevi "pindéricas europeias", porque continuo a achar que as europeias não são a primeira volta das legislativas, e estão para etas como a Taça da Liga está para o Campeonato Nacional.
Mana: os Magalhães foram uma excelente ideia, e mesmo que alguns miúdos não o tenham, a esmagadora maioria tem. E cabe aos professores dinamizar o seu uso, em vez de estarem à espera de internet. Não é preciso net para se aprender a trabalhar com um computador. Mas será que os profes querem fazê-lo? Implica novas metodologias e estudarem um pouco, desenharem novas aulas e modernizarem-se: quando vejo o Mário Nogueira já tenho resposta para algumas destas questões...
Fosse o Sócrates, fosse quem fosse, ainda bem que há Maga~lhães. O seu sobrinho Pedro, que escreve acima, com sete anos, no Queen Elizabeth School, tinha aulas de informática... em 1987.
Pois eu posso dizer-te com inteira verdade.
O teu sobrinho João, que hoje é professor associado de Telecomunicações na FEUP e o que mais sabes nunca teve aulas de informática no Colégio Alemão, apenas tempos livres em que o deixavam usar o PC, monitorizado por um professor de Matemática. Aos 13 anos demos-lhe um Spectrum, depois um Commodore. Nunca teve um IBM compatible, era o meu que ele usava.
Se alguém sabe de Internet , de redes, de sensores e tudo o mais é ele, fez o doutoramento nesse campo em Munique.
Não , não estou aqui a babar-me...preferia que ele tivesse tempo para os filhos e não passasse metade do ano a viajar.
O Colégio Alemão deu-lhe asas para voar em todo o lado, mas não chips, nem ecrans luminosos.
O que se aprende na escola tem de ser seleccionado e não meter o carro à frente dos bois para inglês ver.
Iliteracia e total dependencia dos joguinhos e chats??? No, thanks.
No básico os Magalhães não chegaram ao 8º ano. Os profs não podem fazer nada com os alunos, a não ser em salas especiais e é preciso que haja electricidade - no Carolina ia abaixo a toda a hora, no meio duma aula, plock!
Virgínia
Lembro-te que o João só tem mais dois anos e meio que o Pedro....
V.
Tenho seguido as linhas que se escrevem aqui no Blog. E tenho encontrado pontos de vista interessantes.
Mas, directo ao assunto.
Acompanhei, de forma intermitente e apenas parcialmente, o debate do Estado da Nação. Fiquei francamente desapontado com o que o Ministro Manuel Pinho fez, que só vi mais tarde no telejornal.
De qualquer forma, não o achei mais escandaloso que muitos outros momentos no referido debate.
Como cidadão português, sinto-me incontáveis vezes mais ofendido com o paupérrimo conteúdo do debate em si do que pelo gesto do ministro. O PS tem vindo a desenvolver ultimamente um certo distanciamento da oposição. De dia para dia, os casos de desdém para com aqueles que se encontram à frente do governo tem aumentado. Não acho isso bom para a Democracia. Contudo, acho profundamente lamentável a falta de ideias e propostas por parte da oposição. Torna-se impossível não ter um conjunto de sentimentos pouco recomendáveis por pessoas que só deitam abaixo, que só falam mal, que só sabem fazer diagnóstico de problemas sem nunca se importarem com a sua resolução, com um bando de "treinadores de bancada". Por toda a oposição, há um rejúbilo pela crise que atravessamos. A exultação com que são anunciadas estatísticas que revelam o mau estado do país é, muito simplesmente, triste. A questão que coloco a qualquer pessoa que esteja a ler este post agora é a seguinte: como reagiriam vós se estivessem a tentar construir ou melhorar algo e as pessoas fora do grupo de trabalho em que estão, que nada tivessem feito, vos começasse a insultar constantemente, e a deitar abaixo o vosso trabalho? Eu ficaria possesso! Que legitimidade é que tem a oposição para dizer alguma coisa? Temos uma líder da oposição que afirma não querer prometer nada por não saber em que estado estará o país, como se isso justificasse o vazio ideológico e político que a caracteriza! Vamos voltar a "apertar o cinto e esperar que passe" ou vamos atacar a crise?
No parlamento, o PSD é terrivelmente pobre. Acho, sinceramente, estranho que alguém goste da posição e forma de fazer política de Paulo Rangel. Só berra e gesticula, só sabe apontar o que está mal feito, não houve uma única vez nos debates quinzenais e neste último sobre o estado da nação em que eu tenha visto que o Paulo Rangel tenha dito "X está mal. Não podemos continuar com X. E se optassem por Y?". Há um total e inequívoco vazio. Além disso, cada coisa que diz, é imediatamente rebatida pelo nosso primeiro ministro. Um exemplo? Paulo Rangel disse (em volume de "para cima de muitos decibéis") que a "estrada cor-de-rosa" Lisboa-Porto era uma vergonha e que era um exemplo de obras faraónicas do governo. Na intervenção seguinte, (creio que foi o Ministro das Finanças) alguém do governo lhe mostrou quem assinou a obra do primeiro troço dessa obra. No final da folha estava a assinatura de Manuela Ferreira Leite. Quão cegamente obstinados em abater o governo precisam de estar os seus opositores para se esquecerem do que eles próprios fizeram? E estamos a falar da líder da oposição! E a lista continua...
No resto da oposição temos o PCP e o BE que se encontram na primeira fila dos "vampiros da crise". Para eles, a crise é o melhor que há. Serve-lhes de muito ganhar os votos de quem confunde os comentadores políticos com os próprios políticos. Uns criticam e relatam o estado do país, outros convém que tomem decisões para o melhorar. Essa é a diferença, mas muitos não a vêem. Depois, temos o PP, que creio que não vale a pena referir, uma vez que já ninguém os atura. Mais uma vez, nada de novo. Partilho também da opinião que já aqui foi expressa sobre Heloísa Apolónio. Todas as vezes que ela falou eu silenciava a TV. Não consigo ouvir quem "repreende" o governo e nada de construtivo diz. (Também acho que manter os meus ouvidos saudáveis é uma boa razão). E por "aí fora"...
Eu, às vezes, até penso em dar razão à Virgínia e a outras pessoas e esperar que MFL suba ao governo. Assim, talvez as pessoas percebessem o quão diferente é fazer e estar de fora a dizer mal de quem faz. Mas depois, confesso que sinto pena do país. Afinal, sou português. De uma vez por todas, não falem da "elite fantasma do PSD". Os jogadores que não calçam chuteiras não contam. O Benfica não pode dizer que vai ser campeão com o Eusébio porque ele já não joga à bola. Por favor, a elite que "não se chega à frente" não o faz porque não é capaz de melhor!
Acabo com uma réstia de esperança. Espero que se exija mais dos políticos em Portugal. A eles nada menos que excelência deve ser pedido. Gostaria muito de ver um futuro com melhor política, com mais conteúdo e com menos polémica.
PS- Parece que mais uma vez me excedi no número de caracteres. Enfim... Peço também desculpa por eventuais incoerências, que descaradamente vou atribuir ao sono que tenho. Paz, qualquer que seja o partido de que se goste :).
João Pedro,
Como sempre gostei muitissimo desta intervenção. Porque é imparcial, é bonita, não choca, exprime desalento, mas esperança simultaneamente.
Temos todos muita tendência para destruir aquilo de que não gostamos, sejam partidos, equipes, concorrentes....em Portugal, ou se faz alguma coisa ou se destroi, não há meios termos. penso que quem está no governo depara com mil e um entraves, sejam eles PS ou PSD, e segundo me diz o meu filho que agora trabalha com o Ministro da Ciencia e tecnologia em projectos com o MIT e Carnegie Melon, a burocracia é tão hedionda, que os politicos saltam por cima da lei para acelerar os seus projectos. É tudo complicado e são milhões de euros ou dollars que se vão por água abaixo, se não se respeitarem os prazos dados pelos países com as quais há parcerias.
O simplex é fictício....
Gostava que o próximo governo continuasse alguns projectos deste, seja ele qual for, mas que o fizesse com menos atropelos, corrupção, influências e com mais transparencia.
Será possível?
V
Todos os socialistas reclamam pelo facto de a Oposição não apresentar alternativas, o que é falso e falacioso. Tenho visto muitos debates quinzenais, que são contundentes e nunca vi o Sócrates chmara os bois pelos nomes, ou seja, dizer que algumas medidas ou discussões foram sugeridas pelo Bloco, pelo PSD ou outro. Chamam a si todos os louros, desprezam a oposição - só abriram os olhos quando as eleições lhe trouxeram um ganda tombo nas aspirações a segunda maioria. Julgo que o PSD vai apresentar um programa bem feito e que vai tentar cumprir, contra tudo e todos. Repetir-se-ao cenas na rua porque os sindicatos não desarmam - o Nogueira é representativo de 1/10 dos profs ( se tanto, Mário, não tem qualquer voz em escolas como a minha)e as manifestações foram universais, não tiveram nada a ver com ele, nem com as suas ideias.
MFL tem um prohjecto para a educação em que a avaliação será feita por elementos externos - como deveria ter sido sempre feito ( A LULU nunca percebeu isto ou não queria gastar dinheiro, mas para os Magalhães foram balurdios). Não creio que as medidas nas escolas se vão alterar muito, o que já está implantado pode sofrer modificações - director, por exº - mas o resto não se vai alterar, a não ser o estatuto do aluno que é uma aberração e dum facilitismo repugnante, só um cego ( Mário) é que não quer ver. Aliás o teu mal é que só vês a árvore e não a floresta, aplaudes as medidas no 1º ciclo do básico, mas esqueceste das alravidades que a Lulu impôs no secundário , onde o alunos têm 16-167 anos e têm de ficar na escola das 12-00 as 13.30 se não tiverem aula, o que é ridículo, pois mais valia irem para casa descansar.
As aulas de 90m - lá chegarás quando o eduardo for para a 5ª classe são uma autentica tortura - não conheço escola no estrangeiro que tenha periodos de aulas amiores que 45-50 m, no colégio alemão, só as aulas de Desenho e Educação Fisica são de 2 horas.
Havia tanto por dizer....
Bom fim de semana
V.
Desculpem as gralhas, ainda estou meia a dormir....deitei-me as 4.
Passei a noite a pensar nos desempregados de Aljustrel, da Qimonda , da Opel e das fabricas de sapatos de S. João da Madeira :)))
Virgínia, desculpe, não venha dizer que não chamaram os bois pelos nomes!!!!!! Com cornos de osso ou de pinho, o visado tem uma cara e um nome... e consta que passa férias na Coreia do Norte.
Quanto às aulas de 90 minutos, devo dizer que também dou aulas prolongadas, e que interrompo aqui e ali, os meus alunos estão autorizados a espreguiçarem-se, a se levantarem de quando em quando, etc. Mesmo que o espaço aula tenha 90 minutos (o que acho absurdo, devo já dizer), ele pode ser repartido em vários bocadinhos, com intervalos combinados com os alunos.
Francamente, acho que poucos professores dialogam com os alunos ou combinam com eles o que vão ser as aulas. Apresentam-se e começam a "debitar ciência". De vez em quando, dou aulas no jardim, em minha casa, numa pastelaria, no auditório exterior da GUlbenkian, ou onde eles se sentem bem. Outros dão-mnas exclusivamente no anfiteatro da faculdade. Eu, por exemplo, não consigo estar dois minutos sem me mexer, nem cinco sem me espreguiçar. E depois? Os professores, dentro da sala de aula, repito, têm a faca e o queijo ña mão. Não culpem a ministra (esta ou outra) pela falta de receptividade e o desinteresse de algumas aulas. Os proferssores-info~rmação, são uma seca. Espero que, depois da crise, só fiquem os professores que ensinam e transmitem sabedoria, como é o seu caso.
João Pedro: tens toda a razão. O ar deliciado da Oposição ao ver os indicadores piorarem, é quase pornográfico.
E já repararam o ridículo da intervenção do PR sobre o caso dos corninhos? Esse agora vai a todas. E não é espantoso não ter dito nada quando o deputado do PSD mandou o outro, desculpem a crueza, "para o caralho"? (vai assim escrito, ao contrário do que vem na imprensa que é "vá para o c...", para se ter a verdadeira dimensão do momento..., ao lado do qual os corninhos quase parecem brincadeira de criança).
Jesus!
É o que me ocorre dizer quando leio as tuas sugestões para as aulas no básico - 2º e 3º ciclo e no secundário. Hahaha, Mário.
Pensei que o que sabias dos adolescentes - escreveste um livro sobre eles - fosse o suficiente para compreenderes que um adolescente de 13-14 anos não tem a percepção da utilidade da aula, acha que lá fora se está muito melhor, tem um poder de concentração limitadíssimo ( cada vez menor devido à influencia dos media, dos jogos, da TV, do PC, etc., e duma maneira geral, precisa de sair da sala de aula ao fim de 45m para espairecer, desanuviar, ouvir a sua música, conversar e mesmo mudar de assunto.
Dei aulas de 90m em que os alunos estavam a trabalhar em grupo quase sempre, já ninguém debita nada em inglês durante horas porque eles não percebem patavina e a indisciplina grassa ainda mais...estás atrasado trinta anos.
Ao fim de 60m, queria fazer um apanhado dos trabalhos de grupo e era quase impossível porque os alunos estavam fartos de estar com atenção, fartos de tudo, precisavam de sair dali. Perdi a vontade de dar aulas quando nos impuseram as aulas de 90m - a bela PS Benavente foi a da ideia luminária e as escolas que rejeitaram a proposta tiveram de obedecer na mesma. Em Linguas é perfeitamente anti-pedagogico, mais vale ter 15m todos os dias do que 90m seguidos por semana que é o que o que o teu Eduardo vai ter no 8º ano!
Há muitas coisas que não sabes, Mário, nunca ensinaste na escola....na verdadeira.Fazes-me lembrar o Daniel Sampaio com as suas teorias repetitivas e inúteis.
Pode-se sair com os alunos uma vez por trimestre ( avisando com tres meses de antecedencia, aprovando o Conselho Pedagógico o projecto, preenchendo o prof n papeis a dizer porque e onde se vai), não se pode transformar todas as aulas em shows artísticos para os meninos estarem motivados. Disso sei eu algo mais, mas felizmente para mim, já estou aposentada e posso passar 90m a pintar...ou a sonhar.
V.
Mais uma achega:
Estive a ver agora o Eixo do Mal na SIC Noticias, em que dos quatro opinion makers, tres agora defendem o PS (?) e achei curioso falarem gostosamente de todos os casos de corrupção que metem arguidos, excepto do caso Freeport ( segundo o TIMES parado pelo facto do Socrates ser 1º Ministro).
Ouvi-los falar com tanta falta de imparcialidade, dá-me vontade de lhes fazer o gesto do Zé Povinho.
Acham que em Portugal todos pensam ter direito a dar opinião, como se eles não estivessem ali a ser pagos para dar opiniões muitas delas duvidosas. O ódio à MFL é tal que a Clara F.A. até se benze com medo de que ela ganhe as eleições. Mas que raio de democracia é esta, em que as pessoas não admitem que haja alternativa ao governo? Por um lado dizem que o povo é inteligente a votar, mas se votar no PSD é porque não tem dois dedos de testa! Isto brada aos céus.
Numa coisa concordaram comigo: foi o Sócrates e só ele, quem criou este comportamento grosseiro na Assembleia, falando dum modo inadequado com a Oposição e brejeirando quando criticado. Agora, queixam-se de que os deputados se comportam como crianças....
V.
Sinceramente, marimbei para saber se a 3.ª auto-estrada Lx-Porto é rosa ou laranja. Das duas uma, ou é uma boa decisão e faça-se ou é má e esqueça-se!
Governo e oposição deviam ser capazes de defender um ou outro ponto de vista com argumentos sobre a obra, não sobre o mandador da mesma. Evitar-se-ia o ridículo que Manuela rejeitar hoje aquilo que ontem assinou, ou de termos Sócrates a exibir a dita assinatura como se ela, só por si, tornasse a obra desejável e imprescindível...
Essa parte da política é repugnante, como o regozijo com as más estatísticas (PCP e BE babam-se!), a joga-joga com as sondagens (e a imbecilidade do CDS ao querer proibi-las em vez de melhorar os métodos de que resultam), ou desonestidades intelectuais flagrantes como Manuela dizer que a crise mundial é "um abalozinho" ou os ministros PS a garantir que já passou. Ou, for the matter, o inacreditável PEV, que ganhará o meu respeito no dia em que for a votos.
Concordo com a minha tia no que toca ao novo aeroporto de Lisboa. Sou partidário da solução Portela+1 (desocupando a parte "Figo Maduro" da Portela e tornando civil o Montijo). No TGV, embora sensível a argumentos como a ligação à Europa (via Madrid), choca-me o pouco que se fala da sua total ausência de rentabilidade. Até prova em contrário, não vejo necessidade para a linha Lisboa-Porto e pasmo perante delírios como Vigo, Faro-Huelva e Aveiro-Salamanca. Em todas estas questões, repete-se o que disse acima: argumenta-se consoante se está no poder ou na oposição, sem bases nem coerência.
Para concluir, eu admito e desejo que haja alternativa ao Governo. Votarei, em Setembro, no que acho menos mau, embora preferisse votar em alguém que me entusiasmasse por ser mesmo bom. De Sócrates faço um balanço minimamente positivo, com muitas críticas. À Manuela caberia (mas ainda não "cabeu") convencer-me de que fará melhor... o seu triste passado (Tia: é falso que ela tenha resolvido as contas no Governo de Durão) empurra-me a votar PS em vez de espetar com o branco ou nulo que às vezes me apetece ou reforçar um dos pequenos partidos.
Bom, Pedro, ela teve de obedecer ao Pacto de Estabilidade - que existia e não era brincadeira - em menos de um ano e conseguiu que não pagássemos uma multa estrondosa à UE.
Mas de economia sei pouco, nem percebo nada, para dizer com franqueza.
Se O PSD tivesse escolhido um presidente diferente - esse é que foi o grande erro do partido e a culpa é dos LFMenezes, Santanas e Co. - a vitória era limpinha e até talvez conseguissem maioria, dado o estado da nação ( com cornichos ou não). Um Rui Rio, um Rangel ou um Marcelo limpavam o Sócrates num ápice, todos sabemos.
Ninguém conhece o Rui Rio na Mouraria (!!!), mas é o tipo com mais estaleca que o PSD tem, com classe, charme e suficiente educação ( colégio alemão do Porto) para meter o pobre Pinóquio na ordem. Quem me dera que fosse ele o Presidente do PSD!!
Se a MFL não ganhar as eleições, há futuro na mesma...Sócrates não vai sobreviver sequer a dois anos de não-maioria. E o Cavaco manda-o passear como o Sampaio fez com o Santana.
Se ela ganhar, terá com certeza, muitos ministros com mais categoria do que o Pinho e o Lino, para não falar da Lulu ou do Freitas !!! Que exemplares mais toscos!
Virgínia
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